Adoção de videotelemetria reduz situações de risco no trânsito

Central de monitoramento da Teltex, cliente da Cobli. Divulgação/ Cobli

27/02/2024 - Tempo de leitura: 3 minutos, 51 segundos

Além da perda irreparável de 100 vidas por dia, em média, os acidentes de trânsito no Brasil resultam em um custo anual de R$ 50 bilhões, de acordo com projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Trata-se de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. A principal estratégia para reduzir essas estatísticas devastadoras é a conscientização dos motoristas, já que 90% dos acidentes são causados por falha ou imprudência humana. Um grande aliado nessa missão são os serviços de videotelemetria, que utilizam a combinação de recursos tecnológicos – como câmeras, sensores e inteligência artificial – para identificar situações de risco e produzir uma série de dados relevantes. Com isso, ajudam os motoristas a aprimorar o modo de condução e os gestores de frotas a definir estratégias para combater os pontos de maior vulnerabilidade.

“A tecnologia contribui muito para aumentar a eficiência e a segurança da logística”, diz Rodrigo Mourad, CEO e cofundador da Cobli, empresa especializada em serviços de videotelemetria. Ele lembra que as frotas comerciais são responsáveis por cumprir metade da quilometragem total percorrida no Brasil, de tal forma que é previsto que se envolvam em metade dos acidentes, que chegam a um milhão por ano no País – ou seja, um a cada meio minuto. 

“Reduzir o número de acidentes é uma meta que traz benefícios para toda a sociedade. Mesmo um episódio aparentemente banal provoca transtornos como congestionamento e atraso na entrega de mercadorias. Além disso, os custos dos acidentes são divididos entre todos, impactando desde a saúde pública até os valores cobrados pelos seguros”, analisa o executivo.

Com câmeras voltadas tanto ao ambiente interno quanto externo dos veículos, os sistemas de videotelemetria identificam e fazem alertas imediatos ao motorista sobre situações e ações de risco, a exemplo de sinais de cansaço, uso de celular, velocidade além do limite e proximidade exagerada do veículo à frente. 

Inclusão e transparência

Um efeito natural desse processo é que os motoristas passam a ter mais consciência sobre o próprio modo de direção. Com isso, o número de situações de risco costuma cair entre 70% e 80% ao final do primeiro mês de uso da videotelemetria, o que significa reduzir o número de acidentes na mesma proporção, já que as estatísticas indicam a relação de um acidente para cada 25 mil situações de risco. 

Um exemplo da eficácia da videotelemetria está na situação de risco mais comum, o uso de celular, envolvido atualmente em 60% dos acidentes de trânsito. A Cobli identificou que os motoristas profissionais do Brasil estão cometendo, em média, 24 situações de risco por dia relacionadas ao uso do celular. “Assim que passam a receber um alerta em cada uma dessas situações, a redução das ocorrências é enorme”, diz Mourad. 

Ao contratar os serviços oferecidos pela Cobli, a empresa passa a ter disponibilidade de dados para promover treinamentos específicos (priorizar quem segue com muitas ocorrências relacionadas ao celular, por exemplo) e também para estabelecer premiações e reconhecimentos aos motoristas que mais evoluem nos indicadores. Podem ser bônus em dinheiro ou vantagens como receber os carros mais novos e ter prioridade para escolher o dia de folga, além de uma perspectiva mais clara de crescimento dentro da empresa.

Uma premissa fundamental é o engajamento dos motoristas, que precisam entender que a videotelemetria não é “espionagem”, e sim um serviço que ajuda a aumentar a segurança e a eficiência no trabalho. “Estamos obtendo engajamento dos nossos motoristas por meio de uma abordagem inclusiva e transparente, comunicando os objetivos de melhoria, destacando como isso beneficia não apenas a empresa, mas também suas próprias experiências de trabalho e segurança pessoal”, conta Gabriel Duardes, gerente de Pré-Vendas da Teltex, uma das clientes da Cobli. “Além disso, oferecemos treinamentos regulares, incentivamos o feedback constante e reconhecemos as contribuições dos motoristas para o aprimoramento do desempenho”, acrescenta o líder da prestadora de serviços em segurança eletrônica, soluções de TI e desenvolvimento de cidades inteligentes. 

Por fim, Duardes enfatiza que, quando os motoristas têm acesso adequado ao treinamento e ao suporte necessário para adotar as novas tecnologias de forma eficaz, passam a valorizar essas ferramentas como um recurso fundamental para o próprio desenvolvimento profissional.