'Centro da cidade como algo vivo', do País mais feliz do mundo

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‘O centro da cidade como algo vivo’, especialista conta vivências do país mais feliz do mundo

Por: Isabel Lima (Curitiba, PR) . Há 2 dias
Inovação

‘O centro da cidade como algo vivo’, especialista conta vivências do país mais feliz do mundo

Capital da Finlândia é referência na transformação urbana em parceria com a população local; tecnologia e coleta de dados são base de todas as mudanças adotadas

4 minutos, 35 segundos de leitura

28/03/2025

Em Helsinque, modelos mais seguros de estacionamento para bicicletas foram implementados no centro da cidade. Foto: Divulgação/Fórum Virium Helsinki
Em Helsinque, modelos mais seguros de estacionamento para bicicletas foram implementados no centro da cidade. Foto: Divulgação/Fórum Virium Helsinki

Um dos painéis mais esperados do Smart City Expo Curitiba 2025 era o congresso com a participação de Minna Torppa, diretora do Fórum Virium Helsinki. “A cidade centrada no ser humano: soluções de mobilidade priorizando as pessoas” debateu as iniciativas que um grupo de pesquisadores, especialistas em mobilidade e urbanismo, com a população da capital da Finlândia, oito vezes considerado o País mais feliz do mundo. O objetivo é fazer com que o centro da cidade se torne algo vivo, para que mais pessoas façam uso desses espaços.

Leia também: ‘Mobilidade não tem a ver com os automóveis; ela tem a ver com o cidadão’, diz gestor da Dassault

Em Helsinque, o fórum promove pesquisas e testa soluções que unem coleta de dados e participação popular. Portanto, o principal objetivo do grupo é tornar a cidade cada vez mais viva, com segurança para crianças e idosos, além de reduzir a poluição no ar. 

Por meio da capacitação de voluntários, o grupo entende as demandas e tenta promover a mobilidade ativa, com uso cada vez maior de bicicletas. Aliás, uma das prioridades do fórum é tornar as ruas e ambientes propícios para caminhadas e convivência. 

Além de Minna, o painel contou com a participação de Rosa Maria Ângelo de Oliveira Lira, secretária de governo de Arapiraca, uma das principais cidades de Alagoas; e Gustavo Taniguchi, CEO da Urbtec, empresa que oferece soluções de desenvolvimento urbano. 

Entre os temas debatidos pelos congressistas foi a dificuldade de convencer os comerciantes a fechar as ruas para carros, provendo calçadões nos centros das cidades. Além disso, o tema da mobilidade ativa, com as bicicletas, surgiu como um dos mais importantes na discussão da mobilidade em cidades inteligentes. 

Confira o que Minna Torppa pensa e vivência no Fórum Virium Helsinki.

Como convencer as pessoas que tirar os carros das principais ruas do centro da cidade será benéfico para elas?

Minna Torppa durante painel no Smart City Curitiba
Minna contou que em um levantamento de dados, 500 aparelhos foram distribuídos entre a população para medir o nível de poluição do ar e traçar rotas mais limpas para ciclistas e pedestres. Foto: Divulgação/iCities

Minna Torppa: A gente tem coisas muito similares [na Finlândia e Brasil], os comerciantes dizem que, se tirarmos os carros da rua, vai matar os negócios. Quando a gente pensa, o que queremos é o centro da cidade como algo vivo. Não existem muitas pessoas lá porque elas trabalham de forma remota, elas estão comprando pela internet. Esse debate é sobre como vivemos nossas vidas. Por isso é tão importante ter espaços para caminhadas seguras e uso de bicicletas. 

Como desenvolver a mobilidade urbana principalmente no centro da cidade?

Minna: As pessoas têm diferentes propósitos e motivações para usar as cidades, e precisamos oferecer diferentes opções para que eles escolham o que acham mais adequado. Precisa ser acessível do ponto de vista financeiro e as pessoas precisam ver sentido nisso e pensar que é algo que elas querem realmente usar.

Nossa prioridade é no desenvolvimento do transporte publico e isso começa com pessoas. Existem muitas barreiras para pessoas que andam de bicicleta. Quando a gente fala de transporte, precisamos desenvolver isso para ser mais eficiente e cobrir uma área maior com ônibus. Também tem aplicativos para pagamento de tíquetes. Mas, quando falamos de logística urbana é mais difícil, porque existem muitos caminhões vindo para as cidades com suprimentos. Eles precisam ser menos poluidores, para isso, é necessário mais investimentos pelo lado das cidades para ter infraestrutura para caminhões elétricos e para que esses veículos sejam menores. Ou até mesmo colocar bicicletas para transportar essas cargas. Em último lugar vem o carro. 

Leia também: Mobilidade urbana é o principal desafio das cidades para 44% dos brasileiros 

Como funciona o Fórum Virium Helsinki?

Minna: Não é uma consultoria, não vendemos nossos serviços, nós trabalhamos com cidades inteligentes, mobilidade e informação. A informação está relacionada a qualquer coisa que a gente desenvolva, a gente coleta durante a intervenção e depois tentando mapear com aquilo está sendo desenvolvido e o que precisa mudar. Temos especialistas envolvidos e estamos sendo financiados pela União Europeia, com cerca de € 4 a € 6 milhões (cerca de R$ 24, 9 milhões a R$ 37,4 milhões, na conversão direta) por ano. A própria cidade financia cerca de um quarto disso. 

Por que criar uma cidade inteligente na Finlândia, o País mais feliz do mundo?

Minna: Queremos ajudar a cidade de Helsinque a se desenvolver mais rápido. Para isso, estamos ampliando a capacidade de usar tecnologia para esse desenvolvimento. As cidades precisam estar prontas para diferentes tipos de futuro. No momento temos 40 projetos de cidades inteligentes, tanto nos consórcios com grupos internacionais como faculdades e a empresa de energia da cidade.

Acreditamos que uma cidade inteligente é criada em conjunto, trabalhamos com diferentes partes interessadas. Para as cidades isso significa que podemos oferecer serviços baseados em dados e testando nossas possibilidades. Aprendemos muito e compartilhamos as informações com a nossa rede para criar um livro guia para a cidade.

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*A jornalista viajo a Curitiba (PR) convite do iCities

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