Pesquisador cria sistema para localizar vagas livres nas ruas

Foto: Arquivo Pessoal

08/09/2021 - Tempo de leitura: 2 minutos, 51 segundos

Quem mora nos grandes centros urbanos sabe que estacionar o carro na rua pode ser uma tarefa desafiadora. Dependendo da região e da concorrência pelas vagas na via, pode-se levar mais tempo rodando à procura de local para estacionar do que para chegar ao destino. Foi pensando em resolver essa questão que Marcio Andrey Teixeira, professor e pesquisador do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), começou, em 2015, a trabalhar em um projeto para identificação de vagas com a ajuda da tecnologia.

“A ideia surgiu quando eu estava em São Paulo com dificuldade para estacionar. Então, imaginei um projeto de computação visual que detectasse as vagas”, afirma o pesquisador, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo.

Teixeira, que também leciona no curso técnológico de análise de dados e desenvolvimento de sistemas no campus da IFSP em Catanduva, interior do Estado de São Paulo, começou a idealizar o projeto em 2015. Foi quando decidiu propor a seus alunos o desafio de ajudá-lo no desenvolvimento. “No início, fizemos uma maquete, com a ajuda de dois estudantes: Camila Monteiro e Marcelo Castro. O protótipo nos mostrou que era possível executar a ideia”, conta. Ele lembra que a segunda fase, em 2019, foi uma atualização e que, nesse período, contou com a colaboração de Nicole Dalarmelina, outra aluna.

Depois, era hora de iniciar os testes. Para isso, foram instaladas câmeras no estacionamento do campus da universidade, que estão integradas a um servidor e mostram aos usuários, por meio de um aplicativo, espaços vermelhos ou verdes, indicando se estão ocupados ou livres. “A princípio, fizemos testes em vídeos de estacionamento, previamente gravados, para testar a eficácia da detecção e o envio das informações para aplicação”, diz o professor. Segundo ele, o sistema, que roda atualmente com código e plataforma diferentes da versão inicial, tem trazido bons resultados. “Ainda é um protótipo, mas sabemos que funciona”, afirma o professor.

Evolução

O sistema usa tecnologias de inteligência artificial e de computação de bordo para detectar, por meio das câmeras, as vagas livres para os usuários. “Quando estiver disponível a banda 5G, no Brasil, acredito que o aplicativo poderá ser facilmente adotado pelo mercado”, diz Teixeira. Dois estudantes atuam nessa nova versão do sistema: Rafael Bento Mariano da Silva, que faz o back-end do programa, e Bruna Fernandes Pavin, responsável pelo front-end, ou a criação do aplicativo.

Ainda em desenvolvimento, o sistema já tem chamado a atenção do mercado. “Estamos sendo sondados por parceiros que têm interesse em aplicar em áreas urbanas, como a região central de Catanduva. Nossa intenção é poder integrar com o Google Street View, fazendo o georreferenciamento das vagas disponíveis para que os usuários visualizem onde podem estacionar de forma simples”, explica.

Diminuição das emissões de monóxido de carbono na atmosfera, economia de tempo e de gastos com combustível para o motorista são alguns dos benefícios do sistema. “A melhoria da mobilidade urbana também é um aspecto muito relevante, além da segurança, pois os veículos poderão ser monitorados nas vias com câmeras de alta definição”, finaliza o pesquisador.