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Como a pandemia afeta o desenvolvimento de carros elétricos?


20/05/2020 - Tempo de leitura: 3 minutos, 42 segundos

O mercado de produção e vendas de carros elétricos deve observar os primeiros impactos da pandemia do novo coronavírus durante 2020. Um relatório publicado pela consultoria britânica Wood Mackenzie, no começo de abril, apontou uma previsão nada animadora para o setor. No pior dos cenários, a empresa do Reino Unido acredita que a venda de veículos elétricos pode ter queda de até 43%.

O documento demonstra que as 2,2 milhões de vendas de carros elétricos registradas pelo país em 2019 podem cair para 1,3 milhão em 2020. Já os carros movidos a combustão devem ter queda de apenas 12% em comparação ao ano anterior.

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Apesar de o Reino Unido ter observado um aumento na porcentagem de participação dos carros elétricos no total de vendas de automóveis no país, o surto de coronavírus vem causando grandes danos ao setor.

Por outro lado, as medidas de isolamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) — e adotadas por governos na tentativa de conter o vírus — fizeram com que houvesse uma diminuição no número de carros circulando e nos preços de petróleo.

No Brasil, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostrou queda de 8,5 % nos preços do combustível nos últimos meses. Caso essa tendência continue, é possível que o mercado de carros elétricos perca a atenção de possíveis compradores.

Projetos em xeque

Foto: Pixabay

A rápida disseminação da covid-19 também foi responsável por reduzir as atividades de montadoras no mundo todo. Nos Estados Unidos, Ford e Volkswagen — que tinham novos projetos de carros elétricos para serem lançados em 2020 — decidiram postergar as datas de apresentação das novas linhas.

O ID.3, carro-chefe da montadora alemã e que tinha lançamento programado para março de 2020, tem sua chegada ao mercado adiada devido a múltiplos fatores. Além das dificuldades geradas pela pandemia do novo coronavírus, o veículo apresentou algumas falhas em seu software que levaram ao atraso na entrega do projeto.

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Com auxílio do poder público local, a Tesla anunciou a continuidade das operações de sua fábrica em Fremont, na Califórnia. Mesmo com a região de São Francisco paralisada por três semanas para conter os avanços da covid-19, o condado de Alameda — onde fica localizada a montadora — decretou que a fábrica é “serviço essencial”, o que garante o prosseguimento de suas atividades.

No início de 2020, o dono da Tesla, Elon Musk, apresentou um projeto ousado para a expansão da empresa no setor de carros elétricos. Com expectativa de vender mais de 1 milhão de veículos movidos a bateria nos EUA e na China, até 2025, os investidores da gigante norte-americana observaram seu valor de mercado dobrar no primeiro trimestre de 2020.

Atividades no Brasil

Foto: Pixabay

Se nos Estados Unidos o cenário aponta atrasos na chegada de novas linhas, diversas montadoras decidiram manter o cronograma para a chegada de modelos de carros elétricos no Brasil. Após o Governo Federal decretar o fim das taxas de Imposto de Importação para veículos exclusivamente elétricos e(ou) a hidrogênio, a chegada dos novos modelos era esperada pelo mercado.

A Chevrolet, que teve todas as 50 unidades de pré-venda do Bolt EV adquiridas antes da hora, anunciou a produção do segundo lote de seu carro com sistema regenerativo dos freios e auxílio na permanência de faixa.

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Já a Volkswagen chega com a nova versão de um dos queridinhos do brasileiro: o Golf. A edição GTE se trata de um híbrido de motor movido a gasolina e eletricidade. Com autonomia de até 900 km, o modelo deve auxiliar na redução do consumo de combustível, andando 66 km/l com a ajuda do sistema elétrico.

Os brasileiros que desejam ver modelos de carros elétricos com preços mais acessíveis terão que esperar mais um pouco. Os modelos que chegam ao mercado em 2020 aparecem todos com preços ultrapassando a marca de R$ 100 mil.

Fonte: Telegraph, CPFL, Jornal do Carro/Estadão.