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Desafios de mobilidade urbana estimulam a inovação no last mile

Por: Danielle Blaskievicz . 09/10/2019

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Desafios de mobilidade urbana estimulam a inovação no last mile

Empresas vêm investindo na multimodalidade para garantir uma entrega rápida e sustentável no último trecho

4 minutos, 35 segundos de leitura

09/10/2019

Por: Danielle Blaskievicz

O último trecho de entrega demanda um serviço eficiente. Fotos: iStock e Divulgação

É pela demanda de um serviço eficiente no último trecho da entrega – conhecido tecnicamente como last mile – que começaram a surgir diferentes alternativas para finalizar o processo de compra.

Hoje, tanto do ponto de vista de mobilidade urbana quanto financeiro, é impensável utilizar um caminhão para fazer a entrega ao consumidor final de um fone de ouvido, por exemplo. Por isso, as opções para o last mile vão desde modais como a bicicleta, até o uso de drones e outros recursos tecnológicos. 

Leise Kelli de Oliveira, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenadora do grupo de pesquisa em Transportes e Logística Urbana (TransLog City), também aponta que as entregas em horários alternativos, realizadas no contrafluxo dos congestionamentos, vêm ganhando adeptos entre os empresários do setor de transportes como uma forma de tornar o transporte no último quilômetro sustentável.

Custo financeiro

No formato atual, em que a energia utilizada nos modais tradicionais é baseada em combustíveis fósseis, não é raro que o processo de entrega acabe por comprometer a viabilidade da aquisição. 

Pesquisa da Esalq/LOG, em 2017, mostrou que em um trajeto de 1 mil quilômetros, as despesas com combustíveis representam 38% do custo total do transporte. É o item de maior impacto nos custos da cadeia de distribuição. 

Mas além do custo financeiro, Leise Kelli chama a atenção para outro ponto que precisa ser contabilizado. “Qual é a emissão de gás carbônico no deslocamento para a entrega de uma carga urbana? Ninguém faz essa conta, mas isso é necessário para entender o impacto da carga na sociedade”, enfatiza.

O pesquisador Cícero Bley Júnior, que esteve à frente dos projetos de Energias Renováveis da Itaipu Binacional e hoje comanda a startup Bley Energias, destaca a urgência da sociedade começar a focar em outras fontes de energia.

“É fundamental mudar essa chave. O mundo vai ter que mudar porque o petróleo é um recurso finito. Queimar petróleo na forma de combustível é algo absurdo”, enfatiza Bley. 

Atualmente, o pesquisador se dedica à implementação de projetos de biocombustíveis que podem ser utilizados para esse fim. O biometano, por exemplo, é considerado o biocombustível com menor índice de ação poluente e um produto de baixo impacto ambiental. “Resíduos orgânicos produzem o biogás”, explica.

Novos modais garantem a competitividade

Paralelamente às pesquisas sobre as novas fontes de energia disponíveis, começam a surgir no mercado alternativas para melhorar a eficiência e a qualidade da entrega no last mile

A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que trabalha na produção e comercialização de produtos de nióbio, desenvolveu a Niobium E-bike. É uma bicicleta elétrica com autonomia de até 100 km, para trabalhar o conceito do last mile

O nióbio é um metal valorizado no mercado internacional devido à variedade de aplicações que permite, como as indústrias de construção civil, mobilidade e energia. Segundo Rodrigo Barjas Amado, head of the Mobility Division da CBMM, o uso do nióbio na indústria automotiva diminui o peso do veículo e o consumo de combustível. 

Outra aposta da companhia, de acordo com o executivo, é a eletrificação veicular. “O nióbio aplicado em baterias pode propiciar menor tempo de recarga, maior autonomia e segurança, além de reduzir o conteúdo de cobalto”, destaca. 

A CBMM realizou um investimento de U$ 7,2 milhões em laboratório e no piloto de produção de baterias com nióbio, no Japão. Atividades de pesquisa e desenvolvimento de novas gerações de baterias com nióbio também são mantidas em regiões como o Estados Unidos (EUA), Europa e Ásia.

Semirreboque para moto

Outra novidade e que já está em circulação em algumas cidades brasileiras é o modal criado pela empresa Bike In Line. Trata-se de um semirreboque mono roda para ser acoplado à moto, aumentando a capacidade de transporte, sem perder a agilidade típica do veículo.

Semirreboque da Bike In Line é acoplado à moto para aumentar a capacidade de transporte

Segundo o diretor comercial do Bike In Line, Aldo Abichara, o equipamento foi desenvolvido no Brasil e já está homologado pelas autoridades. Entre elas o Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

“A grande vantagem é aumentar a velocidade de entrega, quando comparado a um veículo, e reduzir os custos operacionais”, destaca Abichara. 

Com o equipamento, a capacidade de carga da moto chega a 320 litros – ou 100 quilos –, o equivalente a um porta malas de um carro popular. “Isso tudo mantendo a agilidade da motocicleta”, argumenta o empresário.

Solução logística customizada

Na questão logística, a Unpark propõe explorar espaços não utilizados de garagens e estacionamentos da capital paulista. Nesses locais, a startup instala pequenos centros de armazenagem ou de distribuição de mercadorias, os chamados Unpods. 

Unpods são pequenos centros de armazenagem instalados em garagens e estacionamentos ociosos

Segundo Michele Dim D’ Ippolito, CEO da Unpark, o número de pontos disponíveis para instalação dos Unpods passou de 300 para 850 em setembro. 

“É possível armazenar desde bijuterias até equipamentos maiores, como uma bicicleta. As estruturas são flexíveis e formatadas conforme a necessidade de cada usuário”, explica D’ Ippolito.

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