Um novo Scania a gás está chegando ao mercado brasileiro. Trata-se do P 280, modelo com tração 6×4 mira o setor canavieiro. De acordo com a marca, a novidade foca operações de transbordo de cana-de-açúcar. Para isso, o caminhão conta com o pacote XT. O preço sugerido é de cerca de R$ 900 mil. Ou seja, em torno de 30% a mais que a tabela da versão a diesel.
De acordo com fabricante, o kit inclui para-choque de aço, pino de reboque e degrau de inspeção, entre outros itens. Além disso, há oito cilindros de gás instalados no chassi. Com isso, a capacidade total é de 220 m³ de combustível. Conforme a Scania, o P 280 6×4 a gás tem autonomia de até 500 km.
Conforme a marca, o tempo necessário para reabastecimento é equivalente ao de modelos similares com motor a diesel. Ou seja, em torno de 15 minutos. Segundo a Scania, isso é possível graças ao chamado bico NGV2, de maior vazão de gás.
Conforme o engenheiro de pré-vendas da Scania do Brasil, Ivanovik Marx, os testes com clientes ainda não começaram. Portanto, não há dados sobre o tempo médio de operação entre os reabastecimentos. No transbordo de cana, a autonomia é contada em horas, e não em quilômetros rodados.
Embora a Scania não informe o nome da usina que irá avaliar essa primeira unidade do P 280 a gás, Ivanovik diz que o objetivo é que os clientes possam produzir o biogás utilizado no caminhão. Com isso, considerando todo o ciclo, a redução de emissões de CO2 pode chegar a 90%.
A nova opção do P 280 tem motor Scania de 9,3 litros. Porém, o seis-cilindros é de ciclo Otto. A potência é de 280 cv às 1.900 rpm e o torque, de 138 mkgf, fica disponível entre 1.000 rpm e 1.400 rpm. Essa força máxima é equivalente à do modelo a diesel.
A transmissão é a GRS900, automatizada de 12 velocidades, mais duas marchas do tipo crowler. Além disso, há sistema de freio retarder. De acordo com a Scania, o poder de frenagem é de cerca de 500 cv.
Outro destaque é a cabine curta e com teto baixo, que garante maior capacidade de carga. Em relação à distância entre os eixos, a mais adequada para transbordo de cana é a com 4.000 mm. Porém, a marca oferece opções de até 6.050 mm.
Além disso, a área de engenharia da fabricante recomenda que a relação do diferencial seja bem reduzida. Isso porque o caminhão vai rodar em velocidade baixa para acompanhar a colheitadeira durante o transbordo da cana.
Como a cabine tem 2.920 mm de altura, o túnel do motor é alto. Isso reduz o espaço entre os bancos do motorista e passageiro. Apesar das dimensões reduzidas, a cabine é parecida com a da linha Scania R. Além disso, traz equipamentos como volante multifuncional e painel curvo, que facilita a visualização dos instrumentos
A versão apresentada pela marca tem cabine simples. De acordo com Scania, trata-se da mais adequada para esse tipo de operação. Porém, o modelo também pode ter cabine leito. Além disso, dependendo da aplicação e do tipo de implemento, há opção de defletores para o teto e as laterais.
O pacote XT garante mais versatilidade ao modelo. O para-choque de aço, por exemplo, se traduz em bom ângulo de ataque, em torno de 30°. Assim, o caminhão trafega mais livremente em terrenos muito acidentados. Além disso, é fácil manusear o pino de reboque.
Já os degraus nas laterais da cabine facilitam a tarefa de inspeção de carga. Há ainda grades de proteção de faróis. Bem como sistema de admissão de ar em posição alta, de modo a reduzir a aspiração de poeira.
Embora a participação ainda seja pequena, as vendas de caminhões a gás avançam no Brasil. Por ora, a Scania é a única marca a oferecer esse tipo de opção. De acordo com a fabricante, foram emplacadas cerca de 600 unidades desde o lançamento no País, no fim de 2019.
A marca vende opções para aplicações rodoviárias com caçamba, grãos, tanque e frigorífico, entre outras. Há ainda o P 340 destinado à coleta seletiva. Com o novo P 280, a Scania pretende consolidar ainda mais sua presença no mercado.
Porém, em breve a companhia de origem sueca terá uma rival de peso. A Iveco está se preparando para lançar seu caminhão a gás no País. Em março, a italiana apresentou um Hi-Way movido a biometano e gás natural, em Brasília. As vendas devem começar durante a Fenatran 2022, em novembro.