iFood anuncia aumento de R$ 1 na taxa mínima para entregadores de moto
Pacote de iniciativas para entregadores inclui ainda ampliação do seguro pessoal; profissionais classificam reajuste como ‘desrespeito’

O iFood anunciou reajuste na taxa mínima paga a cada pedido entregue, além de outras iniciativas para os entregadores de moto e bicicleta que atuam na plataforma. As medidas surgem como resposta à paralisação dos entregadores no início de abril, reivindicando melhores remuneração e condições de trabalho.
“Estamos sempre ouvindo nossos entregadores e buscando entender suas necessidades para oferecer soluções reais que impactem positivamente seu trabalho. Este novo pacote é resultado direto desse diálogo, com o objetivo de aumentar seus ganhos e garantir que sua experiência na plataforma seja cada vez melhor”, explica Johnny Borges, Diretor de Impacto Social do iFood.
As novidades incluem o aumento da taxa mínima por rota para todos os modais, ampliação do seguro pessoal para os casos mais graves e padronização das rotas para entregas de bicicleta. De acordo com comunicado do iFood, “as medidas visam tornar a experiência dos profissionais de delivery mais justa, transparente e eficiente”.
Reajuste vale apenas a partir de junho
Entre as principais mudanças, está o reajuste na taxa mínima paga a cada pedido entregue. A plataforma também passou a diferenciar as taxas de acordo com o modal. Agora, a taxa mínima por pedido para entregadores de bicicleta passou de R$ 6,50 para R$ 7,00. Enquanto isso, a taxa para entregadores de motocicleta subiu de R$ 6,50 para R$ 7,50, ou seja, aumento de R$ 1. Os novos valores, porém, passam a valer apenas a partir de 1º de junho.
Embora o iFood argumente que os reajustes superam a inflação acumulada em 2024, que foi de 4,8%, de segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), os entregadores classificaram o aumento como “um desrespeito”.
‘Aumento de R$ 1 foi desrespeito’
“Isso foi um tapa na cara da categoria. Um desrespeito com os trabalhadores que mantém a plataforma funcionando”, afirmou Edgar Francisco da Silva, conhecido como “Gringo Motoka”. Presidente da Associação dos motofretistas de aplicativos e autônomos do Brasil (AMA-BR), Gringo diz que a paralisação pedia R$3,50 de reajuste, ou seja, que a tarifa passasse para R$ 10.
O profissional, um dos líderes da categoria na cidade de São Paulo, também criticou a diferenciação entre entregadores motociclistas e ciclistas. “Isso é ridículo, nunca houve isso. Afinal, o motociclista tem o desgaste da moto e gasto com combustível, mas o ciclista também tem o desgaste do corpo”, alega da Silva.
A plataforma argumenta que levou em consideração fatores como custos de manutenção e combustível para implementar valores diferenciados por modal. O iFood também afirma que, além da taxa mínima, os entregadores recebem valores adicionais por cada entrega extra realizada na mesma rota ou por quilômetro rodado.
O presidente da associação dos motofretistas argumenta que o iFood não mexeu em pontos fundamentais como o valor da quilometragem. “Esse é um dos pontos mais importantes para nós”, afirmou o entregador. Dessa forma, Gringo afirma que a categoria se sentiu insultada e deve fazer nova mobilização. “Teremos uma reunião para ver quais serão os próximos passos da categoria, mas com certeza deve ser bem maior”, conclui.
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