Aventura acessível
Segundo estilo de moto mais vendido no País, trails oferecem agilidade ao dia a dia e conforto para viajar
6 minutos, 45 segundos de leitura
29/09/2021
Por: Arthur Caldeira
Sinônimo de liberdade, as motos são, frequentemente, associadas ao prazer de viajar sem destino para desbravar o mundo. Exatamente por isso, o segmento de motos bigtrail, ou aventureiras, é um dos que mais crescem nos últimos anos. E não é por acaso. São modelos versáteis, que reúnem bom desempenho, conforto e autonomia para fazer uma longa viagem, sem se preocupar com o caminho.
As motos bigtrail, porém, não são exatamente as mais acessíveis. Primeiramente, do ponto de vista financeiro. Afinal, são modelos com motores potentes, de grande capacidade cúbica, e recheados de tecnologia, cujos preços são elevados – podem variar de R$ 65 mil, no caso da Triumph Tiger 900, até R$ 120 mil, como a desejada e campeã de vendas BMW R 1250 GS.
Outro fator que torna as bigtrails inacessíveis para grande parte dos motociclistas é o biótipo nacional. A média de altura do brasileiro é de 1,74 metro (masculino) e 1,60 (feminino), mas modelos como a Tiger 900 Rally, que tem assento a 90 centímetros do solo, exigem pernas longas. Com isso, muita gente fica intimidada pelo porte avantajado das maxiaventureiras.
Modelos médios são opção
Nesse cenário, as trails de média cilindrada surgem como opção de quem procura uma moto versátil para rodar na cidade, mas com conforto e autonomia para viajar. Também encaram aventuras por qualquer tipo de estrada, mas sem o peso – e o preço – elevado das bigtrails. Não por acaso, as trails são o segundo estilo de moto mais vendido – só perdem para as urbanas – e representam cerca de 20% dos modelos comercializados no País, segundo a Abraciclo, associação das fabricantes. As aventureiras médias têm motores que variam de 250 a 400 cilindradas e podem rodar até 30 quilômetros por litro de gasolina. Os preços vão de R$ 20 mil a R$ 35 mil.
Ainda assim, oferecem suspensões robustas, boa autonomia, posição confortável para pequenos e grandes deslocamentos e, também, vão bem no dia a dia das cidades. Um bom exemplo é a BMW G 310 GS, aventureira que traz no nome a fama da sua irmã maior, a R 1250 GS. Montada em Manaus, a nova geração da G 310 GS chegou, recentemente, ao mercado com algumas novidades, como o farol de LED.
Outro modelo que tem se destacado no segmento, a Royal Enfield Himalayan ganhou o Tripper, sistema de navegação baseado no Google Maps, no modelo 2022. Um pequeno mostrador, no painel, conecta-se ao smartphone e reproduz as direções para orientar os motociclistas, seja na cidade, seja na estrada.
5 aventureiras médias que cabem no bolso
Espécie de bigtrails, porém mais em conta, as aventureiras médias também são bem mais leves que os enormes modelos de 1.000 cilindradas. Característica que, também, faz delas uma boa opção para quem usa a moto no dia a dia. Afinal, domar mais de 200 quilos, no corredor formado entre os carros, não é tarefa fácil.
Em comum, esses modelos têm suspensões de curso mais longo para enfrentar as avenidas esburacadas da cidade ou a estradinha de terra que sobe à Pedra do Baú, na Serra da Mantiqueira. Com motores de 250 a 400 cilindradas e boa capacidade no tanque de combustível, o consumo é baixo e têm autonomia para pegar estrada.
A posição de pilotagem confortável é fruto da ergonomia típica das trails. As pedaleiras são centralizadas, o que deixa as pernas relaxadas e os joelhos pouco flexionados. O guidão largo e o assento plano fazem com que o condutor assuma uma postura ereta, evitando, assim, dores nas costas, em longos deslocamentos.
O que prestar atenção
Ao escolher a sua trail de média cilindrada, vale a pena prestar atenção a alguns detalhes. A começar pela sua altura. Embora sejam menores, alguns modelos, principalmente os que têm roda aro 21, na dianteira, podem ter o assento bastante elevado. Caso da Yamaha Lander 250, a mais em conta da nossa lista, cujo banco fica a 87,5 centímetros do chão.
