‘Eletrificação não é a única opção’, defende secretário de SP em abertura do Summit Mobilidade
Rafael Toniato Mangerona, secretário adjunto municipal de Mobilidade Urbana e Transporte, ainda citou debate sobre serviço de mototáxi por aplicativo na oitava edição do Summit Mobilidade, que acontece nesta quarta-feira, 28, no Teatro Bravos, em Pinheiros

São Paulo tem a maior frota de ônibus movidos por energia limpa no Brasil, com 728 veículos. Entre movidos a bateria e trólebus, a eletrificação foi o carro chefe dessa transformação. Entretanto, Rafael Toniato Mangerona, secretário adjunto municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT), ressalta que a prefeitura estuda outras fontes energéticas para mover a frota de ônibus da capital paulista. “Eletrificação não é a única opção”, afirma ele.
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A fala ocorreu durante a abertura do Summit Mobilidade 2025, evento promovido pelo Mobilidade Estadão no Teatro Bravos, com parceria do Estadão Blue Studio e Rádio Eldorado, nesta quarta-feira, 28. Conforme ressaltado pelo secretário adjunto, o objetivo da prefeitura é ampliar a frota de ônibus não poluentes. Para isso, estuda novas tecnologias, como o gás e o biometano. “Desde que atendam aos critérios técnicos e operacionais”, condiciona Mangerona.
“O importante é que a frota movida a energia limpa, seja cada vez maior, trazendo mais qualidade de vida e conforto para toda a população”, pontua o secretário adjunto. Além disso, Mangerona afirma que o prefeito Ricardo Nunes busca alternativas para garantir a infraestrutura de recarga desses veículos. Recentemente, Nunes viajou para a Ásia para visitar fábricas e empresas que possam ajudar São Paulo a promover essa transição energética no transporte coletivo.
“Estamos trabalhando muito nisso para que a energia limpa seja cada vez mais uma realidade em São Paulo”, ressalta o secretário adjunto.
Mototáxi em SP
Antes de concluir a fala, Mangerona também citou o painel que vai discutir o transporte de mototáxi por aplicativo. Proibido pela prefeitura, esse tipo de transporte voltou ao debate após a 99 e a Uber passarem a oferecer o serviço em São Paulo.
A disputa já ganhou o terreno jurídico. Entre avanços e reveses, a disputa parece estar longe de ter um fim. Se, por um lado as empresas defendem a liberdade de escolha do passageiro, a prefeitura afirma que o modal é inseguro.
“A Secretaria de Mobilidade e Transporte tem inúmeros estudos sobre esse modal”, afirmou Mangerona. Para resolver a questão, o secretário adjunto alega que o governo dialoga com a iniciativa privada sobre o tema.
“Acreditamos que, em primeiro lugar, a gente quer respeitar e dar segurança à vida das pessoas”, pontua ele. Mangerona reforçou ainda que o decreto que proíbe esse tipo e transporte é exclusivo para mototáxi, não impactando delivery. Apesar da Justiça ter derrubado o decreto, uma nova suspensão do serviço foi determinada após a morte de uma passageira em São Paulo no sábado, 24 de maio.
Summit Mobilidade
Além da presença do secretário adjunto de Mobilidade Urbana e Transportes, o Summit Mobilidade recebe personalidades da indústria automotiva e especialistas em mobilidade urbana.
Durante o evento, os convidados discutem temas como a eletrificação, perspectivas de investimentos na mobilidade, transporte coletivo, mototáxi por aplicativo e sustentabilidade. Conforme ressaltado pelo diretor-presidente do Estadão Erick Bretas, o Summit Mobilidade faz parte do calendário de eventos do Estadão.

Neste ano, o evento chega à sua oitava edição discutindo o mercado, políticas públicas e modais de transporte em São Paulo e no Brasil. “Nós somos um País que tem uma frota de 124 milhões de veículos, o brasileiro ama carros, mas é claro que essa paixão pelo carro, pelo veículo automotivo, tem que conviver também com o transporte público”, expõe Bretas.
O diretor-presidente pontuou a importância de discutir o aspecto financeiro da ampliação do transporte público. Ele cita a pesquisa Origem Destino de São Paulo de 2025, que identificou a queda de viagens pelo transporte público. Por outro lado, os transportes individuais, que incluem viagens por aplicativo, cresceram e se tornaram maioria.
“Se por um lado a gente saúda, a liberdade de escolha do cidadão. Por outro lado, tem um debate importante: a rede de metrô precisa se expandir, precisa continuar crescendo”, diz Bretas. “Como é que se faz isso quando o número de viagem cai?”, instiga,“ todas essas questões são alguns dos debates que a gente vai experimentar hoje”, conclui.
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