A maioria dos trabalhadores das principais plataformas enfrentam condições precárias de trabalho, com remunerações baixas e bloqueios injustos, revelou o primeiro relatório conduzido em 2021 pelo Fairwork Brasil, um projeto global de pesquisa sobre relações justas de trabalho, coordenado pela Universidade de Oxford, pelo Oxford Internet Institute e pelo WZP Berlin Social Science Center.
“De um total de 10 pontos em nosso ranking, os grandes aplicativos em operação, no Brasil, iFood e 99 marcaram 2, enquanto Uber teve apenas 1 ponto, e os demais, Rappi e Get Ninjas, tiveram score zero”, revela Rafael Grohmann, coordenador do Fairwork Brasil e professor de estudos críticos de plataformas e dados da Universidade de Toronto, no Canadá. Apesar de baixa, algumas melhorias que garantiram alguma pontuação às plataformas foram implantadas por sugestão do próprio projeto, segundo o pesquisador.
Grohmann pensa ser possível unir os potenciais da tecnologia para uma economia cooperativa, mas não acredita que seja possível “vencer” as big techs. O pesquisador do Fairwork cita outros exemplos de plataforma alternativa, no Brasil, como o Contrate Quem Luta – assistente virtual criado pelo Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) para conectar os integrantes a pessoas que precisam de alguma prestação de serviços em diversas áreas.
Em São Paulo (SP), também existe o Señoritas Courrier, coletivo de entregadoras mulheres e pessoas LGBTQIA+ que contam com um formulário automatizado para solicitar o orçamento de uma entrega. Dessa forma, o cliente e a trabalhadora sabem de antemão qual o valor destinado à entregadora e quanto irá para o coletivo. “Mas, essas cooperativas e coletivos serão sempre alternativas aos apps”, conclui Grohmann.
99 2
iFood 2
Uber 1
Get Ninjas 0
Rappi 0
Uber Eats 0