A Kawasaki está concentrando esforços em descarbonizar suas motocicletas. Depois de lançar a primeira moto de rua híbrida do mundo, a Ninja 7 Hybrid, agora criou uma Ninja H2 SX supercharged, com zero emissões. Trata-se do protótipo da primeira moto esportiva movida a hidrogênio do mundo.
Batizada de Ninja H2 HySE, a moto esportiva movida a hidrogênio faz parte do consórcio HySE. A associação reúne Kawasaki e as outras grandes fabricantes japonesas de motocicletas, como Yamaha, Honda e Suzuki, para criar motos a hidrogênio. As empresas também construíram um ATV movido a hidrogênio que está participando do Rally Dakar 2024.
Apesar de os motores elétricos, alimentados por bateria, já estarem bem consolidados na indústria de quatro rodas, as motocicletas elétricas ainda não entregam o que o consumidor deseja. Ou seja, boa autonomia, reabastecimento rápido e uma concentração de massas que não prejudique a maneabilidade das motos.
Então, por que não hidrogênio? O gás carrega mais energia por peso do que as baterias, desde que se consiga lidar com o espaço extra que ocupa. Também pode abastecê-lo bem rápido em seu posto de hidrogênio local – os quais não há muitos neste momento, mas podem haver no futuro. Ainda pode operá-lo através de uma célula de combustível para alimentar motores elétricos silenciosos e potentes, ou então queimá-lo em um motor de combustão modificado. Justamente essa é a aposta da Kawasaki.
Isso só é possível, pois a marca japonesa produz a único moto supercharger (superalimentada) do mundo, com a linha H2. Equipada com um impulsor de 130.000 rpm projetado sob medida, produz ar suficiente para alimentar um motor de combustão de quatro cilindros em linha e 1.000 cc. Afinal, os motores de combustão interna, que usam hidrogênio como combustível, precisam de muito mais ar do que os motores a gasolina. Em resumo, o supercharger da Kawasaki pode fornecer ar a granel para que ocorra a queima do hidrogênio no motor.
Depois de exibir renderizações de conceito no Salão de Milão em 2022, agora tornou a H2 HySE uma realidade. O modelo foi apresentado durante o encontro “Relatório de Progresso da Visão do Grupo 2030” da Kawasaki, no final de dezembro passado.
O modelo não é apenas uma H2 SX levemente modificado. A fabricante japonesa desenvolveu uma nova carroceria para a moto a hidrogênio, incluindo um lindo farol em forma de H. Além do design esquisito, o protótipo da moto esportiva a hidrogênio parece muito mais volumosa do que as motos normais.
Mas o que chama a atenção são as malas laterais rígidas de grandes dimensões. Afinal, elas abrigam dez cilindros de hidrogênio armazenado em alta pressão, cinco de cada lado.
Ainda não há dados sobre como quanto hidrogênio transportará, quanta potência terá ou quanto pesará. Entretanto, o fato é que a Kawasaki construiu o primeiro Ninja H2 a hidrogênio e começará a testá-la já neste ano.