Monotrilho: controversa, tecnologia cresce em alguns países

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Monotrilho: controversa, tecnologia segue em expansão em alguns países; veja quais

Por: Redação Estadão Mobilidade . Há 7h
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Monotrilho: controversa, tecnologia segue em expansão em alguns países; veja quais

Falhas consecutivas da tecnologia em cidades como São Paulo e Mumbai não têm impedido que novos projetos sejam anunciados ao redor do mundo

3 minutos, 16 segundos de leitura

15/05/2025

Monotrilho em Yui Rail Naha.
O mercado de monotrilhos suspensos tem crescimento projetado de 3,9% por ano até 2033. Foto: Richie Chan

Apesar da história controversa dos monotrilhos em países como Brasil e Índia, com sucessivos atrasos, falhas e custos crescentes, a tecnologia segue em franca expansão. No Cairo, no Egito, um projeto de US$ 4,5 bilhões quer ligar 56,5 km entre duas áreas densamente populosas com trilhos no ar, parte do projeto Visão 2030. Em Riade, um monotrilho de 3,6 km está sendo construído no Distrito Financeiro Rei Abdullah, como uma das formas de abraçar o conceito de ‘cidade de 10 minutos’, onde nenhum trajeto dura mais que esse tempo.

Leia também: ‘Monotrilho Linha 15-Prata não é confiável’, diz engenheiro que trabalhou por 35 anos no Metrô-SP

O mercado de monotrilhos suspensos tem crescimento projetado de 3,9% por ano até 2033, saindo dos atuais US$ 5,75 bilhões para US$ 7,88 bilhões, segundo dados da DataInsightMarket. O relatório afirma que, entre as razões desse crescimento, estão a crescente urbanização e densidade populacional das principais cidades, exigindo novas soluções eficientes e sustentáveis para mobilidade.

Monotrilhos e seus problemas

Os problemas, porém, são tão conhecidos quanto os benefícios. Os custos iniciais são elevados, com obras que exigem grande esforço e podem atrasar o início das operações. Além disso, há dependência de poucos fornecedores que podem não honrar os contratos, aconteceu com a empresa Scomi, da Malásia, que atuava nos monotrilhos de São Paulo e em Mumbai. Há, também, a falta de integração com as outras modalidades de transporte, que fez com que o monotrilho de Mumbai, na Índia, não alcançasse mais que 10% da demanda estimada.

Ao favor da expansão contam as novas tecnologias, como o uso da levitação magnética nos monotrilhos – que mitigariam um dos principais defeitos, que é o superaquecimento dos pneus de borracha, causa comum de incêndios. A tecnologia funciona em Xangai desde 2003, com 30,5 km de extensão, ligando a cidade ao Shanghai Pudong International Airport. A mesma tecnologia é usada no SwissRapide Express, linha de alta velocidade na Suíça. É, porém, também a mesma tecnologia que foi desativada na Alemanha em 2011 após um acidente onde dois veículos se chocaram e 23 pessoas morreram.

Veja outros projetos de expansão de monotrilhos ao redor do mundo.

Panamá

A Cidade do Panamá está desenvolvendo sua primeira linha de monotrilho, a Linha 3 do Metrô. A linha terá 24,5 km de extensão com 14 estações. Uma característica crucial é uma seção de túnel de 4,5 km que passará até 64 metros abaixo do Canal do Panamá. A Hitachi está fornecendo 26 composições de monotrilho de seis carros. Em abril de 2025, a seção elevada (18,5 km) estava 75% concluída, enquanto a escavação do túnel estava 15% concluída em março de 2025. O projeto visa reduzir os tempos de viagem para aproximadamente 500.000 residentes de 90 minutos para 45 minutos. A conclusão está prevista para dezembro de 2028, embora estimativas anteriores sugerissem 2025 ou 2026.

México

Monterrey, no México, tem planos ambiciosos para duas novas linhas de monotrilho. Anunciadas em 2022, as linhas 4 e 6 estão em fase de construção, com expectativa de que fiquem prontas até 2026, quando a cidade irá sediar jogos da Copa do Mundo da Fifa.

Japão

Osaka, no Japão, que já tem um dos mais longos monotrilhos do Japão, está programando uma expansão ainda maior. Uma extensão de 9 km para o sul a partir de Kadoma-shi, adicionando quatro novas estações, está planejada, com uma previsão de inauguração em 2033. Investigações geotécnicas para essa extensão foram noticiadas por agências locais como tendo começado em 2024. A visão de longo prazo é que o monotrilho de Osaka forme uma extensa rota semicircular de mais de 50 km, conectando várias comunidades periféricas e aprimorando a conectividade regional.

Leia também: BYD apresenta projeto de monotrilho Skyshuttle para Jundiaí (SP)

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