O avanço foi possível graças à doação da Uber de US$ 10 mil (cerca de R$ 54 mil) para cobrir o deslocamento das equipes. Antes da parceria, as ações estavam limitadas pelo tempo gasto no transporte e pelos custos de logística, o que restringia o alcance das oficinas de automaquiagem. Portanto, com corridas garantidas, o projeto pôde ampliar rotas, visitar mais locais no mesmo dia e chegar a regiões mais remotas.

Como funciona o projeto com pacientes com câncer

Criado em 2012, o “De Bem com Você” oferece oficinas de automaquiagem e cuidados com a pele para pacientes em tratamento contra o câncer, com o objetivo de resgatar a autoestima e a confiança durante um período de grande fragilidade. Por isso, as atividades são realizadas dentro de hospitais e instituições de referência, com apoio de voluntárias treinadas.

Além do aprendizado, os pacientes com câncer recebem um kit com produtos de beleza, adaptados para peles sensíveis e para quem está passando por quimioterapia ou radioterapia. Conforme Claudio Viggiani, presidente do Instituto Abihpec, a mobilidade foi determinante para ampliar o impacto da iniciativa.

“Esse apoio logístico não só garante que as voluntárias cheguem a mais lugares como também otimiza o tempo e aumenta o número de pacientes atendidos. Estamos falando de mais pessoas recebendo apoio emocional e resgatando a autoconfiança durante o tratamento”, afirma Viggiani.

O olhar das voluntárias

Para quem está na linha de frente desse trabalho com pacientes com câncer, o transporte também influencia diretamente a qualidade do atendimento. De acordo com a voluntária paulista Ilza Cabral, a parceria mudou sua rotina para melhor.

“Antes, perdíamos muito tempo em deslocamentos demorados ou com conexões de transporte público. Isso nos limitava a poucas oficinas por dia. Com o apoio da Uber, conseguimos visitar mais instituições, reduzir o cansaço e chegar mais dispostas para atender cada paciente”, diz Ilza. A voluntária atua duas vezes por semana no Hospital da Mulher, no Instituto Dr Arnaldo, no IBCC e Casinha na AMEO, na capital paulista.

Mais cidades, mais vidas impactadas

Com a logística facilitada, as ações passaram a atender áreas mais distantes dos grandes centros. Além de hospitais de referência, o projeto chegou a unidades de saúde localizadas em regiões periféricas e de difícil acesso. De acordo com o Instituto Abihpec, só no último ano mais de 3 mil pacientes receberam atendimento nas quatro cidades contempladas pela parceria.

A meta do instituto é expandir o modelo para outras capitais e cidades de médio porte nos próximos anos. Para isso, negocia a manutenção e possível ampliação do apoio da Uber e busca novos parceiros para custear kits e capacitação de voluntárias.

“Mobilidade, neste caso, é muito mais que transporte. É uma ponte entre a solidariedade e quem precisa dela”, resume Claudio Viggiani, do Instituto Abihpec.

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