Por um futuro mais seguro
Prevenir acidentes que envolvem vulneráveis passa pela conscientização, exemplos positivos e escuta ativa de crianças e adolescentes
A cada três minutos, uma criança perde a vida em acidentes de trânsito, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse público vulnerável também protagoniza outro número alarmante: entre janeiro e agosto de 2021, de acordo com estudo conduzido pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), com o suporte da agência 360° CI, o índice de internações por atropelamento de crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos, na condição de pedestre ou ciclista, cresceu 9%, em comparação ao mesmo período no ano passado.
No total, mais de 6 mil delas foram hospitalizadas em estado grave, em todo o País, e, na última década, cerca de 120 mil crianças e adolescentes foram hospitalizados no Sistema Único de Saúde (SUS) e mais de 8,6 mil morreram vítimas de atropelamentos.
Soma de vários fatores
“Não há só uma causa”, explica Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS (Children’s Villages), que, por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), absorveu, desde o ano passado, o legado da ONG Criança Segura, ampliando a proteção e o cuidado de qualidade também para adolescentes. “A pandemia tirou crianças dos espaços escolares; porém, também trouxe a incorporação de modais de deslocamento mais econômicos, como o andar a pé e o uso de bikes e motos”, revela.
Para a especialista, o País registra políticas públicas avançadas, mas a questão da conscientização é, ainda, fundamental. “A educação para o trânsito, de formas diversas, deve englobar conteúdo de qualidade aos responsáveis pela segurança de vulneráveis. O mesmo vale para as próprias crianças e adolescentes para que, desde cedo, incorporem essa cultura.”
Responsável deve ser exemplo
Falta de equipamentos de segurança, caronas em motos, trafegar em bikes na contramão, falta de sinalização ou com uso de fones de ouvido são algumas das situações que podem resultar em quedas fatais. Elas podem levar a óbito ou deixar sequelas gravíssimas e/ou permanentes (para o resto da vida) – além dos impactos financeiros, psicológicos, cerebrais e sociais.
Crianças devem ocupar as cidades, mas o olhar de proteção do adulto responsável deve prevalecer. “Até os 10 anos, elas não devem trafegar desacompanhadas em vias, pois não possuem condições de reflexo ou mesmo responsabilidade ou ideia do real perigo que elas correm nesses espaços”, avalia Erika. “Além disso, elas, constantemente, recebem influências de comportamento com base no exemplo dos pais e/ou responsáveis e muitas estão expostas a entornos mais propícios a acidentes – entre eles as redondezas de bares, em que há maior consumo de álcool e maior risco de atropelamentos.”
Crianças e adolescentes como protagonistas
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 300 mil jovens de 15 a 29 anos são vítimas fatais em acidentes de trânsito. Um dos objetivos das Aldeias SOS, como parceiras da Yours – organização global sem fins lucrativos –, é levar a discussão sobre o protagonismo do jovem no trânsito. Entre as ações, membros da Aldeias Infantis SOS chamam a atenção de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres da importância da cidadania no trânsito, com faixas e cartazes com frases e dizeres sobre a relevância do respeito às regras e às mobilidades nas ruas e avenidas.
Para saber mais, baixe o guia Como ensinar as crianças a se locomoverem de forma segura, em https://institutobemcuidar.org.br/featured_item/e-book-mobilidade/.
Quer uma navegação personalizada?
Cadastre-se aqui
0 Comentários