Fechada desde o fim de março por causa da crise dos chips, a fábrica da General Motors em Gravataí (RS) vai retomar suas atividades na próxima segunda-feira (16). A reabertura permite à montadora a retomada da produção do Chevrolet Onix e do Onix Plus, que chegam já como linha 2022. Serão, no total, três diferentes conjuntos mecânicos (1.0 MT6, 1.0 Turbo MT6 e 1.0 Turbo AT6) e seis níveis de acabamento. A fabricante quer, agora, retomar os bons números de vendas do modelo.
A GM é, de longe, a montadora mais afetada no Brasil pela falta do componente. Desde o início deste ano, chegaram ao País os primeiros impactos da escassez de semicondutores, decorrente da pandemia da Covid-19. Isso, no entanto, forçou fábricas do mundo inteiro a parar as atividades ao longo de 2020. Em 2021, essa conta chegou por aqui, e, desde o fim de março, a fabricante paralisou o complexo industrial automotivo de Gravataí.
Dessa maneira, o Chevrolet Onix, carro mais vendido do País desde 2015, simplesmente saiu das linhas de produção. E, contudo, começou a faltar nas lojas. Como resultado, as vendas despencaram e, em julho, o hatchback, que vendia milhares de unidades todo mês, somou menos de 1.400 emplacamentos.
A expectativa da marca é retomar os bons números de vendas e – quem sabe – a liderança do hatch ainda em 2021. Questionada pelo Jornal do Carro sobre estimativas mensais de produção da dupla Onix e Onix Plus para os próximos meses, a GM não divulga números. Entretanto, dá para afirmar que a volta do modelo vai mexer com a lista dos mais vendidos do mercado. O ranking, contudo, vem sendo pautado quase que exclusivamente pela disponibilidade.
“O Onix é o carro preferido do consumidor brasileiro, e o retorno da produção é importante, pois vamos começar a atender aos milhares de clientes que aguardam pelo produto nas concessionárias Chevrolet pelo País”, diz Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul, em comunicado emitido pela marca.
A suspensão das atividades da fábrica de Gravataí fez com que aproximadamente 50 mil unidades de Onix e Onix Plus deixassem de ser vendidas. Contudo, cabe lembrar que os emplacamentos do Tracker – que vinha muito bem posicionado no segmento de SUVs – também foram bastante afetados. Sua fabricação também parou na planta da GM no ABC paulista e, por isso, vendeu só 244 unidades no mês passado. A marca, em julho, ocupou a sétima posição do ranking geral. Foram, apenas, 5,8% de participação no mercado de automóveis e comerciais leves.
Mas isso não é exclusividade da GM. A crise dos chips afeta diversas outras fabricantes de veículos no Brasil. De acordo com a Anfavea, associação das fabricantes do País, entre 100 mil e 120 mil veículos ficaram de fora da produção nacional no primeiro semestre por causa da falta de semicondutores.
A mais recente paralisação – que, aliás, surpreendeu o mercado – foi anunciada pela Toyota. Por escassez de componentes, a marca japonesa foi obrigada a suspender suas atividades nas fábricas de Sorocaba e Porto Feliz, ambas, no interior de São Paulo. Portões ficarão fechados entre os dias 18 e 27 de agosto.
Nesse sentido, em Sorocaba, a Toyota vai interromper a produção da linha de compactos Yaris (hatch e sedã), além do Corolla Cross. O Etios, que já foi aposentado no mercado brasileiro, mas continua sendo feito para exportação, também deixará de ser montado pela fabricante no período. Em Porto feliz, todavia, a Toyota para de produzir os motores 1.3 e 1.5 (usados por Yaris e Etios), bem como o 2.0 16V da linha Corolla ? todos flexíveis.