Outra grande diferença entre as cinco motos da nossa lista é o motor. Há modelos com apenas um cilindro e outros com dois. Configuração que influencia bastante no desempenho, consumo e, também, no preço. Enquanto a Royal Enfield Himalayan é vendida a partir de R$ 20.390, a Kawasaki Versys 300 não sai por menos de R$ 30 mil.
Também, é importante analisar o consumo e a capacidade do tanque se a sua ideia é ter uma moto para viajar por aí. Enquanto a Yamaha 250 chega a rodar 35 quilômetros por litro de gasolina e leva 13,6 litros no reservatório, a 310 GS comporta apenas 11 litros e “bebe” mais: cerca de 25 quilômetros por litro.
Por outro lado, a moto da marca alemã é mais completa e tem acabamento mais sofisticado. A BMW traz freios a disco com ABS nas duas rodas e suspensão invertida. O modelo 2022 ainda ganhou faróis de LED, manetes com regulagem e embreagem deslizante, o que torna o acionamento mais leve e confortável, além de evitar derrapagem em reduções bruscas.
Veja as opções oferecidas por BMW, Honda, Kawasaki, Royal Enfield e Yamaha para agradar aos motociclistas que buscam uma trail média para qualquer momento e lugar e escolha sua.
Yamaha Lander 250 ABS
Motor: um cilindro, 249,5 cm³ (flex)
Potência: 20,9 cv a 8.000 rpm
Capacidade do tanque: 13,6 litros
Peso: 153 kg em ordem de marcha
Altura do assento: 87,5 cm
Preço: R$ 19.900*
Modelo mais acessível da lista, a Lander 250 é também a mais leve. Destaca-se pela roda aro 21, na dianteira, e o longo curso das suspensões, ideal para quem quer encarar uma aventura off-road. Por outro lado, tem o desempenho mais modesto, sendo capaz de manter 115 km/h na estrada, e o sistema ABS atua apenas na roda dianteira.
Royal Enfield Himalayan
Motor: um cilindro, 411 cm³ (gasolina)
Potência: 24,5 cv a 6.500 rpm
Capacidade do tanque: 15 litros
Peso: 191 kg a seco
Altura do assento: 80 cm
Preço: R$ 20.390*
Com bagageiros reforçados, o modelo 2022 também tem motor menos poluente, mas com o mesmo desempenho comedido. A simplicidade mecânica e a robustez são suas principais qualidades, enquanto o peso elevado é o ponto negativo. Apesar do aro 21, seu banco fica a apenas 80 cm do solo, o que torna a Himalayan acessível até aos mais baixos.
Honda XRE 300
Motor: um cilindro, 291,6 cm³ (flex)
Potência: 25,6 cv a 7.500 rpm
Capacidade do tanque: 13,8 litros
Peso: 148 kg a seco
Altura do assento: 86 cm
Preço: R$ 21.290*
A XRE 300, também, é uma trail de verdade, ou seja, usa roda aro 21, na dianteira, e têm bom curso de suspensão: destaque para os aros e a balança traseira feitas em alumínio. O sistema ABS é independente e seu motor mantém 120 km/h com facilidade. Os faróis são de LED.
Kawasaki Versys X-300
Motor: dois cilindros, 296 cm³ (gasolina)
Potência: 40 cv a 11.500 rpm
Capacidade do tanque: 17 litros
Peso: 175 kg em ordem de marcha
Altura do assento: 81,5 cm
Preço: R$ 31.830*
Única com motor de dois cilindros entre as motos desta lista, a Versys se destaca pelo bom desempenho e pode chegar a 165 km/h. Entre todas as opções, tem menor aptidão para aventuras radicais no fora de estrada. A roda de 19 polegadas, o curso de somente 13 cm, na dianteira, e apenas 14,8 cm, na traseira, comprovam isso. O modelo da Kawasaki, porém, tem bom acabamento e porte de moto maior.
BMW G 310 GS
Motor: um cilindro, 313 cm³ (gasolina)
Potência: 34 cv a 9.000 rpm
Capacidade do tanque: 11 litros
Peso: 169,5 kg em ordem de marcha
Altura do assento: 83,5 cm
Preço: R$ 35.900*
A BMW 310 GS oferece equipamentos que a destacam das concorrentes, como a suspensão invertida, na dianteira, e os pneus sem câmara. Seu motor pode levá-la a 158 km/h no painel digital. Destaque para os freios a disco com sistema ABS, em ambas as rodas, que pode ser desligado para rodar na terra.
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