Contudo, esse é um processo demorado, e quando há a pouco tempo ou recurso financeiro para buscar um motorista, o jeito é apostar na confiança. Ou seja, oferecer o frete para alguém que já carregou antes para a empresa. E quando não há nem essa opção, resta procurar em terminais de carga ou em postos de combustíveis.

Era assim que o Grupo Scapini fazia em um passado recente. Mas a transportadora do Rio Grande do Sul, que carrega produtos de todos os setores da economia, decidiu usar a tecnologia ao seu favor para buscar novos caminhoneiros autônomos. Assim, passou a usar plataforma online de fretes.

“A captação é muito mais rápida que antigamente. Antes, nós levávamos algumas horas para encontrar alguém adequado, e hoje esse processo leva segundos”, explica o CEO da empresa, Lucas Scapini.

Para o presidente do SETCESP, esse engajamento em buscar novas tecnologias para encontrar mão-de-obra tem sido cada vez mais constante nas empresas.

“O que as transportadoras desejam são inovações para melhorar a qualidade e a segurança das operações”, diz.  Neste contexto, ele conta que as plataformas online de frete estão sendo cada vez mais usadas no dia a dia. “Não há um levantamento oficial sobre essa adesão, mas é o que se observa no setor.”

Redução de custos

Esse é o caso da Scapini que utiliza essa ferramenta há oito anos. Além de agilizar o processo de contratação, a plataforma tem ajudado a empresa a encontrar profissionais mais qualificados. De acordo com Lucas Scapini, quando há a necessidade de solicitar o transporte de carga perigosa, por exemplo, a plataforma faz essa triagem e nos dá opções de forma rápida.

“O que me traz mais tranquilidade é que a ferramenta nos dá a possibilidade de entrar em contato com o motorista para amarrar detalhes”, diz. No caso de uma contratação para o transporte de carga perigosa, esse contato é importante para que a transportadora se certifique que o motorista tenha o curso de Movimentação Operacional de Produtos Perigosos (MOPP).

Outra vantagem que o CEO da Scapini relata com o uso da plataforma online de frete é a redução de custo. De acordo com ele, a empresa mantinha uma filial em Paulínia, interior de São Paulo, que cuidava somente da contratação de motoristas, principalmente autônomos. Mas, com a consolidação do uso da plataforma de fretes, fechou a filial. “Vimos que não há mais necessidade de manter essa estrutura”, diz.

A empresa tem uma equipe dedicada somente para manusear a plataforma de frete, mas com menos pessoas do que era necessário para essa função no passado. Pelas contas do empresário, são aproximadamente 2 mil motoristas por mês captados via plataforma.

Evolução da tecnologia

A transportadora paranaense Ghelere Transportes também virou a chave para contratações mais tecnológicas há alguns anos. O coordenador comercial da empresa, Rodrigo Roque diz que a plataforma de frete trouxe mais comodidade e segurança para buscar caminhoneiros. “O processo também ficou mais ágil”, diz.

Desde que começou a usar as plataformas de frete, a empresa vem percebendo uma evolução nas ferramentas oferecidas por essa tecnologia.

“Hoje, podemos, por exemplo, contar com serviços de gerenciamento de risco, monitoramento de veículo e outras facilidades”, conta Roque. Ele acrescenta que, atualmente, o maior volume de contratações de novos agregados e autônomos é feito por meio de plataforma de fretes.

Roque ainda acrescenta que essa ferramenta ajuda a fidelizar os parceiros. Ou seja, o motorista faz um bom trabalho e acaba entrando para a lista de prestadores de serviços.

Nota para motoristas e transportadores

A boas experiências que essas transportadoras vêm acumulando com a plataforma de frete digitais ocorrem porque essas tecnologias trazem processos que garantam mais agilidade e geram mais confiança na hora de fechar o frete.

A Fretebras, uma das maiores plataformas digitais de frete do País, oferece, por exemplo, uma avaliação de mão dupla. Ou seja, isso faz com que a relação entre caminhoneiros e transportadoras seja mais transparente. A avaliação cruzada é um processo que compõe o fluxo da jornada dos usuários na plataforma digital.

Em resumo, ao final da prestação de um serviço, as partes se avaliam, gerando uma nota média, ou seja, uma classificação do usuário pelo serviço prestado.

De acordo com a Fretebras, isso proporciona a criação de um histórico de uso da plataforma, bem como sua reputação individual, aumentando ou diminuindo a sua exposição no ambiente da plataforma de acordo com a sua nota média. 

“Com o serviço, ambas as partes se avaliam ao final de um frete, deixando um histórico que pode ser consultado por outros no futuro. É por meio da avaliação que identificamos também pontos de conflito durante a jornada do frete”, conta o especialista no combate às fraudes digitais e responsável por prevenção à Fraude da FreteBras, Michael Bogajo.

De acordo com ele, os motoristas cadastrados na plataforma, por exemplo, já realizaram aproximadamente 90 mil avaliações das empresas, que ficaram com nota média de 4,35 a 5.

Outro exemplo é o “onboarding dos usuários”, ou seja, recurso de identificação do motorista na plataforma na hora do cadastro. O processo traz proteção para o usuário que irá desfrutar de um ambiente seguro e para a empresa que terá confiabilidade neste usuário. Na Fretebras, esse reconhecimento é feito por biometria facial e validação da documentação.

Para mais informações, acesse aqui.