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5 eixos da direção defensiva para melhorar a segurança no trânsito

Por: Daniela Saragiotto . 25/05/2021

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5 eixos da direção defensiva para melhorar a segurança no trânsito

Riscos a que estamos sujeitos no trânsito são provenientes de veículos, condutores, vias de trânsito, ambiente e comportamento das pessoas

6 minutos, 26 segundos de leitura

25/05/2021

Por: Daniela Saragiotto

Conteúdo produzido em parceria com o Observatório Nacional de Segurança Viária
Mobilidade Estadão, uma marca laço amarelo
Motorista. Foto: Getty Images
Posição correta ao dirigir produz menos desgaste físico, aumentando a segurança. Foto: Getty Images

Direção defensiva é uma forma de condução que permite ao motorista reconhecer, de forma antecipada, situações de perigo, prevendo e até mesmo evitando acidentes envolvendo os ocupantes do veículo e outros usuários da via. Ela é uma exigência para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) desde 2005, ou seja, a partir dessa data, a formação de condutores tem o tema como parte de sua carga horária. Mesmo com as alterações recentes no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), esse treinamento continua fazendo parte do processo para obtenção da CNH.

Mas o que é necessário para que o assunto passe de uma disciplina que as pessoas têm contato quando estão se habilitando para uma estratégia de direção praticada diariamente e com o intuito de salvar vidas? Para Sergio Avelleda, diretor de mobilidade urbana do World Resources Institute (WRI), a formação do condutor em direção defensiva é fundamental e o conhecimento dos motoristas deveria ser checado periodicamente.

“Nenhuma profissão tem carteira vitalícia. Pilotos de avião têm seu conhecimento testado todos os anos. Por que com os motoristas é diferente?”, questiona. Ele afirma que os condutores só retomam as aulas em situações extremas, como quando têm a carteira cassada. “Com o tempo, as pessoas adquirem vícios de direção, os veículos incorporam novas tecnologias e as normas de trânsito mudam. Daí a importância da atualização constante”, explica.

Para José Montal, diretor da Associação Brasileira de Medicina no Tráfego (Abramet), uma formação mais efetiva em direção defensiva seria uma estratégia para diminuir os índices de acidentes, especialmente envolvendo os mais jovens. “Em algumas faixas etárias, os sinistros de trânsito se colocam como a primeira entre todas as causas de morte”, afirma Montal. Para Avelleda, isso decorre do fato de que os motoristas brasileiros não são treinados para perceber os riscos envolvidos na direção. “Deveriam fazer parte da formação entender e se colocar no lugar de todos os que atuam no trânsito, como pedestres e ciclistas. Isso ajudaria a formar motoristas mais conscientes”, completa o diretor da WRI.

Da teoria à prática

De acordo com cartilha feita pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para apoiar a formação de quem está se habilitando, os riscos no tráfego se relacionam com cinco fatores: veículos, condutores, vias de trânsito, ambiente e comportamento. Com base nas orientações do órgão, reunimos algumas das principais recomendações para que todos possam relembrá-las e praticar um trânsito mais seguro, diariamente.

EIXO 1 – Veículo

Painel: devem ser observados, diariamente, todos os marcadores, como o de combustível, nível de óleo do freio e do motor, além do reservatório de água; os faróis devem ser testados (luz baixa e alta).
Palhetas: além de verificar se o reservatório tem água, também devem ser avaliadas as condições das palhetas, pois, se estiverem ressecadas, elas não vão limpar corretamente o vidro.
Pneus: de maneira geral, eles devem ter sulcos de, no mínimo, 1,6 milímetro de profundidade para o escoamento de água e aderência ao piso. É fundamental, também, checar, no manual, a calibragem correta para cada situação: carro vazio ou com carga máxima.
Cintos de segurança: são obrigatórios e devem ser usados por todos: inclusive passageiros do banco traseiro, gestantes e crianças.
Freios: o sistema desgasta-se com o tempo e pode ter sua eficiência reduzida, o que irá exigir maiores distâncias para frear com segurança. Nível do fluido e componentes como disco e pastilhas também devem ser verificados.

EIXO 2 – Condutor

• Condições gerais: não é apenas a ingestão de bebida alcóolica – é sempre bom lembrar que não existem níveis seguros para isso; então, álcool e direção nunca devem ser misturados – que afeta os reflexos do condutor: remédios, drogas, uma noite mal dormida ou mesmo uma refeição muito pesada aumentam o tempo de reação a situações diversas.
• Posição
: apoie o corpo, no assento e no encosto do banco, o mais próximo de um ângulo de 90 graus. Segure o volante com as duas mãos, como os ponteiros do relógio na posição de 9h15 e use calçados que se fixem nos pés.
• Retrovisores
: Não coloque bagagens que impeçam a visão pelo retrovisor interno; já os externos devem ser ajustados de maneira que reduzam ao máximo os pontos cegos.
• Concentração total
: evite situações de distração: usar o telefone, mesmo no viva-voz; ouvir música em volume que não permita escutar os sons do veículo e do entorno, transportar animais soltos ou mesmo objetos que possam se deslocar.

EIXO 3 – Vias

• Sinalização: toda sinalização é projetada com base na engenharia e no comportamento humano; então, deve ser respeitada. Embora os limites de velocidade sejam os indicados, há situações como tráfego intenso, condições do tempo, obstáculos e aglomeração que exigem redução na velocidade.
• Ultrapassagem
: mesmo que seja permitida em determinado trecho, o motorista só deve tomar a decisão de ultrapassar se a faixa do sentido contrário estiver livre e após considerar a potência do próprio veículo e a do que está à sua frente.
• Acostamento
: é proibido trafegar nessa via com veículos automotores, pelo risco de acidentes com outros veículos parados ou atropelamentos de pedestres e de ciclistas. Pare apenas em caso de emergência e, mesmo assim, em local o mais seguro possível e que não tenha desnível.
• Cruzamento
: caso não haja sinalização, a preferência é sempre do veículo que se aproxima do cruzamento pela direita e, numa rotatória, a preferência é do que já estiver circulando nela.

EIXO 4 – O ambiente

• Chuvas: é recomendável acionar a luz baixa do farol, aumentar a distância do veículo à frente e reduzir a velocidade. Evite frear bruscamente, pois isso pode fazer as rodas travarem e derrapar. No caso de chuvas de granizo, recomenda-se parar em local seguro como um posto de combustível e esperar até passar, pois essas chuvas não duram muito.
• Neblina, cerração ou fumaça
: é importante acionar a luz baixa do farol (e o farol de neblina, caso haja), aumentar a distância do veículo à frente e reduzir a velocidade. Não é recomendável parar no acostamento – apenas em caso de emergência e, se for o caso, com o pisca-alerta acionado.
• Ofuscamento
: acontece no começo do dia, no entardecer ou quando há reflexo do sol em alguns objetos polidos, como garrafas e vidros. Em todas as condições, reduza a velocidade, utilize o quebra-sol ou óculos de sol e procure observar uma referência do lado direito da pista.

EIXO 5 – Comportamento

• Ordem de grandeza: no trânsito, quem dirige um veículo de maior porte deve zelar pela segurança dos menores, dos não motorizados e dos pedestres, sempre.
• Conversão
: numa rodovia, para virar à esquerda ou fazer um retorno, aguarde uma oportunidade segura no acostamento.
• Desembarque seguro
: ao estacionar, o embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto no caso do condutor.
• Distância do veículo da frente
: a regra dos dois segundos pode ajudar: escolha um ponto fixo à margem da via e, quando o que vai à sua frente passar por ele, conte dois segundos, pausadamente. A distância será segura se o seu passar pelo ponto fixo após essa contagem.

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