Mais de 120 mil pessoas físicas e empresas já adotam a modalidade de carro por assinatura no Brasil, em substituição à compra do veículo. Os dados referem-se apenas aos contratos celebrados com as locadoras, e excluem as assinaturas oferecidas pelas montadoras.
De acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), a assinatura foi a modalidade de negócios que mais cresceu durante a pandemia. Em 2021, ela representava cerca de 8% da frota, mas atualmente já significa “de 11% a 12%” do negócio, na estimativa de Paulo Miguel Junior, conselheiro da entidade.
De acordo com Miguel Junior, o segmento deve continuar crescendo, por causa de uma mudança cultural. “Faz mais sentido pagar pelo uso, e não pela propriedade”, diz. Para exemplificar a mudança, ele faz um paralelo com a linha de telefone fixa, que, no passado, era adquirida pelo usuário.
“O carro continua a ser visto dessa forma [como propriedade] por um público de maior idade, mas, quando fazemos as contas, percebemos que isso está mudando”, garante. Ele afirma, também, que o custo final da assinatura é menor do que o da aquisição. Pelas suas estimativas, a faixa etária de quem adota a assinatura fica entre 25 e 45 anos.
Preço de compra elevado e condição de crédito “muito apertadas” estão entre as razões apontadas por Miguel Junior como fatores que contribuem para que as pessoas considerem a assinatura. Segundo ele, nesse caso, “a parcela cabe mais no bolso e não há tantos entraves na análise de crédito”, afirma.
Diferentemente da aquisição, ao fazer um contrato de assinatura o usuário livra-se de despesas como documentação, IPVA, seguro, revisões e manutenção, por exemplo. Todos esses custos são assumidos pela locadora. Além disso, a assinatura dispensa gastos com a entrada – ao contrário do financiamento tradicional.
Embora o segmento tenha crescido durante a pandemia, na época houve registro de falta de carros em todos os segmentos, motivada pela escassez de suprimentos, especialmente semicondutores.
Segundo Miguel Junior, essa fase já está superada, embora, atualmente, haja problemas pontuais com os carros de entrada, por causa do programa de “carro popular” do governo.
Nessa primeira fase, as vendas com desconto são apenas para pessoas físicas. Com isso, as vendas de veículos desse segmento às locadoras ficaram paralisadas. Por outro lado, o conselheiro garante que a medida não afetou a oferta dos SUVs – segmento que continua com bastante aceitação. Atualmente, a Abla reúne mais de 22.900 locadoras associadas, das quais estima-se que 20% ofereçam contratos de assinaturas.
Em geral, os contratos de assinatura variam de 12 a 48 meses, a depender da empresa. Os planos também incluem mensalidades que oscilam de acordo com a média rodada. Em linhas gerais, quem roda menos pode fazer um contrato com menor franquia de quilometragem. No caso da Movida, há opções entre 1.000 e 3.000 km mensais, o que permite adequação às necessidades pessoais.
Na empresa, um Fiat Mobi tem mensalidade de R$ 1.699,50, em contrato de 48 meses, e franquia de 1.000 km por mês. Para uma franquia de 2.000 km, a parcela mensal sobe para R$ 1.789,50.
Na categoria dos SUVs, o Nissan Kicks tem prestações mensais de R$ 2.659,50, no contrato de 48 meses, e franquia de 1.000 km. Para rodar até 2.000 km, a mensalidade sobe para R$ 2.779,50.
O contrato de assinatura pode ser uma alternativa a quem queira conhecer mais sobre um modelo antes de se decidir pela compra. É o caso, por exemplo, de modelos elétricos, que trazem uma nova tecnologia e também dúvidas relacionadas a autonomia, manutenção, existência de pontos de recarga, entre outras.
Assim, a modalidade permite descobrir se o automóvel é uma boa opção para uma convivência mais longa. Na Movida, há oferta de um Fiat 500e (elétrico) seminovo, por mensalidades de R$ 6.569,40, em 48 meses, e franquia de 1.000 km. Ainda no segmento dos elétricos, o Nissan Leaf, também seminovo, sai por R$ 3.999,60, em 48 meses, e 1.000 km de franquia.
Além das locadoras, várias montadoras passaram também a oferecer a assinatura de seus veículos. O Mit Assinatura é o programa da Mitsubishi que oferece as picapes 4×4 da marca, além dos SUVs Eclipse Cross e Pajero Sport. A marca dispõe ainda de modelos blindados. O Eclipse Cross HPE, por exemplo, tem parcelas de R$ 4.155, em contratos de 36 meses. A picape L200 Triton Outdoor GLX sai por 36 vezes de R$ 3.800, enquanto um Pajero Sport HPE blindado tem mensalidade a partir de R$ 11.045.
Na Audi, o programa Audi Signature oferece uma ampla gama de modelos, que vai do A3 sedã (R$ 6.245 por mês) ao esportivo elétrico RS e-tron GT, com mensalidade de R$ 22.140, em contrato de 36 meses. A empresa oferece também contratos de 18 e 24 meses.
Saiba mais sobre o assunto no canal Carro por Assinatura