É impossível atualmente falar de mobilidade sem levar em conta a sustentabilidade. Os dois conceitos caminham lado a lado quando o assunto é a descarbonização e foram o principal assunto discutido no vodcast promovido pelo Estadão Blue Studio em parceria com a Toyota.
“O Brasil é um dos maiores protagonistas globais em descarbonização. Temos aqui uma alternativa que outros países às vezes não têm, que é contar com etanol em 43 mil postos de combustíveis ao longo do País”, explica Roberto Braun, diretor de Comunicação da Toyota do Brasil.
Na conversa com o jornalista do Estadão Tião Oliveira, Braun deu um exemplo prático da preocupação da montadora com um futuro mais sustentável ao falar do Toyota híbrido flex. O veículo representa um marco na indústria automobilística, combinando a eficiência dos motores híbridos com a versatilidade do etanol brasileiro. Além de ser uma opção mais sustentável e econômica, fortalece a matriz energética nacional.
“Para o Brasil, o híbrido flex, sem dúvida, nos dá um papel de liderança na eletrificação no mundo, porque é uma solução muito inteligente, prática, acessível e muito sustentável”, explica.
O sistema híbrido flex da Toyota adapta-se dinamicamente às condições de condução, alternando entre o motor elétrico e o motor a combustão, proporcionando uma experiência de direção suave e eficiente.
“Existe uma redução de 30% das emissões de poluentes, incluindo o CO2, e também redução em 30% do consumo de combustível. Além de ser muito prático, também não requer nenhuma mudança de hábito do consumidor, pois, ao recarregar o motor, a bateria externamente, ele se autorrecarrega, então é muito acessível”, exemplifica Braun.
“É muito bacana e ela é muito inteligente, porque tudo isso daí acontece de forma automática, não requer nenhuma condução diferenciada por parte do motorista, não precisa acionar nenhum botão nem nada. Você vai conduzindo o carro, ele parte da inércia em motor elétrico, até atingir 40 km/h, aí ele passa então a alternar entre motor a combustão e motor elétrico”, comenta.
Para desenvolver o novo compacto híbrido flex, a Toyota está investindo R$ 1,7 bilhão em sua fábrica em Sorocaba. Com isso, ele se juntaria a outros modelos maiores da empresa que já possuem essa tecnologia. “Temos 66 anos de Brasil e, ao longo desse período, temos investido consistentemente no País, promovendo a sustentabilidade e consolidando nossa posição e contribuindo para o desenvolvimento econômico brasileiro”, acrescenta.
Braun acredita que essa tecnologia desenvolvida no Brasil pode contribuir também com a descarbonização de outros países da América Latina. “Nós estamos exportando não só design, não só segurança, eficiência, mas também muita tecnologia, muita inovação e muita descarbonização”, diz o executivo.
O Brasil também está avançando no desenvolvimento de novas alternativas para o uso de biocombustíveis. “Nós temos também a possibilidade de usar o etanol para produzir hidrogênio e com isso abastecer o carro, a célula de combustível com esse hidrogênio feito a partir de etanol”, revela.
Ele conta que está em andamento um projeto em parceria com Shell, Raízen, USP, Hytron e Senai para testar o uso do hidrogênio produzido a partir do etanol como combustível para veículos. “A Toyota cedeu um carro de célula a combustível a hidrogênio, o Mirai, para o teste. A ideia é testar o carro com esse combustível para ver a performance, a eficiência energética, o consumo, a autonomia e as emissões.”
Além disso, a tecnologia do hidrogênio também pode ser aplicada em outros meios de transporte, como caminhões, ônibus, trens e até mesmo navios. “O Brasil tem, no Nordeste, condições climáticas muito favoráveis. Você tem sol e vento abundantes, e a partir disso é possível produzir o que a gente chama de hidrogênio verde.”
Essa colaboração da Toyota com grandes empresas do setor energético pode ajudar a consolidar mais uma alternativa de combustível para o País e que terá impacto na economia nacional. “O Brasil pode, no futuro, ser um grande exportador de energia limpa para outros países que não têm a mesma condição climática que aqui tem. O hidrogênio é uma aposta promissora para o futuro”, conclui.