Apesar da inflação em alta e das previsões pessimistas para o PIB deste ano, a produção de motos no Brasil vai na contramão da crise. Neste ano, registra alta de 33.8%, em comparação com o mesmo período de 2020.
Entre janeiro e agosto de 2021, foram produzidas 787.610 motocicletas, segundo a Abraciclo, associação dos fabricantes do setor de duas rodas. Segundo dados a entidade, esse é o melhor resultado para os oito primeiros meses do ano, desde 2015, quando a produção totalizou 913.972 motocicletas.
“A motocicleta é mais barata, tem baixo custo de manutenção e permite deslocamentos mais rápidos na comparação com os carros. Aliado a isso, a alta dos combustíveis está levando muitas pessoas a preferirem o guidão”, diz o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
O executivo afirma que o setor reage na contramão da crise econômica, mas está preocupado com os rumos da economia. “Estamos atentos, pois a alta dos juros, o aumento da inflação e a explosão dos preços também poderão afetar o setor de duas rodas”, completa Fermanian.
A produção de motos no Brasil poderia até ter sido melhor, mas a pandemia atrapalhou os planos. A Yamaha paralisou algumas linhas de produção de motocicletas desde o último dia 9 até 24 de setembro, devido à falta de insumos e componentes.
A Yamaha afirma que os efeitos da variante delta causou problemas no cenário logístico internacional, principalmente na Ásia. A paralisação tem como objetivo, segundo a empresa, regular o fluxo de insumos nas linhas de produção.
Esta é a segunda paralisação na fábrica da Yamaha em Manaus (AM) neste ano causada por falta insumos. Em maio, a produção ficou suspensa por 11 dias.
“Estamos acompanhando atentamente as dificuldades de logística para o fornecimento de insumos. Houve casos de fechamento de alguns portos, principalmente na China, devido aos casos da variante Delta do coronavírus. Esse é um problema global.”, avaliou Fermanian.
A Honda, líder de mercado, também já suspendeu as atividades na fábrica de Manaus entre janeiro e fevereiro deste ano, mas em função da segundo onda de covid-19 que afetou a capital amazonense.