Eletrificação da frota de motocicletas deve ser prioridade para o Brasil
Quanto mais veículos elétricos circularem nas ruas, maior será a confiança dos consumidores na sua eficiência e confiabilidade
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24/06/2025

O mercado de motocicletas no Brasil vive um momento de expansão, com a produção saltando 11,1% em 2024, atingindo 1.748.317 unidades, e os emplacamentos registrando um aumento ainda mais expressivo, de 18,6%, totalizando 1.876.427 unidades vendidas – o melhor resultado para a indústria desde 2011, segundo a Abraciclo.
As motocicletas se consolidam como alternativa de mobilidade essencial para milhões de brasileiros, facilitando o acesso ao trabalho, à educação, ao comércio e a compromissos pessoais, especialmente nos grandes centros urbanos.
A pesquisa Origem e Destino do Metrô de São Paulo revela um aumento de 15% no uso de motocicletas na capital paulista em comparação com 2017, e o número de famílias com motos em casa cresceu 50% na região metropolitana de São Paulo entre 2017 e 2023.
Eletrificação de motocicletas e compromissos ambientais
Diante desse cenário, é imperativo que o crescimento da frota de motocicletas esteja alinhado com os compromissos ambientais do País. O Brasil assumiu metas ambiciosas de redução de emissões de carbono até 2030 e neutralidade climática até 2050.
A eletrificação da frota de motos, portanto, não pode ser vista como uma opção, mas sim como uma prioridade estratégica para o futuro do País.
Nos últimos anos, o mercado de motos elétricas no Brasil tem demonstrado um crescimento notável, impulsionado pelo cenário econômico, com o aumento dos custos de manutenção e combustível das motos a combustão, levando muitos consumidores a buscarem alternativas mais econômicas e sustentáveis.
Fácil condução e outros benefícios
As motos elétricas, fáceis de pilotar, econômicas e ecologicamente corretas, surgem como a opção ideal para quem busca um meio de transporte acessível e eficiente. Além disso, muitos brasileiros estão trocando o transporte público pela primeira moto, e as elétricas se encaixam perfeitamente nesse perfil.
Esse crescimento tem gerado um impacto positivo no mercado de trabalho, criando oportunidades e impulsionando a economia. Desde 2018, quando a Watts iniciou suas operações, um novo mercado surgiu, com bike shops se transformando em lojas de mobilidade elétrica e a necessidade de criação de cursos de capacitação técnica.
Apesar do crescimento promissor, o acesso a linhas de crédito e financiamento ainda é um grande desafio para o mercado de motos elétricas no Brasil. Existem poucas opções de instituições financeiras que oferecem crédito para a compra de motos elétricas, e as taxas de juros são elevadas.
Esse cenário, contudo, preocupa não apenas o setor de mobilidade elétrica, mas também o crescimento econômico do País como um todo.
A utilização de motos elétricas contribui significativamente para a sustentabilidade no Brasil, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e melhorando a qualidade do ar nas cidades. Um estudo da UNEP estima que, se 90% das vendas de motocicletas até 2030 forem de modelos elétricos, poderíamos reduzir aproximadamente 11 bilhões de toneladas de CO2 até 2050.
Além disso, a redução da poluição sonora, muitas vezes negligenciada, é de extrema importância para melhorar a qualidade de vida das pessoas, principalmente nos grandes centros urbanos.
Para aumentar a confiança do consumidor em relação à durabilidade e ao desempenho das motos elétricas, as fabricantes e empresas do setor estão investindo em tecnologia, qualidade e transparência.
Acreditamos que, quanto mais veículos elétricos circularem nas ruas, maior será a confiança dos consumidores na sua eficiência e confiabilidade. Nesse sentido, estamos vendo cada vez mais empresas trocando suas frotas por motos elétricas, o que nos ajuda a validar a qualidade e os benefícios dos nossos veículos.
A eletrificação da frota de motocicletas é um caminho sem volta e uma oportunidade única para o Brasil construir um futuro mais sustentável, próspero e com mais qualidade de vida para todos. É hora de priorizar essa agenda e investir em políticas públicas que incentivem a adoção de motos elétricas em todo o País.
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Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão
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