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Mulheres de moto: mais de 8 milhões de brasileiras ao guidão

Por: Arthur Caldeira . 08/03/2022
Mobilidade para quê?

Mulheres de moto: mais de 8 milhões de brasileiras ao guidão

Quantidade de mulheres habilitadas na categoria “A” cresceu 81,5% nos últimos nove anos

3 minutos, 16 segundos de leitura

08/03/2022

Por: Arthur Caldeira

Alice Castro mora em Brasília (DF), mas adora viajar de moto por todo o País. Fotos: Arquivo Pessoal

Cada vez mais mulheres brasileiras andam de moto. Nos últimos nove anos, o número de pessoas do gênero feminino habilitadas na categoria “A”, ou seja, aptas a pilotar motos e scooters, passou de 4.512.753 para 8.190.135 mulheres, segundo da do Denatran, analisados pela Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motos do Brasil. O crescimento de mulheres motociclistas foi de 81,5% em menos de um década.

Segundo levantamento da Abraciclo, as mulheres já representam cerca de 31% dos compradores de novas motocicletas. “As mulheres são mais exigentes e cuidadosas na hora da compra: querem um modelo que ofereça segurança, alto nível tecnológico e conforto, mas sem perder em design e praticidade”, comenta Marcos Fermanian, presidente da Associação.

Atentas às tendências, elas têm acompanhado as categorias que mais crescem no mercado. Esse é o caso da escritora mineira, radicada em Brasília (DF), Alice Castro, de 55 anos. “A mulher nasceu para pilotar, mas algumas ainda não sabem disso”, brinca.

Alice é fã dos modelos de grande porte e alta cilindrada e adora pegar a estrada de moto. “Viajar de motocicleta é uma terapia. Todo dia aprendemos algo novo. Estamos sempre testando nossos limites e isso nos ajuda a ser pessoas melhores”, acredita a mineira.

Para incentivar outras mulheres a encararem o guidão, Alice criou em 2009 o grupo on-line “Mulheres Motociclistas e Apaixonadas por Motos”, que hoje conta com mais de 17 mil integrantes.

A paulista Cecília K, conhecida como “Japagirl Rider”, já rodou toda a América do Sul com sua bigtrail

A paulista de Pereira Barreto (SP) Cecília K., de 57 anos, conhecida nas redes sociais por Japagirl Rider, também compartilha suas experiências em duas rodas na internet, para incentivar outras mulheres a andar de moto.

Apaixonada por viagens e sempre atenta aos cuidados para garantir a sua segurança, Cecília faz relatos de suas viagens e dá dicas para quem quiser se aventurar ao guidão de uma motocicleta em seu perfil no Instagram. “Já passei por muito perrengue, mas foi exatamente isso que deu sabor à viagem”, afirma.

Pilotando motocicletas, Cecília “Japagirl Rider” já percorreu a Carretera Austral, na Patagônia chilena, que classifica como uma das rotas mais incríveis da América do Sul. Também passou pela Estrada da Morte, na Bolívia, considerada uma das mais perigosas do mundo; e foi até Ushuaia, na Terra do Fogo, extremo sul do continente americano. “Vivi experiências incríveis. Motociclismo é minha vida”, declara.

Mulheres de scooter

Mas as mulheres não estão apenas de moto, elas também pilotam as scooters como uma forma prática e econômica de se locomover pelas cidades. No segmento de scooters, que teve 107.285 unidades produzidas em 2021, volume 40,9% superior ao registrado em 2020, as mulheres também representam cerca de 30% dos consumidores.

Moradora da capital paulista, a auxiliar administrativa Debora de Sousa, de 43 anos, é fã das scooters. Embora admita que nunca se imaginou pilotando uma motocicleta, admite que tudo mudou quando comprou sua scooter. “Minha qualidade de vida deu um salto. Antes levava duas horas para ir de casa até o trabalho. Agora são 40 minutos. O tempo poderia ser menor, mas sou muito cautelosa e prezo pela minha segurança”, ensina ela.

Fotógrafa Fernanda Balster acredita que as scooters são porta de entrada para o mundo das duas rodas

A fotógrafa Fernanda Balster, de 38 anos, moradora da cidade do Rio de Janeiro (RJ), levou sua paixão pelas scooters para a internet. Em março de 2020, criou o grupo Mulheres de Scooter, que hoje conta com mais de mil integrantes no Facebook e outras mil seguidoras no Instagram. “A proposta é trocar experiências, tirar dúvidas, promover encontros e unir o público feminino, que é cada vez maior no mundo motociclístico. As scooters acabam sendo uma porta de entrada para entrar no mundo das duas rodas”, destaca Fernanda.

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