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Carro barato: medidas anunciadas por Lula são criticadas por especialista em mobilidade

Por: Daniela Saragiotto . 26/05/2023
Mobilidade para quê?

Carro barato: medidas anunciadas por Lula são criticadas por especialista em mobilidade

Mais automóveis nas ruas só agravaria problemas como trânsito, poluição, além da crise do transporte público

1 minuto, 58 segundos de leitura

26/05/2023

Por: Daniela Saragiotto

Foto de trânsito na cidade de SP_Sabrina Ferreira
Trânsito na cidade de São Paulo já superou os níveis registrados no pré-pandemia. Foto: Sabrina Ferreira

Na última quinta-feira (25/05), o governo federal anunciou uma série de medidas, entre elas redução nos impostos sobre o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e PIS/Confins para carros com preço final de até R$ 120 mil. Isto quer dizer que as ações visam baratear o valor dos chamados automóveis de entrada, ou os chamados “populares”, com descontos nos preços finais dos automóveis podem variar entre 1,5% a 10,96%.

O anúncio, no entanto, foi criticado por especialistas do setor. De acordo com Sergio Avelleda, fundador da Urucuia e coordenador do núcleo de mobilidade urbana no Laboratório de Cidades do Insper, o anúncio é um retrocesso. “As medidas divulgadas não vão nem mesmo gerar empregos, já que a indústria automotiva é toda automatizada”, diz.

De acordo com Avelleda, carros mais baratos teriam como consequência o aumento do trânsito nas grandes cidades. “A capital paulista, por exemplo, já registra níveis de congestionamentos superiores aos de 2019. O que deveríamos ter é um pacote de estímulos ao transporte público e à mobilidade ativa”, explica.

Leia também: São Paulo está quase parando: entenda o problema do trânsito na cidade

Ação ambiental

De acordo com Avelleda, a eficiência energética dos automóveis é baixíssima. “Os carros representam 26% das viagens e consomem 60% da energia do setor de transportes. Já o transporte público coletivo, por exemplo, responde por 28% das viagens, com consumo de 36% da energia, o que faz muito mais sentido”, explica.

Outra consequência dos carros mais baratos seria o agravamento da crise do transporte público. “O que deveria estar sendo sugerido é justamente como financiar o transporte coletivo, linhas de crédito para renovação da frota e mudança da matriz energética, medidas que beneficiariam a população. Porque muitas pessoas não saem de casa para procurar trabalho porque não podem pagar a passagem do transporte”, afirma Avelleda.

Leia também: Tarifa Zero retorna à pauta dos grandes centros urbanos

Segurança

Mais de 40 mil pessoas morrem por ano em acidentes de trânsito no Brasil, números compatíveis com uma pandemia. “Estudos demonstram que quanto mais carros, mais mortes. Então, ao estimular o automóvel individual particular, estamos fomentando a insegurança viária”, finaliza.

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