Segurança viária: o preço da imprudência

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O preço da imprudência

Por: . Há 13 min
Meios de Transporte

O preço da imprudência

Mais de 90% dos ferimentos e das fatalidades nas rodovias federais são causadas por falhas de conduta

3 minutos, 33 segundos de leitura

24/12/2025

Número de mortes no trânsito caiu 10,6% em outubro deste ano
Reação tardia, velocidade incompatível, uso de celular e a ingestão de substâncias psicoativas, incluindo o álcool, são riscos graves que dependem unicamente de quem assume o volante. Foto: Adobe Stock

Cuidado. A imprudência nas rodovias mata. Com a proximidade do período de férias e das comemorações de fim de ano, chega a sensação do merecido descanso e da oportunidade de celebrar, reunindo a família e os amigos. É o momento em que milhões de brasileiros pegam a estrada, em busca de conexão com quem amam e desaceleração da rotina. Essa movimentação impõe uma reflexão urgente sobre segurança. Afinal, manter as estradas seguras é uma responsabilidade coletiva. Cada decisão, cada comportamento e cada ação na rodovia são determinantes para garantir que histórias de vida não sejam interrompidas.

No Brasil, a atitude no trânsito, infelizmente, ainda é motivo de profunda preocupação. Em 2024, segundo o Anuário da Polícia Rodoviária Federal, as estradas federais registraram 73.156 sinistros, resultando em 84.526 feridos e 6.160 mortos; dezembro foi o mês com maior volume de sinistros, feridos e mortos. A informação mais impactante, porém, é que mais de 90% dos ferimentos e das fatalidades nas rodovias federais são causadas por falhas de conduta. Assim, embora infraestrutura e tecnologia sejam fundamentais, o maior risco ainda reside no fator humano. Reação tardia, velocidade incompatível, uso de celular e a ingestão de substâncias psicoativas, incluindo o álcool, são riscos graves que dependem unicamente de quem assume o volante.

Imprudência ao volante

Na gestão de mais de 3,2 mil quilômetros de rodovias, distribuídas em cinco Estados brasileiros, a Arteris identifica, diariamente, comportamentos evitáveis e nocivos. O exemplo mais emblemático está no descaso com o cinto de segurança, já que registramos que 2 em cada 5 mortes no primeiro semestre de 2025 (em veículos elegíveis) estavam relacionadas à falta do equipamento. Quanto aos pedestres, usuários mais vulneráveis, de janeiro a novembro deste ano, registramos 545 atropelamentos. Em 2024, foram 600 casos no total. Tudo isso reforça a necessidade de manter atenção redobrada, especialmente em áreas urbanas, além do respeito às passarelas.

Quanto aos motociclistas, os acidentes subiram de 5.781 ocorrências (jan-nov/2024) para 6.020 no mesmo período de 2025. As mortes acompanharam a alta: 143 óbitos em 2025 contra 139 em 2024. Nas colisões traseiras, as fatalidades de ocupantes de motos passaram de 38 para 45 casos. A manutenção veicular também é fator crítico. Falhas de freio em veículos de carga, agravadas por falta de manutenção ou adaptações perigosas, causaram 282 acidentes, com 266 feridos e 19 mortes em 2024, segundo a PRF.

Leia também: Radar de velocidade não pune: ele educa. Os dados finalmente desmontam a demagogia

Promoção da vida e segurança

O papel do gestor exige atuação ativa na promoção da vida e segurança viária. O investimento em infraestrutura viabilizou a queda de 10,4% nas mortes e 4,2% nos acidentes gerais no primeiro semestre de 2025, ante o mesmo período de 2024. Assim, além do Maio Amarelo e Semana Nacional do Trânsito, lideramos o Projeto Escola, que em quase 25 anos formou 500 mil cidadãos, e os programas Viva, com 2 mil abordagens educativas entre 2024 e 2025, impactando 200 mil usuários.

Outro destaque foi o lançamento da campanha “Chega! Imprudência no trânsito mata”, a fim de ampliar a conscientização e alertar contra a normalização de comportamentos nocivos. Nossos conteúdos já alcançaram mais de 875 mil pessoas nas redes sociais. Além do foco no usuário, o lado humano exige atenção imediata à segurança de quem trabalha. Milhares de colaboradores de socorro médico, resgate, guincho, pedágio e manutenção dedicam-se a proteger sua viagem, mas veem sua vida posta em risco pela imprudência. E o Movimento Afaste-se é um apelo à consciência: mudar de faixa ao avistar qualquer atendimento ou obra e reduzir a velocidade garantem a segurança de todos.

Mesmo neste momento de descanso, continuaremos a trabalhar de maneira intensiva com os órgãos de fiscalização. Mas faço um apelo direto: desacelere, seu bem maior sempre será a vida. Nos ajude a garantir que as histórias familiares não sejam impactadas por um acidente ou fatalidade. A estrada é de todos e a vida é insubstituível. Que a prudência seja a sua principal companhia nos próximos destinos..

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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