Instituto MBCBrasil e o debate sobre mobilidade de baixo carbono

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Descarbonização. Instituto MBCBrasil quer expandir debate sobre mobilidade de baixo carbono

Por: Mário Sérgio Venditti . Há 2h
Mobilidade para quê?

Descarbonização. Instituto MBCBrasil quer expandir debate sobre mobilidade de baixo carbono

Entidade formada por 27 empresas quer discutir propostas para a descarbonizar a mobilidade do País considerando todas as rotas tecnológicas viáveis

3 minutos, 24 segundos de leitura

28/10/2025

Instituto
José Eduardo Luzzi: "No País, há várias alternativas sustentáveis"

Uma organização multidisciplinar está nascendo para contribuir com programas de descarbonização da mobilidade brasileira, com soluções técnicas e interlocução junto aos órgãos públicos e empresas privadas. O Instituto MBCBrasil é a união de 27 companhias de bioenergia, montadoras, autopeças, pós-venda, entidades de tecnologia e engenharia e sindicatos de trabalhadores.

O Instituto estava em fase embrionária desde o ano passado, quando foi criado o movimento Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB), que tinha um caráter mais consultivo. Agora, a entidade possui governança robusta e atuação abrangente, a fim de apoiar todas as rotas tecnológicas de baixo carbono.

Leia tanbém: ‘A batalha da eletrificação ainda não está ganha no Brasil’, diz Daniele Nadalin, da McKinsey

“Havia entre os legisladores e no público em geral uma tendência de privilegiar a eletrificação, modelo muito adotado no hemisfério norte. Mas o Brasil não é a Noruega; temos várias alternativas sustentáveis”, afirma José Eduardo Castro Luzzi, presidente do conselho de administração do Instituto. “Enxergar uma única rota é ser míope e negar o papel de protagonismo.”

Ele salienta que a nova entidade não é contra os veículos com propulsão elétrica, mas ela defende todas as tecnologias viáveis, como os chamados combustíveis avançados, produzidos a partir da biomassa. “Precisamos considerar a vantagem do Brasil, dono de 88% de matriz elétrica limpa e sustentável, contra a média global de 30%”, diz.

Da mesma maneira, o executivo reforça que o País ostenta matriz energética 50% renovável, contra 15% do resto do mundo. “Nenhum mercado possui uma fonte de energia tão limpa como a nossa. Por isso, nos encontramos na vanguarda de oferecer soluções como etanol, biodiesel, sistema híbrido flex e hidrogênio verde”, celebra.

No entender de Luzzi, os grupos setoriais do Instituto MBCBrasil podem se posicionar na linha de frente das discussões. “Não faz sentido existirem subsídios para a descarbonização, enquanto o País enfrenta problemas nas áreas de saúde, educação e saneamento básico”, destaca. “Juntas, as empresas do instituto representam 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o que nos dá força e poder de persuasão.”

Instituto quer ser hub de tecnologias

Para isso, o instituto pretende estruturar suas atividades em três pilares estratégicos: descarbonização acompanhando a realidade brasileira, integração de biocombustíveis e tecnologias de eletrificação e transição para a mobilidade sustentável, com o intuito de preservar o parque fabril, gerar empregos e qualificar profissionais no setor.

Luzzi vislumbra inúmeras oportunidades para o Brasil, inclusive como exportador de tecnologias. Ele lembra que a Europa não investe no desenvolvimento de combustíveis de primeira geração – feitos a partir de biomassa de culturas como milho, soja e beterraba – porque concorrem com a produção de alimentos.

Para ele, a entidade pode mapear esses gargalos, levar propostas de internacionalização de soluções e abrir novos mercados de exportação, ainda mais nos países do Sul Global, que apresentam características climáticas e socioeconômicas similares às do Brasil. “O Brasil tem condições de se consolidar como hub de desenvolvimento de tecnologias e levá-las para fora.”

Com sede na cidade de São Paulo, o Instituto promove reuniões virtuais semanais. Os comitês de trabalho são separados por segmentos (veículos leves e pesados, por exemplo) e cada um tem direito a um assento ou mais, dependendo da sua representatividade.

Ao todo, são 15 assentos. Todas as pautas são amplamente debatidas e se uma proposta ganhar aprovação de dois terços do conselho, então é levada adiante. A partir daí, ela será encaminhada aos demais envolvidos da transição energética e, quem sabe, se transformar na prática em uma das grandes ideias de descarbonização.

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