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Não faz sentido voltar ao congestionamento depois da pandemia

Por: . 15/09/2021
Mobilidade para quê?

Não faz sentido voltar ao congestionamento depois da pandemia

“Novos modelos de negócio que veem a mobilidade como um serviço devem ganhar força e ritmo nos próximos anos.”

3 minutos, 20 segundos de leitura

15/09/2021

congestionamento
Foto: Pexels

Com o avanço da vacinação no País, a retomada das atividades presenciais se torna uma realidade cada vez mais próxima. Quem precisou sair às ruas das grandes cidades nos últimos dias deve ter revivido o estresse com o trânsito pelo menos em algum momento. Estamos aquecendo para viver uma nova etapa com a perspectiva do pós-pandemia.

Em março de 2020, os níveis de quilômetros rodados com o Waze, no Brasil, estavam em 35% do patamar registrado em fevereiro daquele ano. A reabertura econômica, ainda em junho passado, deu início a uma recuperação gradual dos índices de mobilidade. Com a proximidade das datas comerciais no segundo semestre, o fluxo de navegação, no País, foi impulsionado para 5% acima da linha-base. No primeiro trimestre deste ano, a segunda onda da pandemia derrubou os índices da plataforma em 63%. Até a última semana de julho, no entanto, os patamares de tráfego já estavam praticamente recuperados, tendo atingido 99% da média do início de 2020.

Em todo esse período, o trânsito apresentou volumes mais elevados nos dias úteis, com picos às segundas-feiras e em retornos de feriados. Os últimos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE, mostram que, até maio, o volume de serviços prestados, no Brasil, acumulava alta de 7,3% no ano, enquanto os transportes coletivos já estão 4,7% acima do nível pré-pandemia. O que difere o que estamos vivendo agora, em comparação com antes da pandemia, no entanto, é o achatamento dos picos de tráfego nas principais capitais.

A reconfiguração do trânsito nas grandes cidades

Com a adoção de modelo de trabalho híbrido e flexível pelas grandes empresas, há uma tendência de vermos uma distribuição mais homogênea no volume de carros nas ruas ao longo do dia. Essa nova realidade impacta, diretamente, as dinâmicas de mobilidade. Desde setembro do ano passado, as navegações com o Waze entre as 10h e as 15h estão 11% acima dos níveis de fevereiro de 2020. Considerando os casos das grandes cidades, como São Paulo, estamos falando de milhares de pessoas que podem ter passado a circular em horários alternativos – fugindo dos picos de engarrafamento – ou até escolhido sair de casa apenas em dias de menor movimento. Com o avanço da vacinação e a melhora nos índices da pandemia, a tendência é uma forte recuperação da mobilidade no segundo semestre.

Mesmo com essa perspectiva, gastar horas parado no trânsito para um deslocamento desnecessário não faz mais sentido. A pandemia alavancou a adoção da tecnologia na rotina do brasileiro e esses novos hábitos devem nortear a mudança de postura em relação à mobilidade. Hoje, as pessoas estão mais abertas a experimentar aplicativos e soluções de transporte em prol da conveniência e de um deslocamento mais eficiente.

No Brasil, também vemos espaço para o crescimento da multimodalidade e a ascensão da cultura do compartilhamento, influenciados pela nova configuração da economia e pela entrada da geração Z no mercado. Na retomada das atividades corporativas, as plataformas e as soluções que conectam pessoas com interesses comuns – caso de apps de carona, como o próprio Waze Carpool – ganham mais relevância dentro e fora das empresas. Para o modelo híbrido de trabalho, por exemplo, a praticidade, a eficiência e até a solidariedade ganharam mais valor para o funcionário. Já no mercado da mobilidade, o compartilhamento para a colaboração se tornou crucial para garantir a evolução do ecossistema.

Como catalisadora de tendências, a pandemia provocou uma virada brusca no mercado. Novos modelos de negócio que enxergam a mobilidade como um serviço – em vez de apenas um bem – devem ganhar força e ritmo nos próximos anos. Diante das novas demandas, voltar às ruas não pode mais ser um retorno ao congestionamento.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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