No dia 11 de maio de 2011 foi promulgada a Década de Ação pela Segurança no Trânsito, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). A Década foi instituída com base em estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) que registrou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países.
Para reduzir número tão alarmante, a ONU recomendou aos países membros a elaboração de um plano diretor para guiar as ações nessa área no decênio, tendo como meta estabilizar e reduzir em até 50% os acidentes de trânsito em todo o mundo.
No webinar, realizado na manhã de quarta-feira (16 de setembro), organizado pelo Observatório Nacional da Segurança Viária (ONSV), com apoio e transmissão pelo Facebook do Portal Mobilidade do Estadão, foram analisados os dados sobre a atuação do Brasil durante a década (2011-2020).
“Nossas rodovias agora estão 100% equipadas com luzes LED, a metodologia de segurança dual rep está incorporada, o que significa que a via é estruturada do ponto de vista dos ciclistas e demais usuários – e não apenas do motorista – e essas premissas estão inseridas desde o projeto de concessão, com a segurança viária observada desde o início”, diz Marcello da Costa, Secretário Nacional de Transportes Terrestres (SNTT).
“Nesse momento, uma das coisas mais importantes é olhar para os nossos dados e estatísticas e pensar o que faremos para daqui para a frente, com foco na segurança viária e na redução dos indicadores”, disse, durante o webinar, Francisco Garonce, responsável pelo Relacionamento Institucional do ONSV.
Ao estabelecer esse acordo com diversos países, o objetivo era a redução de 50% das mortes decorrentes de trânsito. “Independentemente do critério utilizado para mensurar se atingimos a meta ou não, o fato é que é inadmissível perdermos mais de 30 mil mortes no trânsito brasileiro todos os anos”, comentou Frederico Carneiro, Diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). De acordo com ele, não basta contar as mortes, temos que saber os fatores dos acidentes.
“Estamos desenvolvendo o Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito, para dar condições para que esses dados sejam coletados e consolidados em nível nacional, com foco em uma atuação preventiva”, explica Carneiro.
Pedro Souza, representante do deputado Hugo Leal, parlamentar da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, no webinar, falou sobre a importância da educação para o trânsito. “Ou educamos as crianças ou teremos que remediar os adultos. E é muito importante uma política perene nesse sentido, usando os recursos disponíveis”, afirma.
“Não conseguimos alcançar a meta da ONU, acumulamos a redução entre 25% e 30% nas mortes, mas diminuímos a tendência ascendente nos níveis de letalidade no tráfego e isso precisa ser observado. Mas é claro que não dá para descansar enquanto uma pessoa é morta no trânsito a cada 15 minutos no Brasil”, afirma Larissa Abdalla, presidente da Associação Nacional dos Detrans (AND).
Assista aqui o webinar na íntegra: