Royal Enfield Himalayan 450: aceleramos a nova trail da marca indiana
Nova geração do modelo com motor de 40 cv e ciclística robusta chega com preço competitivo para brigar com Honda Sahara e Yamaha Lander

Feita para qualquer estrada ou para nenhuma estrada. O slogan da Royal Enfield Himalayan 450 resume bem a proposta da nova geração da moto trail da marca indiana: ser uma moto robusta e versátil para enfrentar qualquer terreno. Totalmente renovada, a Himalayan 450 chega agora ao Brasil com qualidades e um preço competitivo para brigar com concorrentes de peso, como a Honda Sahara 300 e a Yamaha Lander 250. Vendida a partir de R$ 29.990, a nova trail da Royal Enfield tem mais potência, mais tecnologia e um preço final inferior aos modelos de menor capacidade.
“Acreditamos que a Himalayan 450 tem tudo para se tornar a Royal Enfield mais vendida no Brasil”, afirma o diretor executivo da marca indiana para a América Latina, Gabriel Patini. Afinal, o modelo chega para brigar na categoria trail, segunda mais vendida do mercado brasileiro com 344,8 mil unidades emplacadas no ano passado.
Para cumprir esse objetivo, a Royal Enfield tem ampliado suas concessionárias no País. A fabricante indiana também abriu uma nova linha de montagem em Manaus (AM) em parceria com o grupo Multi. De acordo com o executivo, a expectativa é vender 700 unidades por mês.
Como é a nova Himalayan 450
Totalmente renovado, o modelo não herda nem sequer um parafuso da sua antecessora, a Himalayan 411. “Mas mantivemos o nome e a proposta de ser uma moto versátil e robusta para enfrentar qualquer terreno”, explica o chefe mundial de design da Royal Enfield, Mark Wells.

Seu design manteve a identidade visual da geração anterior, marcada pelo para-lama alto, farol redondo e um pequeno pára-brisa, porém com linhas mais modernas e orgânicas. Entretanto, foi construída sobre um novo motor de um cilindro, com 452 cm³ de capacidade. O primeiro da Royal Enfield com arrefecimento líquido, duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC) e acelerador eletrônico. Dessa forma, produz 40 cv de potência máxima a 8.000 rpm. Uma enorme evolução se comparado ao monocilíndrico refrigerado a ar de 411 cm³ e 24,5 cv do modelo anterior.
Embora gire mais e tenha mais potência, a nova Himalayan de 450cc não perdeu o torque desde os baixos giros, uma característica bem vinda em uma moto de uso misto. A partir de 3.000 rpm, já há força para fazer uma ultrapassagem ou encarar uma ladeira íngreme, até atingir o pico de 4,08 m.kgf de torque máximo a 5.000 giros.

Percorremos cerca de 300 quilômetros nos cânions da Serra Gaúcha, grande parte deles em estradas de terra e trilhas cheias de pedra. Equipada com câmbio de seis marchas e embreagem assistida e deslizante, a Himalayan 450 demonstrou força para subir uma ladeira de pedras ou atingir a velocidade máxima de 164 km/h.
Dotada de um tanque de 17 litros, o motor teve um consumo médio de 25 km/litro. Sua autonomia estimada, portanto, fica acima dos 400 km.
Ciclística robusta
Com um quadro de aço, com o motor fazendo parte da estrutura, a nova Himalayan 450 também traz grandes evoluções no conjunto ciclístico. As suspensões contam com garfo telescópico invertido Showa, na dianteira, e um monoamortecedor fixado por links na traseira. Ambas têm 200 mm de curso, mas só há ajuste da pré-carga da mola no amortecedor traseiro. O peso de 196 kg em ordem de marcha pode parecer elevado, quando a moto está parada ou em manobras, mas em função da boa distribuição de peso e das suspensões, mal se nota quando a moto está em movimento.

Em conjunto com rodas raiadas, aro 21, na frente e 17, atrás, a ciclística da nova Himalayan se mostrou robusta seja para atravessar um arroio (como os gaúchos se referem aos córregos) ou para acelerar em uma estrada cheia de pedras a 70 km/h. Já no asfalto, transmitiu confiança para rodar a 120 km/h e atacar as curvas das sinuosas estradas gaúchas.
Sua posição de pilotagem, típica das motos trail, com o tronco ereto, braços abertos e joelhos pouco flexionados, se mostrou confortável no asfalto, enquanto o pequeno para-brisa protege razoavelmente o piloto do vento. Já na terra, sua “cintura” fina facilita pilotar em pé, mas, particularmente, gostaria de um guidão um pouco mais alto. Tanto o guidão mais off-road e um para-brisa mais alto são vendidos como acessórios.
Eletrônica na medida
Equipada com freios a disco nas duas rodas, com sistema ABS de dois canais, a nova Himalayan permite desligar o sistema na roda traseira. A opção permite uma pilotagem mais, digamos, radical, principalmente em estradas e trilhas de terra. Também é possível desligar completamente o sistema.

Tudo por meio do novo e interessante painel de instrumentos Tripper. Desenvolvido em conjunto com o Google, o painel permite espelhar o Maps, direto do smartphone para a tela colorida de TFT. Na parte eletrônica, ainda há dois modos de pilotagem: Performance e Eco, sendo o último mais suave e feito para economizar combustível.
Aventureira acessível
Uma grande evolução em comparação a sua antecessora, a Royal Enfield Himalayan 450 cumpre a proposta de ser uma aventureira acessível. Tanto na pilotagem como na etiqueta de preço. O conjunto motor e câmbio entrega desempenho suficiente para fazer uma longa viagem no asfalto, enquanto suas suspensões enfrentaram com valentia as estradas de terra.
Com assento a 825 mm do solo, permite que pessoas de 1,70m, como eu, apoie com facilidade os dois pés no chão. Sem controles eletrônicos complicados, a Himalayan 450 é uma boa opção para quem gosta de se aventurar por aí, sem se preocupar com o caminho.
A nova Himalayan 450 chega às lojas em três versões. A versão de entrada na cor cinza, com rodas raiadas e pneus com câmara, sai por R$ 29.990. Já o modelo intermediário, na cor preta com detalhes e rodas dourados, custa R$ 30.990. A Himalayan 450 topo de linha custa R$ 31.990. Sua principal diferença são as rodas raiadas com aros externos, que permitem o uso de pneus sem câmara, mais fáceis de serem reparados em caso de um furo. O valor é semelhante ao preço sugerido pelas concorrentes, mas inferior ao praticado nas concessionárias Honda e Yamaha. Na capital paulista, por exemplo, Sahara 300 é vendida por cerca de R$ 34 mil, enquanto a Lander 250 custa R$ 30 mil. Ambas têm especificações e desempenhos inferiores à nova moto trail, que deve levar a marca indiana por novos caminhos.
Ficha técnica
Royal Enfield Himalayan 450
Motor: um cilindro, 452 cm³
Câmbio: seis marchas
Potência: 40 cv a 8.000 rpm
Torque: 4,08 m.kgf a 5.000 rpm
Peso em ordem de marcha: 196 kg
Preço: a partir de R$ 29.990
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