Se você não tem carro particular ou não anda de carro, pode se perguntar: o que eu e a maioria da população brasileira que anda de transporte coletivo têm a ganhar com os avanços da indústria automotiva?
Pode parecer que não, mas a resposta certa é: mais do que você imagina.
Isso porque, desde sempre, a tecnologia desenvolvida e empregada nos carros particulares sempre evoluiu em todos os modais. Quebrando até as barreiras do planeta Terra.
A General Motors fez história aplicando tecnologias avançadas e engenharia para apoiar o Veículo Lunar Rover, que os astronautas da Apollo 15 dirigiram na Lua em 1971, e, agora, vai repetir o feito.
Em parceria com a Lockheed Martin, empresa global de segurança e aeroespacial, a montadora aceitou um desafio da agência espacial americana (Nasa) e está desenvolvendo a próxima geração de veículos lunares que transportará astronautas na superfície da Lua.
O programa Artemis, da agência espacial, está enviando seres humanos de volta à Lua, em que explorarão e conduzirão experimentos científicos usando uma variedade de rovers. A Nasa desafiou a indústria a desenvolver um veículo terreno lunar (LTV), que permitirá aos astronautas explorarem a superfície do único satélite natural da Terra mais longe do que nunca. O LTV é o primeiro de muitos tipos de veículo de mobilidade de superfície necessários para o programa Artemis.
Mas, voltando ao planeta Terra e aos milhões de brasileiros que pegam ônibus todos os dias, podemos garantir que a tecnologia, que começa como aspiracional nos carros de luxo, ao ganhar escala e popularizar-se, não tarda a chegar ao transporte de massa e de cargas.
Assim, as soluções de baterias elétricas desenvolvidas, hoje, para carros de passeio muito em breve serão utilizadas nos ônibus e caminhões, que se tornarão não poluentes, mais silenciosos e com custos de recarga e manutenção reduzidos em relação aos veículos a combustão, o que, em última análise, deverá se refletir nos preços aplicados ao consumidor.
E as aplicações dessa tecnologia ainda vão muito além dos transportes terrestres. Recentemente, a GM também anunciou que unirá forças com a empresa alemã Liebherr-Aerospace para desenvolver um sistema de geração de energia de célula a combustível de hidrogênio para aeronaves.
E, depois de conquistar as estradas, os ares e o espaço sideral, literalmente, nem o céu é o limite para onde a tecnologia desenvolvida pela indústria automotiva pode chegar. Certamente, o transporte hidroviário, ferroviário e outros modais individuais como a bicicleta se beneficiarão dos avanços alcançados para promover a eletrificação e a direção autônoma dos carros.
Ou seja, quem ainda acha que o carro é o vilão da mobilidade é melhor pensar de novo. É nessa indústria que a tecnologia que impacta toda a população é desenvolvida.