Na hora de trocar o óleo da moto sempre surgem diversas dúvidas. A primeira delas é, justamente, quando fazer a troca. A resposta mais simples se encontra no Manual do Proprietário de cada motocicleta, pois indica o tipo e o intervalo de tempo ou quilometragem para substituir o óleo. Em geral, pode variar entre 3 mil km e 12 mil km ou de 6 a 12 meses, dependendo do tipo de lubrificante e da moto.
Entretanto, por aí, em qualquer oficina ou bolsão de estacionamento de motos, a resposta a essa pergunta costuma ser a mesma: “eu troco o óleo da moto a cada 1 mil km”. Até mesmo alguns manuais trazem a observação “reduza o intervalo de troca no caso de uso em condições severas”. Com isso, muito motociclista fica com a pulga atrás da orelha. Afinal, qual a hora certa de trocar o óleo da moto?
A principal recomendação dos fabricantes é só uma: seguir à risca o Manual do Proprietário. Contudo, mesmo que a troca seja recomendada a cada 3.000 km, o motociclista precisa verificar o nível de óleo periodicamente e, se necessário, completar com o mesmo óleo utilizado. Se o motociclista utilizar um óleo diferente, o fluido pode perder suas características.
A validade do lubrificante também é outro fator a ser levado em conta. Após sair da embalagem, ele dura seis meses, no caso dos de base mineral, e um ano, os sintéticos. Mesmo que a moto não rode a quilometragem indicada, depois desse período o óleo deve ser substituído.
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“Esse pensamento (de trocar o óleo a cada 1 mil km) vem de antigamente, quando as motos usavam óleo mineral. A tecnologia dos óleos lubrificantes e as motos evoluíram. Atualmente, usam óleo de base sintética com um especificação adequada”, explica o coordenador de capacitação e suporte técnico dos lubrificantes Mobil, José Cesário Neto.
Com 35 anos de experiência no mercado de lubrificantes, Cesário Neto diz que, em uso normal, os motociclistas podem obedecer as recomendações do fabricante. “Entretanto, no caso de uso em condições severas, o intervalo de troca deve ser menor”, alerta.
Mas, afinal, o que são condições severas. De acordo com a Mobil, uso diário intenso em tráfego urbano com paradas constantes ou em estradas com poeira e lama podem ser classificadas como condições severas. Ou seja, entregadores e motoboys que rodam diariamente nas cidades fazem um uso severo de suas motos.
“Nessas condições severas, a temperatura do motor aumenta e o óleo fica mais suscetível à oxidação, ou seja, a absorver umidade e se deteriorar”, explica o engenheiro da Mobil. Dessa forma, o óleo perde mais rapidamente suas propriedades e exige uma troca antecipada.
O óleo tem como principal função evitar os desgastes causados pelas peças móveis do motor, como o pistão, cilindro, e até mesmo a embreagem. “Um óleo oxidado não irá proteger o motor da mesma maneira”, diz o especialista.
Como a maioria das motos de 150cc e 160cc têm intervalos de troca em torno de 3 mil km, os entregadores acabam colocando o prazo de 1 mil km como hábito. “Muitos desses profissionais rodam isso em uma semana de trabalho”, observa Cesário Neto.
Outra dica é sempre substituir o filtro de óleo quando for realizar a troca do lubrificante, ainda mais para quem usa a moto em estradas de terra com poeira. “O filtro retém sujeira. Não vale a pena colocar um óleo novo com um filtro sujo”, conclui.
Em resumo, se você faz uso intenso da sua moto em meio ao trânsito urbano, reduza o intervalo de troca de óleo pela metade. Se a recomendação do fabricante é substituir o lubrificante a cada 5 mil km, faça com 2,5 mil km para evitar problemas na sua moto. Além disso, verifique o nível do óleo semanalmente e complete, se for necessário.
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