Após a publicação do alarmante relatório sobre a aceleração das mudanças climáticas do IPCC, ficou claro que é preciso agir. Não será um governo ou entidade privada, isoladamente, que resolverá o problema da noite para o dia. Mas precisamos ‘começar de onde estamos, usando o que temos e fazendo o que podemos’, como nos ensinou o tenista Arthur Ashe. Por isso, algumas notícias merecem destaque. Por menores que possam parecer, elas são prova de que é preciso dar o primeiro passo e há quem esteja fazendo isso.
Do lado do governo, o Estado de São Paulo anunciou a redução do ICMS para carros elétricos, a partir de 2022. Por parte da General Motors, nós inauguramos, nos Estados Unidos, a primeira fábrica que deixou de produzir carros à combustão para fabricar somente elétricos.
Essa notícia, que pode parecer distante do Brasil, é importante, porque essa fábrica será modelo para a reforma de diversas outras no mundo.
A mobilidade pessoal está passando por uma profunda transformação e essa geração tem a tecnologia, o talento e a vontade para construir um futuro melhor. Estamos no difícil período de transição e, por isso mesmo, precisamos intensificar os esforços, hoje.
Enquanto tornamos os carros a combustão cada vez mais eficientes e, portanto, menos poluentes, investimos dezenas de bilhões de dólares em eletrificação, conectividade e condução autônoma.
A GM está deixando de ser apenas um fabricante de automóveis para se tornar uma empresa de plataformas inovadoras. Focaremos ainda mais nas soluções globais de mobilidade para nossos clientes. Seja oferecendo o hardware, seja o software ou os serviços. Estamos reinventando e diversificando nossas fontes de receita com produtos e serviços zero emissão. Tudo isso ao mesmo tempo que diminuímos, drasticamente, nossa pegada de carbono e nos tornamos a empresa mais inclusiva do mundo.
Já divulgamos a intenção de sermos uma empresa neutra em carbono até 2040, com metas claras, rastreáveis, baseadas em dados e estudos científicos.
Trabalhamos com a visão de futuro totalmente elétrico e a aspiração de eliminar as emissões de novos veículos leves até 2035. O foco da empresa será oferecer veículos zero emissão em uma variedade de faixas de preço e trabalhando com todas as partes interessadas para construir infraestrutura de carregamento e promover a aceitação do consumidor, mantendo empregos de alta qualidade.
Também estamos trabalhando com a nossa cadeia de suprimentos por meio de iniciativas do nosso comitê ESG para compartilhar melhores práticas e criar novos padrões para a indústria.
Embora os veículos elétricos, em si, não gerem emissões, é fundamental que sejam carregados com eletricidade gerada por fontes renováveis, como a eólica e a solar. Essa é outra linha de atuação da empresa, em que estamos apoiando investimentos em energia renovável.
Tanto o Estado de São Paulo como a GM são signatários da campanha da ONU Race to Zero, que reúne empresas, cidades, regiões e investidores para uma recuperação saudável, resiliente e neutra em emissão de carbono, que evite ameaças futuras, crie empregos dignos e permita um crescimento inclusivo e sustentável.
Para que isso aconteça, políticas públicas e iniciativas privadas precisam andar de mãos dadas. Na América do Sul, já temos diversos movimentos acontecendo nesse sentido.
A Argentina está tramitando um projeto de lei que propõe proibir a venda de carros com motores a combustão, a partir de 2041, e a criação de um sistema de incentivos à produção dos elétricos. Já no projeto do governo chileno, a meta é que, a partir de 2035, somente veículos elétricos sejam vendidos no país. Junto com essas medidas, temos o crescimento significativo na venda de carros elétricos em toda a região nos últimos anos. Ou seja, mais cedo ou mais tarde, a eletrificação também chegará por aqui.
Desta vez, o futuro da mobilidade não é ditado somente pelas tendências de consumo, tecnologias ou infraestrutura. Ele também é norteado pela urgência das descobertas da ciência e regulado pela lei do clima.