Inteligência artificial e rede 5G tornarão o trânsito mais seguro
Tecnologia a bordo e estrutura das cidades garantirão convivência mais harmoniosa a todos
Conteúdo produzido em parceria com o Observatório Nacional de Segurança Viária
Mobilidade Estadão, uma marca laço amarelo
Sempre que se fala em automóvel do futuro, as pessoas imaginam veículos que se movem sozinhos, de maneira autônoma e melhor: sem causar acidentes. Embora pareça futurista demais, esse cenário pode se tornar real em breve – ao menos, em algumas grandes cidades do mundo – graças às tecnologias de comunicação e de inteligência artificial, que serão fundamentais para permitir que os veículos (caminhões, ônibus, carros, motocicletas e bicicletas) troquem informações não só entre eles como também com a infraestrutura da cidade.
Um dos fatores é que a tecnologia 5G irá permitir que informações transitem com velocidade bem maior, baixa latência e alto nível de confiabilidade. Com isso, será possível transformar cada veículo em gerador de dados. Se o carro passar por um buraco em uma esquina, por exemplo, essa informação será enviada pelo navegador do automóvel e todos os outros veículos que estiverem na região serão alertados sobre o problema. O mesmo vale para congestionamentos, acidentes ou outras eventualidades.
Já a internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) irá permitir que um veículo ajuste sua velocidade para não parar em semáforos graças à troca de dados entre ele e o equipamento de sinalização. Ou que o motorista saiba onde há mais vagas de estacionamento disponíveis nas proximidades de seu destino.
Atenção com pedestres e ciclistas
Câmeras instaladas em pontos estratégicos irão detectar presença de pedestres e ciclistas e enviar essas imagens a sistemas de navegação e de condução semiautônoma dos veículos que estejam no entorno. Esse recurso permitirá aos veículos serem alertados sobre uma pessoa (ou ciclista) que está prestes a atravessar a rua, mas cuja presença não pode ser percebida devido a um caminhão estacionado, por exemplo.
“O veículo não consegue visualizar atrás das esquinas ou através de paredes; então, usamos sensores em postes de iluminação pública para ampliar a abrangência dos sistemas de visualização”, explica Rüdiger Walter Henn, responsável por comandar um projeto que cria esse sistema na cidade de Ulm, na Alemanha, cujo objetivo é reduzir drasticamente o número de atropelamentos nos centros urbanos, em que, normalmente, o movimento – de pessoas e de veículos – é maior. Não se pode esquecer que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 1,35 milhão de pessoas morrem todos os anos em acidentes de trânsito.
Toda essa tecnologia trabalhará em conjunto com equipamentos de assistência ao condutor já disponíveis nos automóveis mais modernos – controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, assistente de manutenção em faixa, por exemplo – para permitir que o motorista desfrute da condução totalmente autônoma.
Vigia eletrônico também dentro do carro
Câmeras e sensores não estão sendo criados apenas para monitorar o que acontece fora do carro. A Bosch trabalha em um sistema baseado em inteligência artificial que irá acompanhar o comportamento dos ocupantes do carro durante todo o tempo em que eles estiverem a bordo. Por meio de uma câmera que cobre todo o interior do automóvel, o equipamento poderá detectar se o condutor mostra sinais de cansaço, distração, sonolência etc.
De acordo com o National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), entidade responsável pela segurança no trânsito nos Estados Unidos, a cada ano, cerca de 100 mil acidentes são provocados por fadiga e sonolência ao volante. Detalhe: esses números são difíceis de serem confirmados, já que, em muitos casos, não há como checar se o motorista, de fato, cochilou ao volante.
“Se o carro souber o que motorista e ocupantes estão fazendo, a condução se tornará mais segura e confortável”, diz Harald Kroeger, da Bosch. “Caso seja necessário o automóvel voltar ao comando do motorista durante uma viagem na qual esteja em condução autônoma, é fundamental ter certeza de que ele não estará dormindo, lendo jornal ou escrevendo uma mensagem em seu smartphone”, completa.
Trafegando a 50 km/h (velocidade máxima na maioria das avenidas paulistanas), um veículo percorre 42 metros em 3 segundos. Ou seja, dá para imaginar o risco que uma pequena distração ao volante nesse intervalo de tempo é capaz de provocar.
Assim, o sistema desenvolvido pela empresa alemã detecta se as piscadas do condutor se tornam mais demoradas, se estão distraídos ou olhando para o banco traseiro com o carro em movimento e, em conjunto com o sistema de condução autônoma, soa um alerta e reduz a velocidade ou sugere uma pausa na viagem se for necessário. “As câmeras e a inteligência artificial vão transformar o veículo em um salva-vidas”, afirma Harald Kroeger.
Saiba mais
- Mais de 1,35 milhão de pessoas morrem todos os anos em acidentes de trânsito
- Cerca de 100 mil acidentes por ano são provocados por fadiga e sonolência ao volante
Fonte: NHTSA (EUA)
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