Uber só para mulheres: Lisboa já tem o serviço. E no Brasil?
Atrair o público feminino, especialmente as motoristas, é um desafio das plataformas em todos os países

No quarta-feira, 3 de julho, a Uber anunciou o lançamento, em Lisboa, Portugal, o serviço Women Drivers, que oferece a possibilidade de usuárias viajarem apenas com motoristas mulheres ou transportar exclusivamente passageiras do sexo feminino. O serviço opera ainda como projeto-piloto, em Lisboa, mas a ideia é seja expandido para outras cidades em breve.
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No lançamento, a empresa afirmou que a opção Women Drivers “vem responder a um desafio estrutural do setor da mobilidade, dado que atualmente apenas 9% dos motoristas de TVDE em Portugal são mulheres”.
E reforçou que, ao criar condições que proporcionem maior liberdade de escolha, a plataforma “acredita que esta funcionalidade poderá contribuir para atrair mais mulheres para a atividade, tornando a condução numa opção profissional mais apelativa, flexível e ajustada às diferentes necessidades e preferências de cada mulher”, afirma a empresa.
Mesmo com índices de violência bem diferentes entre os países, tornar a atrativa a profissão de motorista de aplicativo para as mulheres é desafiador para ambos os países. No Brasil, embora a Uber não tenha o serviço Women Drivers, nem tenha previsão de seu lançamento por aqui, a plataforma possui a opção de motoristas mulheres atenderem apenas usuárias mulheres.
Trata-se do recurso U-Elas, que oferece a opção de habilitar no aplicativo a opção de atendimento só por motoristas mulheres, filtro que pode ser ativado e desativado a cada corrida. Há um plano de incentivos, de acordo com a empresa, em que as motoristas que já dirigem na plataforma ganham pela R$ 300 pela indicação de novas parceiras e quem é indicada tanbém recebe um valor adicional, que varia de acordo com a cidade.
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Programa 99 Mais Mulheres
A 99 informou, por nota, que trabalha continuamente para oferecer uma opção acessível e segura de transporte para todas as pessoas, principalmente para as mulheres.
Nesse sentido, de acordo com a plataforma, há diversas iniciativas para o público feminino. Entre elas estão tecnologias e funcionalidades de segurança, campanhas para incentivar mais mulheres a se tornarem motoristas parceiras, parcerias para fomentar o empreendedorismo feminino e combater a violência de gênero, além de ações de conscientização e educação.
Entre as ações fazem parte programa 99 Mais Mulheres. Entre elas, destacam-se o botão 99 Mulher, lançado em 2021, que permite que as motoristas mulheres possam escolher atender apenas passageiras.
Além de recursos de segurança a bordo, como inteligências artificiais que classificam o nível de vulnerabilidade de passageiras e direcionam a solicitação para motoristas mulheres ou para os condutores homens mais bem avaliados.
Por fim, há um protocolo de atendimento humanizado feito em colaboração com a Think Eva para atender vítimas de assédio, preconceito ou qualquer forma de discriminação. As ações demandaram investimentos de mais de R$ 50 milhões em 2024. Para esse ano, a previsão é de investir R$ 70 milhões.
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Lady Driver: pioneira com o público feminino
A plataforma Lady Driver, lançada em 2017, é a pioneira no atendimento ao público feminino. O aplicativo, de acordo com a empresa, conta com 130 mil motoristas cadastradas, sendo 100% delas mulheres e contabiliza 14 milhões de atendimentos desde que foi inaugurada.
De acordo com Gabryella Corrêa, CEO e fundadora da Lady Driver, a plataforma cresceu 25% no último ano. “Como atuamos há muito tempo e temos uma relação muito forte com nossas motoristas, para a gente é mais fácil atrair novas parceiras”, afirma.
De acordo com ela, a relação de proximidade com as motoristas e o formato de remuneração com tarifa fixa, na qual as motoristas recebem 75% do valor da corrida, contribuem para atração dessas profissionais.
“Nossa proposta é diferente, somos a única plataforma voltada exclusivamente para mulheres. Treinamos motoristas, temos um atendimento diferenciado, encontros com nossoas motoristas e nunca tivemos nenhum caso de violência dentro do veículo”, afirma.
Essa relação de proximidade, inclusive com as usuárias, resultou na criação de dois novos serviços nos últimos anos: Lady Kiddos, para transporte seguro de crianças e adolescentes entre 8 e 16 anos, e o Lady Care, para o transporte do público 60+.
“Como normalmente recaem sobre as mulheres o transporte das crianças e os cuidados com idosos, sempre nos pediam por esses serviços. E eles têm sido muito bem aceitos, especialmente o Lady Kidles, que responde por quase 35% do nosso faturamento”, finaliza Gabryella.
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