Futuro da mobilidade: o que é possível fazer agora?
“Como criar uma mobilidade mais inteligente usando estruturas e tecnologias já disponíveis?”
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13/10/2021
Em 1962, o desenho animado Os Jetsons chegava aos lares com previsões futuristas de como seria a vida de uma família em um grande centro urbano, dentre as tecnologias aplicadas no clássico infantil a mobilidade urbana era um dos pontos altos da atração.
Na realidade, após quase 60 anos, a busca incessante por inovações tecnológicas capazes de ampliar a praticidade, a mobilidade e o bem-estar das pessoas que circulam pelas cidades são constantes e, cada vez mais, adaptáveis.
Em grandes centros urbanos, como a cidade de São Paulo, local no qual a população chega a 12,2 milhões de pessoas, a circulação diária pelas vias e por transportes coletivos tende a causar aglomerações e dificuldades de deslocamento para os cidadãos.
Para facilitar os trajetos, tecnologias como aplicativos que relacionam a distância percorrida até um determinado ponto, com ajustes de horário para as possíveis intercorrências no caminho, ou mesmo em casos de demonstrativos de tempo para a chegada de ônibus a seus destinos são algumas das frentes que viabilizam a mobilidade urbana em todo o seu ecossistema.
Paralelamente às soluções tecnológicas e interfaces mais digitais, novos modais como veículos leves sobre trilhos, por exemplo, ressignificam as possibilidades de movimentação de passageiros bem como consolidam as estratégias de várias cidades para tornar a mobilidade urbana mais sustentável e eficiente. Velocidade, disponibilidade, capacidade (passageiro-hora-sentido) e pontualidade são os principais indicadores de desempenho ao comparar modais como ônibus, BRTs, VLTs e metrôs, além do impacto ambiental de cada um.
Na medida em que a pressão sobre o planeta aumenta e os indicadores de aquecimento global batem recordes históricos, os veículos individuais e coletivos têm papel fundamental no presente e futuro das cidades, com a introdução contínua de soluções zero emissão.
Tecnologia e segurança
Aliando todas as possibilidades já presentes no mercado, nos cabe, agora, reuni-las e fazer as melhores escolhas, pensando no longo prazo e, estrategicamente, como concretizar as mudanças significativas exigidas pelos grandes centros urbanos.
Na Dinamarca, uma das referências em mobilidade no mundo, sistemas de sinais de tráfego inteligentes, com a possibilidade de identificação de veículos que se aproximam e alertas enviados quando ciclistas estão perto de cruzamentos, ampliam a segurança de quem transita e permite melhor organização para que todos em seus veículos ou a pé se movimentem, sem atritos e evitando possíveis acidentes.
Outro país que olha para o futuro da mobilidade, com ações que podem ser replicadas no Brasil, é Hong Kong, responsável pelo deslocamento diário de 12,6 milhões de pessoas em transporte coletivo baseado em um modal não convencional, o sistema MTR (mass transit railway), conhecido por suas viagens super-rápidas, com 5 milhões de viagens diárias, em mais de 200 quilômetros de extensão e 159 estações, o transporte no modal tem pontualidade de, aproximadamente, 99,9%.
Considerando o deslocamento de alta capacidade sobre trilhos: poderíamos reproduzir, no Brasil, muitas experiências bem-sucedidas, já aplicadas no exterior. Entretanto, para colocá-las em prática de forma eficiente, seria imprescindível planejamento e visão de longo prazo, entendimento do transporte púbico como necessidade básica, além de uma viabilidade econômica que não dependa 100% da tarifa, realidade na maioria dos sistemas brasileiros e principal responsável pelo atual nível de qualidade.
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão
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