Baterias de bikes e patinetes elétricos podem explodir? Confira 7 dicas para evitar acidentes

Recarga das baterias de bicicletas e patinetes elétricos deve ser feita conforme recomendação dos fabricantes. Foto: Getty Images

02/08/2023 - Tempo de leitura: 3 minutos, 10 segundos

O avanço da eletromobilidade acende um alerta em relação aos equipamentos movidos a bateria de lítio, especialmente os leves, como patinetes e bicicletas. Nos Estados Unidos, somente a cidade de Nova York registrou 23 mortes causadas por explosões de baterias usadas nesses dois tipos de veículo, entre 2021 e 2023. No ano passado, foram 98 incêndios; e, neste ano, mais 108.

Como se trata de nova tecnologia, a repercussão desses números assusta. Porém, as baterias de lítio são consideradas seguras. “Em geral, esses casos estão relacionados à qualidade do produto ou à montagem, ao mau uso e à falta de manutenção e/ou cuidados diários”, alerta Rui Almeida, diretor do Grupo de Veículos Levíssimos, membro do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e também executivo da Vmoto Soco no Brasil, fabricante de motocicletas e scooters elétricas. 

Riscos que envolvem as baterias

Ele explica que ignorar certas situações pode ser o estopim para problemas maiores. “As pancadas não afetam apenas a parte estética, assim como utilizar o veículo de maneira inadequada, ultrapassando os limites e orientações fornecidos pelo manual”, esclarece.

Operar a bateria abaixo do nível de carga (ou acima) também não é bom negócio, ainda mais se for hábito frequente. O veículo elétrico vem com vários componentes reguladores para que os extremos não sejam atingidos, e obrigar o acessório a oferecer tensões acima de sua capacidade pode causar superaquecimento, inclusive na fiação. “Pode causar curtos, atingir a parte plástica, levar à combustão e a incêndios que variam conforme o tamanho do equipamento”, acrescenta. 

Além disso, automóveis elétricos e híbridos possuem um sistema de segurança conhecido como BMS (sigla, em inglês, para battery managment system) que ajuda a “manter a saúde” do componente e a desconectá-lo do resto do carro em caso de curtos ou falhas elétricos ou se os valores observados não estão em conformidade. “O que não está disponível ou são bem menos precisos em veículos leves e mais acessíveis”, esclarece o especialista.

Confira abaixo sete dicas importantes. 

7 cuidados para evitar acidentes

1. Não carregue a bateria por horas além ou durante a noite: embora os carregadores sejam “inteligentes”, a instabilidade na rede elétrica pode sinalizar de forma errônea a necessidade de carga. Os picos de energia também causam danos ao equipamento se forem frequentes. O excesso de horas desgasta os componentes do carregador responsáveis pela verificação dos níveis de carga. Como consequência, ele também pode entrar em curto

2. Espere os veículos leves (como bikes e patinetes) esfriarem antes de recarregá-los. Ao contrário dos carros, eles “esquentam” na tomada

3. Não faça a recarga na chuva ou sob o sol: o excesso de calor afeta a operacionalidade do produto

4. Utilize apenas equipamentos certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro; Resolução 750 do Contran)

5. Faça revisões periódicas conforme o manual do produto. Em caso de desempenho menor ou maior, batidas etc., procure a assistência técnica autorizada da marca

6. O tempo médio de vida da bateria é definido pelo fabricante (em ciclos/recargas), com média de três anos e meio a quatro. No final desse período, ela deve entregar entre 40% e 50% do valor inicial

7. Superaquecimento, cheiro de queimado ou estranho (o lítio tem odor característico) são problemas graves. Procure a assistência e nunca abra ou tente consertar a bateria sozinho

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