Prefeitura de SP informa ocorrência de quatro mortes de motociclistas em vias com a faixa azul

Faixa azul na Avenida 23 de Maio, primeiro trecho a receber o projeto-piloto, no início de 2022. Foto: Marcelo Pereira / SECOM-SP
Arthur Caldeira
Há 12 dias - Tempo de leitura: 3 minutos, 6 segundos

Uma das bandeiras do prefeito Ricardo Nunes para reduzir os sinistros e fatalidades com motociclistas, a faixa azul chegou a 98,2 km de vias na cidade de São Paulo. Embora os dados demonstrem que circular pela faixa sinalizada seja mais seguro, a prefeitura da capital confirmou a ocorrência de quatro mortes de motociclistas em vias com a faixa azul.

As mortes ocorreram entre dezembro de 2023 e abril deste ano, nas Avenidas dos Bandeirantes e Moreira Guimarães. “Desde a semana passada, a Secretaria da Segurança Pública investiga quatro óbitos para apurar as circunstâncias e se aconteceram ou não em faixas azuis”, afirmou a Prefeitura em nota.

De acordo com a administração municipal, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Companhia de Engenharia de Tráfego, envia à Secretaria Nacional de Trânsito as avaliações relativas às vias com Faixa Azul implantadas, trimestralmente.

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O procedimento, segundo a nota, cumpre o estipulado pelo órgão federal nas autorizações para implantação do projeto-piloto no município. Por não estar prevista no Código de Trânsito Brasileiro, a faixa azul é uma sinalização experimental, criada pela CET-SP, no início de 2022.

Como foram as mortes nas avenidas com faixa azul

Até dezembro do ano passado, não havia registro de mortes de motociclistas nas ruas e avenidas com a sinalização exclusiva para motos. Contudo, a prefeitura de São Paulo confirmou a ocorrência de quatro mortes em avenidas com a faixa azul. Três óbitos aconteceram na Avenida dos Bandeirantes e um, na Moreira Guimarães.

Confira as informações relativas a sinistros de trânsito e vítimas na faixa azul divulgadas pela administração municipal:

  • Um condutor de moto trafegava pela faixa da direita, na Av. dos Bandeirantes, sentido Marginal. O motociclista avançou o sinal vermelho na altura da Av. Antônio de Macedo Soares para fugir de um assalto, quando colidiu com um veículo, no dia 23 de dezembro 2023. A pessoa que estava na garupa morreu em razão da colisão. Vale ressaltar que a Faixa Azul da Avenida dos Bandeirantes segue entre as faixas da esquerda (1 e 2). A dinâmica do óbito aponta para uma situação em que a existência ou não da Faixa Azul não tem influência.
  • Um motociclista que se envolveu em um sinistro na Avenida dos Bandeirantes, sentido Marginal Pinheiros, em 8 de fevereiro deste ano, veio a falecer em 1º de março. Isto porque a vítima havia sido socorrida com vida e estava internada. A Companhia apura com as autoridades estaduais as circunstâncias da ocorrência para inclusão no relatório à Senatran.
  • Em 27 de março de 2024, um motociclista colidiu com a traseira de um caminhão. O sinistro aconteceu na Avenida Moreira Guimarães, sentido Aeroporto, na altura da Av. Jamaris, por volta das 2h da manhã. Neste horário, as pistas estão livres para todos os veículos. A vítima foi socorrida com vida, mas morreu no hospital. A Companhia aguarda a conclusão do laudo pericial.
  • Outro óbito ocorreu no domingo, 14 de abril, na Avenida dos Bandeirantes, sentido Marginal Pinheiros, sob o Viaduto João Julião da Costa Aguiar. Por volta das 14h, uma moto colidiu com dois carros. A pessoa que estava na garupa morreu no local.

Segundo nota da prefeitura, a CET-SP aguarda as conclusões dos trabalhos realizados pela perícia técnica, em todos os casos citados. O objetivo é compreender a dinâmica das ocorrências e os fatores que resultaram nas colisões e óbitos para encaminhar o relatório à Senatran.