A capital paulista passou a ser a cidade com a maior frota de ônibus 100% elétrico do País sem alimentação pela rede área com a chegada de um lote de 15 unidades do modelo BYD D9W. Os veículos estão em operação a cargo da concessionária Transwolff na linha 6030/10 Unisa-Campus 1/Terminal Santo Amaro, na zona sul do município.
A rota escolhida foi selecionada após estudo técnico de viabilidade da SPTrans, responsável pela gestão do sistema do transporte público de São Paulo. O projeto piloto, no qual a Transwolff foi habilitada, considerou critérios como percurso, quilometragem diária, número de passageiros, frota, menor custo na oferta da energia elétrica no local de abastecimento e distância entre a garagem e o ramal elétrico. No caso, a linha tem 29,7 km de extensão, 18 ônibus na frota e transporta, em média, 14,8 mil passageiros por dia útil.
Na ocasião de entrega dos ônibus, em meados de novembro, o prefeito Bruno Covas ressaltou que não basta somente a introdução de ônibus elétricos para um modelo de transporte sustentável.
“Primeiro, a eletricidade deve vir de uma fonte limpa. Não exigir isso seria transferir a poluição. Segundo, para utilizar esse tipo de nova energia é preciso que ela seja, no máximo, a mesma proporção de custo que hoje o diesel representa para o ônibus. Esse custo vai cair no futuro e, quem sabe lá na frente, possa também representar uma redução da tarifa por conta dessa energia.”
No escopo do projeto, a energia para carregamento das baterias dos novos ônibus é gerada a partir de uma fazenda de células fotovoltaicas no interior de São Paulo, transformada a partir da energia solar. Os ônibus também, de acordo com a BYD, proporcionam custos operacionais 70% menores em relação ao ônibus convencional. O abastecimento elétrico chega a representar 25% do valor gasto com o diesel e o menor número de peças e componentes reduz a conta da manutenção e aumenta a disponibilidade.
Os BYD D9W têm alcance de até 250 quilômetros de autonomia, distância suficiente para que rodem o dia inteiro, retornando somente à noite para recarga. Os veículos precisam de três a quatro horas para recarregamento total das baterias.
Do lote entregue, três foram encarroçados pela Marcopolo com capacidade para 70 pessoas (30 sentadas e 40 em pé) e 12 com carroceria da Caio, para 80 passageiros (31 sentados e 49 em pé). Os veículos, de 13,5 metros de comprimento, também já estão equipados com a tecnologia NFC, para pagamento da tarifa por meio dos cartões de débito ou crédito, smartphones ou smartwatches. São do tipo piso baixo, trazem ar-condicionado, wi-fi, tomadas USB, monitoramento interno por câmeras e dispositivo de acesso a cadeirantes.
Os chassis possuem dois motores elétricos de 150 KW integrados nas rodas do eixo traseiro que geram o equivalente a 402 cv. Contam com controle eletrônico de tração, suspensão pneumática integral e freios a disco com sistema regenerativo de energia, que alimenta as baterias durante frenagens.
Lei municipal 16.802/2018 determina redução 50% da emissão de gases de efeito estufa (CO2) em 10 anos e 90% de material particulado no mesmo período
*Valores comparados com os de um ônibus convencional Euro 5 que roda, em média, 6.000 km/mês