A indiana Bajaj, terceira maior fabricante de motocicletas e triciclos do mundo, começa a operar oficialmente no Brasil, no segundo semestre deste ano. As primeiras motos devem chegar às lojas em setembro, de acordo com a marca.
“As primeiras motos da Bajaj já estão nos navios a caminho do Brasil e queremos começar as vendas na segunda quinzena de agosto ou no início de setembro”, prevê Waldyr Ferreira, diretor de operações da Bajaj do Brasil.
Inicialmente, as motos da Bajaj serão montadas na fábrica da Dafra em Manaus (AM), pelo sistema CKD (Completely Knocked-Down). Mas, diferentemente de outros países da América Latina, como Argentina, México e Colômbia, onde tem parceria com representantes e importadores locais, a Bajaj terá uma subsidiária própria no Brasil.
Apesar de ser pouco conhecida no País, a Bajaj é a terceira maior fabricante de motos do mundo, com capacidade para produzir 6,5 milhões de unidades por ano – incluindo motocicletas e triciclos, os famosos “tuk-tuk”. Presente em mais de 70 países, a Bajaj exportou mais de 2,2 milhões de motos e 300 mil triciclos no ano fiscal encerrado em Maio.
A Bajaj é sócia da KTM, com 49% das ações da marca austríaca. Na planta de Chakan, na província indiana de Maharashtra, são produzidos os modelos de baixa cilindrada da KTM, como a Duke 200 e 390, vendidas no Brasil, além da esportiva RC e da Adventure 390.
A Bajaj também tem parceria para o desenvolvimento dos futuros modelos de baixa cilindrada da Triumph. A gama de motos de 250 cc a 700 cc da marca inglesa deverão ser apresentados em breve. Com a chegada da Bajaj ao Brasil, aumentam as chances de esses modelos serem vendidos por aqui.
Ferreira, que já ocupou cargos executivos nas subsidiárias brasileiras da Harley-Davidson e da Triumph, preferiu fazer suspense sobre as motos da Bajaj que vêm ao Brasil. “Haverá um evento de lançamento oficial da marca no País, quando todos os modelos serão revelados”, afirmou Ferreira, em entrevista coletiva na sede da Bajaj Auto em Akurdi, na Índia.
O executivo, porém, já confirmou que a Pulsar N250 e a Dominar 400 serão vendidas no mercado brasileiro. Os preços dos modelos ainda não foram definidos, mas segundo Waldyr Ferreira, a estratégia da marca será ter preços competitivos, próximos às concorrentes.
A rede de concessionários Bajaj ainda está sendo montada, mas deve se concentrar primeiramente no Sudeste. Além de jornalistas, nesta viagem à Índia, um grupo de dez empresários nos acompanhou para conhecer os planos da marca para o país. Segundo informações, as primeiras concessionárias devem ser abertas no final de agosto na Grande São Paulo – provavelmente, uma na capital e outra em Santo André, no ABC paulista.
Apresentada em 2021, a nova plataforma Pulsar 250 usa um motor de um cilindro, 249,07 cm³ com injeção eletrônica, para produzir 24,5 cavalos de potência máxima a 8.750 rpm. O torque máximo é de 2,14 kgf.m a 6.000 giros. O câmbio tem cinco marchas.
A Bajaj Pulsar N250 tem design moderno, marcado por linhas angulosas e um conjunto óptico com projetor de LED e luzes de iluminação diurna – que lembra o utilizado na Yamaha MT-03.
A naked de 250 cc tem rodas de liga-leve, garfo telescópico convencional, na dianteira, e monochoque traseiro. O freio é a disco em ambas as rodas, com sistema ABS.
Pelas especificações, a Pulsar N250 deverá concorrer diretamente com Honda CB 250 Twister e Yamaha Fazer 250 ABS. Mas, claro, vai depender do preço final.
Outra moto da Bajaj que está a caminho do Brasil é a Dominar 400. Com cara de naked, mas acessórios touring para viajar, a Dominar usa o mesmo motor da KTM Duke 390, ou seja, um monocilíndrico de 373,27 cm³, DOHC, e arrefecimento líquido.
Com câmbio de seis marchas, a Dominar 400 produz 40 cv de potência máxima a 8.650 rpm e 3,6 kgf.m de torque a 7.000 rpm.
Seu design também é moderno, porém um pouco inusitado, por conta dos protetores de mão e do pequena para-brisa. Farol, piscas e lanterna são de LED.
As rodas são aro 17, com freio a disco nas duas rodas e sistema ABS de dois canais. As suspensões usam garfo telescópico invertido, na dianteira, e monoamortecedor traseiro. Curiosamente, apesar de maior, a Dominar 400 pesa 159 kg, menos do que a Pulsar N 250, com seus 162 kg.