Há uma década, eram poucas as opções para quem procurava uma scooter no Brasil. De uns anos para cá, porém, mais especificamente com a chegada da Honda PCX 150, em 2013, e seu sucesso de vendas – com 35.582 unidades emplacadas, foi a sexta moto mais vendida do País em 2019 –, as fábricas passaram a dar mais atenção ao segmento e ampliaram o leque de modelos disponíveis. Dessa forma, não é exagero dizer que o modelo mudou a categoria de patamar.
Se a PCX 150 ajudou a popularizar as scooters e a variedade de opções contribuiu para que o segmento crescesse 43,8% no ano passado, totalizando 96.577 unidades, a nova Yamaha XMax 250 promete elevar o patamar dessa categoria.
Apresentada no Salão Duas Rodas 2019, a XMax 250 traz design sofisticado, porte imponente e diversos itens de conforto e segurança, até então inéditos nas scooters pequenas e médias.
Mas cobra por isso. Com preço sugerido de R$ 21.990, a nova scooter da Yamaha chega às lojas em abril com chave presencial, amplo compartimento de carga sob o assento e até controle de tração. O Mobilidade rodou uma semana com o modelo pelas ruas de São Paulo e mostramos a seguir todos os detalhes dessa nova opção do segmento.
Novo modelo de 250 cc traz diversos itens de conforto e segurança até então inéditos nas scooters pequenas e médias.
A configuração com o túnel central permite ao piloto mudar a posição dos pés, no caso de uma viagem, por exemplo.
O assento, feito de couro, é bastante amplo, garantindo o conforto dos dois ocupantes. Vale destacar a altura do assento, que fica a 79,5 cm do solo. Não compromete o uso por motociclistas mais experientes, mas pode complicar a vida dos iniciantes.
O grande diferencial para as scooters menores é o motor de um cilindro, 250 cc (capacidade cúbica) e arrefecimento líquido, que produz 22,8 cv de potência máxima e 2,5 mkgf de torque. Em conjunto com o câmbio CVT (automático), isso se traduz em arrancadas vigorosas na cidade e uma velocidade máxima de 140 km/hora na estrada.
Movido apenas a gasolina, rodou cerca de 29 km/litro (uso urbano). Seu tanque de 13,2 litros garante, em tese, autonomia de mais de 350 km.
Sob o assento, outro diferencial da XMax 250: há espaço suficiente para dois capacetes fechados tamanho grande, senão o maior, um dos maiores entre as scooters à venda no Brasil.
O repórter conseguiu colocar capacete, mochila e capa de chuva com folga. Uma pequena luz de cortesia de LED facilita retirar os objetos em locais escuros. Há ainda dois porta-luvas, um deles com trava e tomada 12 V para carregar o smartphone.
Mas, além disso, a nova scooter vem com chave presencial (smart key), que pode ser levada no bolso e destrava o botão da ignição, onde se abre o banco, o porta-luvas ou ainda a tampa de combustível, localizada inteligentemente no túnel central, evitando que seja necessário abrir o assento toda vez que for abastecer.
Vale ainda destacar o painel que, além de completo, tem boa visualização. Dessa forma, velocímetro e conta-giros possuem leitura analógica, mas há uma tela digital com marcador de combustível, hodômetro e um útil relógio para quem roda na cidade e tem horários para os compromissos.
Com design sofisticado, a XMax 250 tem porte imponente – com mais de 2,19 m de comprimento –, com faróis e lanternas de LED, além de um para-brisa ajustável em duas posições. Segue o estilo da PCX 150, que tanto agrada aos brasileiros, ou seja, com túnel central em vez da plataforma de outros modelos, como a Honda SH 300.
Além de freio a disco nas duas rodas com sistema ABS, que param com facilidade os 179 kg (abastecido), a XMax 250 traz controle de tração.
O sistema, dessa forma, evita que a roda traseira derrape quando você acelera em pisos escorregadios, como tampas de bueiro, faixas de pedestres, entre outros. Inédito em scooters dessa categoria, o controle de tração proporciona bastante segurança ao piloto. Vale destacar ainda os bons faróis de LED, que iluminam bem as ruas à noite.
Com porte imponente, a XMax 250 usa rodas aro 15, na dianteira, e aro 14, na traseira, ambas calçadas com pneus sem câmara – que são mais fáceis de arrumar em caso de furo. As rodas maiores fazem a XMax parecer uma maxiscooter e também ajudam a absorver as imperfeições do asfalto ruim.
O conjunto de suspensões tem garfo telescópico, na frente, com 110 mm de curso, e dois amortecedores, atrás, com 92 mm de curso e ajuste na pré-carga da mola, quando você for levar garupa. O amortecimento é melhor que nas scooters menores, e isola bem o piloto da buraqueira de São Paulo, mas ainda assim exige certa cautela ao passar por valetas e lombadas.
Com tantos diferenciais, a nova Yamaha XMax 250 não é uma scooter barata – custa até mais que as motos de 250 cc da marca, como Fazer (R$ 16.100) e Lander (R$ 18.000). Ela é, porém, mais prática e fácil de pilotar. Apesar do porte avantajado, tem boa maneabilidade no trânsito urbano e vai bem nos corredores entre os carros.
Dessa forma, a XMax 250 é ideal para quem procura uma scooter mais sofisticada e moderna para rodar na cidade, mas também quer bom desempenho para pegar estrada, caso você resida em uma cidade da região metropolitana de São Paulo, como Guarulhos ou São Bernardo do Campo, e tenha de se deslocar por rodovias.
Mas vale a pena pagar tudo isso por uma scooter? Não, se você usa a scooter apenas no trânsito urbano, modelos mais baratos e econômicos, como a Yamaha NMax 160 ou a Honda PCX 150, podem lhe atender melhor, sem gastar tanto.