Os dois principais projetos do País que tangem a eletrificação de frotas são exemplos bem-sucedidos de políticas públicas voltadas à transformação verde na mobilidade.
A nacionalização de componentes, a fabricação no Brasil de chassis e pontuais incentivos fiscais contribuem, positivamente, para o avanço do processo de eletrificação da mobilidade no Brasil. Esses três eixos têm sido fundamentais para viabilizar a produção em escala de ônibus elétricos, permitindo a redução de custos para estimular a demanda crescente de operadores de transporte, prefeituras e Estados da federação.
Nesse sentido, o Brasil passou a contar, desde agosto, com a primeira fábrica, montada no Polo Industrial de Manaus (PIM), dedicada à fabricação de baterias de fosfato de ferro-lítio (LiFePO4), inicialmente voltada aos chassis de ônibus 100% elétricos. Ao todo, foram investidos R$ 15 milhões no projeto. Construída em um terreno de 5 mil metros quadrados, olha para o futuro. Iniciou operação com capacidade de produção de até mil baterias por ano, mas pode ser ampliada exponencialmente.
Avançar na nacionalização de componentes também tem sido muito importante para que a crescente produção brasileira possa ser enquadrada no Finame, que permite financiamento a juros baixos e a longo prazo. O financiamento é fundamental para a equação financeira dos elétricos, que ainda partem de um valor inicial superior aos convencionais a diesel, mas que, a longo prazo, ganham vantagem com o custo operacional até 70% menor e uma vida útil maior que a dos veículos a combustão.
A produção nacional de veículos elétricos comerciais também se torna ainda mais relevante com incentivos legais ou fiscais. Os dois principais projetos do País que tangem a eletrificação de frotas – o da cidade de São Paulo, com 18 ônibus elétricos, e o de São José dos Campos (SP), que terá o primeiro corredor verde do Brasil, com 12 ônibus articulados 100% elétricos – são exemplos bem-sucedidos de políticas públicas voltadas à transformação verde na mobilidade.
A Prefeitura de São José dos Campos decidiu apostar no Transporte Rápido de Massa com veículos 100% elétricos com base em um planejamento urbano desenvolvido em consonância com as diretrizes do plano diretor, com metas claras e objetivas de sustentabilidade. São Paulo iniciou seu processo de eletrificação graças à Lei do Clima. A partir da promulgação da Lei 16.802/2018, a cidade está adotando medidas para atingir as regras da lei, que exigem a redução de 10% na emissão de poluentes locais (MP e NOX) e do efeito estufa (CO2), e, nesse sentido, a eletrificação tem sido um projeto muito bem-sucedido. Um ônibus 100% elétrico emite zero gases poluentes e, sendo assim, pode se tornar a forma mais eficaz na luta por um ar mais limpo e cidades menos poluídas.