O sistema de BRT de Campinas deve ganhar mais 800 metros até o segundo semestre desse ano. A Secretaria Municipal de Infraestrutura do município está realizando processo de licitação para determinar a empresa que fará a pavimentação asfáltica e a concretagem de dois trechos no Corredor Campo Grande.
As obras devem acontecer entre a PUC Campinas e a Estação Ipaussurama/Shopping Bandeiras e também entre a Estação Ipaussurama e o novo viaduto Bandeirantes.
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“O viaduto na John Boyd Dunlop, sobre a Rodovia dos Bandeirantes, será concluído nos próximos dias. O Shopping das Bandeiras já deu início à construção da Estação Ipaussurama e, com a execução da complementação dos dois trechos viários de cerca 800 metros de extensão, vamos concluir esse corredor”, afirmou o secretário de infraestrutura, Carlos José Barreiro, em nota emitida pela prefeitura.
O BRT de Campinas conta com três corredores. Nessas faixas circulam apenas ônibus, o que garante mais agilidade e segurança ao modal. A cidade possui 36,6 km de vias exclusivas que passam por grandes avenidas locais, como John Boyd Dunlop, Amoreiras e Ruy Rodriguez.
No sistema de BRT os passageiros embarcam em plataformas no nível no ônibus. Sendo assim, há mais agilidade e acessibilidade.
O Corredor Campo Grande, que está com planos de expansão, é o mais antigo e mais extenso da cidade, funcionando desde novembro de 2022 e tendo 17,9 km que passam por 3 terminais e 17 estações.
Ao mesmo tempo, o Corredor Ouro Verde, inaugurado em março de 2023, conta com 14,6 km, 4 terminais e 15 estações. Por fim, o O Corredor Perimetral é o menor de todos e possui 4,1 km e apenas 4 estações.
Em Campinas, 34% das mortes no trânsito no ano passado ocorreram por excesso de velocidade. De acordo com especialistas, o BRT e outros modais de transporte público podem ajudar a diminuir os óbitos.
“O BRT traz vários benefícios. Entre eles, fomentar o uso do transporte coletivo, uma das medidas que recomendamos como alternativa às motocicletas”, defende Diogo Lemos, coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global. Vale ressaltar que no ano passado houve 52 mortes no trânsito em Campinas: 34 vítimas eram motociclistas.
No entanto, “é fundamental pensar todos os elementos que garantam a segurança das pessoas e não só apenas um bom desempenho do BRT”. Lemos enfatiza que a infraestrutura do BRT deve ser acompanhada de mudanças nas vias: “É preciso incorporar questões de semaforização, de travessias de pedestres, pensar nos acessos das pessoas para esses locais”.
Lemos também deixa claro que um BRT transforma uma troncalização, linha que liga dois pontos com alta demanda, em um eixo viário. De acordo com o especialista, esse modal “deveria ter a velocidade máxima pautada em 50 km/h” para evitar riscos.