Honda CBR Fireblade faz 30 anos; veja evolução da moto esportiva
Criada em 1992, linha Fireblade completa três décadas de sucesso pistas como superesportiva de 1.000 cc mais potente da atualidade
4 minutos, 31 segundos de leitura
15/04/2023
Por: Arthur Caldeira
Em novembro de 1991, a Honda apresentava ao mundo a CBR 900RR Fireblade. A superesportiva foi a sensação do Salão de Milão daquele ano e revolucionou o segmento no ano seguinte, quando chegou às lojas. As outras motos esportivas da época tinham um motor muito potente, mas eram pesadas.
A equipe de engenheiros da Honda, liderada pelo pai da linhagem Fireblade, Tadao Baba, trabalhou no sentido contrário. O objetivo era reduzir o peso da CBR 900RR para conseguir mais velocidade com menos peso. Desde então, o modelo passou por diversas evoluções e avanços técnicos, mantendo-se, no entanto, fiel ao conceito original de um equilíbrio entre potência e controle.
A receita, aparentemente, deu certo. Afinal, o modelo completou 30 anos de sucesso nas pistas, em 2022, mas com uma grande diferença. Além do motor maior e do novo nome CBR 1000RR-R (o tal triple “R”), a Fireblade é hoje a superesportiva de 1.000 cc, aspirada, mais potente da atualidade.
Honda CBR 1000RR-R 2023 tem 216,2 cv de potência
Seu motor de quatro cilindros em linha, 999 cm³, que estreou no modelo RR-R em 2020, produz 216,2 cv de potência máxima a 14.500 rpm. Mesmo elevando a potência, a Honda não descuidou do peso: com um quadro perimetral de dupla trave feito em alumínio, a CBR 1000 RR-R SP marca 189 kg a seco na balança – apenas 4 kg a mais do que a CBR 900RR de 1992 (assista o vídeo acima que mostra a evolução do modelo).
Mas, com tanta potência, para se manter fiel à filosofia de controle total, a Honda teve que se render à tecnologia. Equipada com um sensor de medição inercial que faz uma leitura de seis eixos da posição da moto, aceleração, velocidade e inclinação, a CBR 1000RR-R conta com diversos controles eletrônicos.
São três modos de pilotagem totalmente personalizáveis. O piloto pode configurar a entrega de potência, o controle de tração, o nível de atuação do freio motor, os freios ABS, enfim… Praticamente, tudo. Até mesmo as suspensões eletrônicas da grife Öhlins.
Motor e eletrônica receberam ajustes finos
Em busca da perfeição em sua superesportiva topo de linha, a Honda fez apenas ajustes finos para tornar a CBR 1000 RR-R Fireblade 2023, que chegou recentemente ao País, ainda mais afiada – Fireblade significa “lâmina de fogo” em tradução livre.
Primeiramente, a marca japonesa fez melhorias no sistema de admissão e escape do modelo. O objetivo foi aprimorar a entrega de potência na segunda e terceira marchas, um pedido dos pilotos da equipe Honda no Campeonato Mundial de Superbike.
A eletrônica também foi aperfeiçoada. Segundo a Honda, o controle de tração agora ficou mais preciso. O sistema entra em atuação mais tardiamente, permitindo um certo nível de derrapagem da roda traseira.
A atuação do quickshifter, sistema que permite trocar as marchas sem o uso da embreagem, também passou por melhorias. Agora, houve uma redução no tempo de corte da ignição, diminuindo a queda na rotação do motor nas trocas e melhorando a entrega de torque nas retomadas.
Controle total
Apesar de mais potente e moderna do que a primeira CBR Fireblade, a nova CBR 1000RR-R 2023 manteve uma de suas principais qualidades: a filosofia de controle total, que se traduz em “facilidade” de pilotagem. Facilidade entre aspasmesmo, pois se trata de uma superesportiva de 1.000 cc com 216 cavalos que requer certa experiência.
Ainda assim, até mesmo pilotos não profissionais, como eu, podem se divertir bastante com a nova CBR 1000RR-R SP na pista. Durante o evento de lançamento do modelo, tive direito a uma sessão de treinos no Autódromo Velocitta, no interior de São Paulo.
Mesmo com toda a potência de uma 1.000 cc, a Triple R é uma superesportiva fácil de controlar, mesmo em um circuito técnico como o do Velocitta. Além dos modernos controles eletrônicos, que garantem uma segurança para despejar a cavalaria no asfalto, vale destacar a excelente ciclística do modelo.
Suspensões eletrônicas
As suspensões eletrônicas permitem infinitos ajustes e a balança traseira, inspirada na RC 213V da MotoGP, e o monoamortecedor fixado diretamente no motor resulta em um conjunto compacto que permite serpentear entre as curvas e no “S” do circuito com relativa facilidade.
Dessa forma, mesmo pilotos ocasionais sentem-se no controle da moto e conseguem acelerar bastante nas retas e deitar com confiança nas curvas. Diferentemente de outras esportivas mais nervosas que requerem mais prática e horas ao guidão para se entender com a moto. A meu ver, está aí uma das principais qualidades da CBR 1000RR-R SP.
O modelo chegou ao Brasil em fevereiro em duas versões. A comemorativa de 30 anos, que imitava a pintura da primeira Fireblade e já se esgotou; e a tricolor, nas cores da Honda Racing Corporation. O preço, assim como a potência, também está nas alturas: totalmente importada, o modelo 2023 da Triple R tem preço sugerido de R$ 193.500.
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