Gestor de frota ganha novo status
Uso crescente de recursos tecnológicos faz com que líderes da área logística se tornem cada vez mais estratégicos para as empresas
Nos últimos anos, especialmente depois da forte expansão do e-commerce decorrente da pandemia, o gestor de frota passou a ocupar um papel de maior destaque no planejamento estratégico das empresas. É uma realidade que se aplica a todos os setores da economia – não apenas àqueles que têm a logística como negócio principal.
A gestão de frotas ganhou novas funções e responsabilidades. Se antes as preocupações estavam muito mais ligadas à contenção de custos, a área agora é vista como potencial geradora de receitas. Um bom exemplo está no last mile, a última etapa dos processos de entrega de mercadorias, que oferece boas oportunidades para quem conseguir equacionar bem a estratégia e os custos, que tendem a ser proporcionalmente mais elevados.
Grande parte dessa transformação foi proporcionada pelo advento de ferramentas tecnológicas que ajudam a aumentar a eficiência, a produtividade e a satisfação dos clientes.
O melhor exemplo de análise de dados aplicada a frotas está no serviço de videotelemetria, em que informações coletadas por sensores e câmeras são usadas para identificar padrões de comportamento dos motoristas que precisam ser mudados, além de uma série de outras oportunidades de melhoria, como aperfeiçoamento das rotas, consumo de combustível, uso do veículo apenas nos horários estabelecidos, planejamento de manutenções, entre várias outras possibilidades.
Transformação digital
Ao mesmo tempo em que permite intervenções imediatas, outro ganho para o gestor de frota com a videotelemetria são os relatórios que ajudam a definir estratégias de treinamento e de premiação por mudanças positivas de comportamento. Essa soma de ações resulta na redução dos custos e da incidência de situações de risco, com queda acentuada no número de acidentes e de multas.
Embora a gestão da logística ainda ocorra, no Brasil, de forma predominantemente analógica, “no papel”, esse é um cenário que tende a mudar radicalmente nos próximos anos, com o avanço da transformação digital no setor. “As empresas que investem em digitalização e novas tecnologias estão saindo na frente. E o gestor de frotas que se adaptar a esse novo perfil certamente encontrará muitas oportunidades no mercado”, analisa Nathalia Albar, líder de produto da Cobli, empresa de tecnologia criada há seis anos para descomplicar e potencializar a gestão da frota com base em dados.
Além de oferecer os insumos necessários para que o gestor de frota realize análises relevantes para suas empresas, a Cobli o acompanha na jornada de aprendizado, por meio da plataforma Cobli Ensina, que disponibiliza cursos online gratuitos. “Há uma série de ferramentas que ajudam na gestão, como planilha de cálculo de consumo de combustível, guias de como fazer o controle de abastecimento da frota e até mesmo um curso sobre segurança no trânsito”, observa Nathalia.
Cenário promissor
A gestão de frotas vem se beneficiando fortemente da ciência conhecida como big data, que envolve o registro e o processamento de um grande número de informações a partir da aplicação de avançados recursos tecnológicos. Explorar a riqueza dos dados serve tanto para entender o que já aconteceu quanto para fazer análises preditivas, corrigindo rumos, reduzindo riscos e aprimorando resultados.
Outro recurso importante é a possibilidade de integração com parceiros estratégicos, a exemplo de cartão-combustível e de outros ERPs. Esse controle centralizado é uma necessidade crescente do gestor de frota. “Além da análise dos dados produzidos pela Cobli Cam, nossa solução de videotelemetria também funciona como um canal de integração com outros players do mercado”, descreve a executiva.
Se há alguma dúvida sobre a importância crescente do papel do gestor de frota, basta conferir as projeções que demonstram o quanto a logística estará no centro das atenções em todo o planeta. De acordo com previsão do Banco Mundial, o comércio eletrônico entre países deverá ser multiplicado por quatro até 2030, saltando dos atuais US$ 300 bilhões para US$ 1,2 trilhão, o que resultará em mudanças substanciais nas cadeias de abastecimento.
A movimentação interna também continuará sendo fortemente impulsionada. No período de quatro anos entre 2019 e 2022, marcado pela pandemia de covid-19, o comércio eletrônico movimentou R$ 450 bilhões no Brasil, mas do que o dobro registrado no acumulado dos quatro anos anteriores, de acordo com levantamento produzido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
A Projeção da Associação Brasileira da Infraestrutura de Base (Adib) indica que os investimentos do setor privado em transporte e logística no país chegarão a R$ 100 bilhões nos próximos três anos. Com isso, espera-se que o Brasil evolua no ranking elaborado pelo Banco Mundial, o Logistics Performance Index (LPI), que avalia indicadores como infraestrutura, competência e qualidade da logística, rastreamento, pontualidade, remessas internacionais e alfândega. Na edição 2023, o país ocupa apenas a 51ª posição entre os 139 países avaliados.
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