Honda Hornet: fora de linha há 10 anos, moto ainda é a mais procurada

Modelo 2012 tinha visual inspirado na CB 1000R e um potente motor de quatro cilindros. Fotos: Divulgação/Honda
Arthur Caldeira
11/02/2024 - Tempo de leitura: 4 minutos, 37 segundos

Lançada no Brasil em 2004, a Honda CB 600F Hornet foi sucesso de vendas e continua tendo uma legião de fãs. Liderou o ranking das motos naked mais vendidas do país até sair de linha em 2014, com quase 50 mil unidades vendidas.

Mesmo aposentada há uma década, a Hornet foi a moto usada com maior procura entre as anunciadas nas plataformas da Webmotors no ano passado. Segundo o levantamento da própria empresa, a Honda CB 600F Hornet ocupa a primeira posição na lista, seguida pela BMW G 310 GS, na segunda colocação, e pela Yamaha NMax 160, na terceira.

A situação não é inédita. Praticamente, desde que a Honda tirou a Hornet de linha no Brasil, a naked ocupa o topo das buscas entre as motos mais usadas.

A nostalgia é tanta que a Honda decidiu “renascer” a Hornet. Em 2022, a fabricante japonesa revelou a CB 750 Hornet, um dos lançamentos que chega ao Brasil neste ano. A nova Hornet, contudo, usa um motor de dois cilindros paralalelos ao invés do quatro em linha que caracterizou o modelo de 600cc.

Entretanto, o bom desempenho do motor de quatro cilindros em linha de 599 cm³, suas especificações esportivas e a facilidade de pilotagem são algumas características que fizeram a fama da Hornet. Mas, afinal, por que a naked da Honda ainda desperta paixões até hoje?

Motor potente

A primeira geração da Hornet chegou ao Brasil em 2004, mas já como modelo 2005. A naked trazia o motor de quatro cilindros e 599 cm³, derivado da esportiva CBR 600. Ainda carburado, produzia 96,5 cavalos de potência máxima a 12.000 rpm e 6,43 kgf.m de torque a 9.500 giros.

Primeira geração chegou ao Brasil em 2004; motor carburado produzia 96,5 cv de potência máxima

Desempenho que não foi superado nem mesmo pela atual CB 650R, modelo que ocupa o posto de naked média da Honda. Embora tenha controle de tração, faróis de LED e um design atraente, a CB 650R produz apenas 88,4 cv de potência e 6,13 kgf.m de torque.

Se comparada às segunda e terceira geração da Hornet, que chegaram ao Brasil em 2008 e 2011, respectivamente, a CB 650R perde feio. Já com injeção eletrônica, o tetracilíndrico produzia 102 cavalos de potência máxima.

Características esportivas

Outro diferencial da Hornet era sua origem. Baseada na CBR 600RR, traduzia perfeitamente o conceito de streetfighter, como ficaram conhecidas as motos naked (pelada, sem carenagem), derivadas de superesportivas.

Devido ao seu quadro de alumínio, Hornet era mais leve que as concorrentes; naked também tinha suspensão invertida

A segunda geração também trouxe suspensões invertidas na dianteira. Item que não era comum nas motos da mesma categoria. Para se ter uma ideia, só em 2020, o modelo que substitui a Hornet, a CB 650R, ganhou garfo upside-down, no trem dianteiro.

Melhor que as concorrentes

A Hornet també foi um sucesso, enquanto estava em linha, por que era, de fato, melhor que as concorrentes. A começar pelas especificações. No quesito potência, a CB 600F dava um banho na Suzuki Bandit 650, que tinha 84 cv, e na Yamaha XJ6, com 77,5 cv de potência.

Última geração da Hornet tinha moto de quatro cilindros e 599 cm³ capaz de produzir 102 cv de potência máxima

Claro que potência não é tudo em uma moto, mas a Hornet tinha outras qualidades perante às concorrentes. Em função de seu quadro de alumínio, era mais leve (177 kg) e fácil de pilotar que as concorrentes, como Suzuki Bandit 650 (215 kg) e Kawasaki Z 750 (203 kg).

Com motor potente e bom conjunto ciclístico, dotado de suspensões invertidas e quadro em alumínio, a Hornet mesclava esportividade e conforto na medida certa. A naked média da Honda se saía bem na cidade, tinha conforto e desempenho para viajar e até era possível se divertir em uma pista.

Com isso, a Hornet atendia bem diferentes públicos. Outros modelos concorrentes da época ou eram muito pragmáticos, como a Yamaha XJ6N, excelente na cidade, mas faltava potência e ciclística na pista ou eram muito esportivos, como a Kawa Z 750, que era mais pesada e tinha um curto raio e giro para circular com desenvoltura no trânsito urbano.

Custo-benefício

Embora nunca tenha sido uma moto barata, a CB 600F Hornet não era das mais caras. Com valores girando em torno dos R$ 30 mil, a Hornet tinha um bom custo-benefício, oferecendo um bom pacote pelo valor cobrado.

A segunda geração que desembarcou por aqui em 2008, por exemplo, custava R$ 30.837, na versão standard. Valor mais em conta que as concorrentes àquela altura: a Yamaha FZ6N tinha preço sugerido de R$ 35 mil e a Suzuki Bandit 650N saía por R$ 31.151.

Atualmente, um modelo da primeira geração, ainda carburada, custa em torno de R$ 25 mil, mas é difícil encontrar um em boas condições.

Já a segunda geração, injetada e com suspensões invertidas, está na casa dos R$ 30 mil. Os últimos modelos, já com o visual semelhante a CB 1000R e painel totalmente digital, além das suspensões invertidas, não são encontradas por menos de R$ 38 mil em bom estado.

Ranking das motos usadas mais buscadas em 2023 no Brasil*

  1. Honda CB 600F Hornet
  2. BMW G 310 GS
  3. Yamaha NMAX 160
  4. Honda PCX
  5. Yamaha XTZ 250 Lander
  6. BMW S 1000 RR
  7. Yamaha MT-03
  8. Yamaha FZ25 Fazer
  9. Honda XRE 300
  10. Yamaha XT 660R

*fonte: Webmotors Autoinsights