Em prol da mobilidade urbana, países europeus estão pagando para que as pessoas utilizem a bicicleta nos deslocamentos. A estratégia inclui o pagamento de um bônus no salário para quem decidir pedalar para ir do trabalho para casa e vice-versa.
Além disso, outra solução é oferecer subsídios para a compra de bicicletas. Portanto, as vantagens se direcionam a quem opta pela bike como prioridade nos deslocamentos e abre mão do carro.
Pelo menos dois países europeus pagam para quem prefere pedalar: a Holanda e a Bélgica. Nestes casos, as estratégias são semelhantes, com diferença de valores.
A Holanda tem um programa que paga 0,21 euro por quilômetro para quem decide pedalar de casa para o trabalho e vice-versa. O objetivo é aumentar esse valor para 0,23 euro em 2024.
Na prática, o valor cai direto na conta do trabalhador por meio da folha de pagamento. Portanto, ele recebe um “salário” para pedalar.
Com isso, os holandeses aproveitam a oportunidade. Afinal, em média, as pessoas do país pedalam 2,6 quilômetros por dia.
O subsídio por quilometragem existe desde 2006. Na prática, o benefício pode trazer até 500 euros por ano para quem pedala 10 km por dia nos dias úteis.
Um estudo aponta que se o padrão holandês fosse adotado em todo o mundo, as emissões de carbono cairiam 686 milhões de toneladas por ano. Além disso, a prática traz benefícios para a saúde, por meio do estímulo de exercícios físicos.
Por sua vez, a Bélgica oferece um valor ainda maior para quem opta pela bicicleta. A compensação é de 0,24 euro por quilômetro que a pessoa pedalar.
Existem países europeus que oferecem outros tipos de incentivo para a população andar de bike. Por exemplo, a França subsidia a compra de bicicletas elétricas.
Entretanto, é preciso que a pessoa venda o carro para comprar uma e-bike. Quem fizer esse movimento pode ganhar até 4 mil euros em subsídios.
Além disso, quem possui baixa renda e mora em áreas mais afastadas tem chance de receber um subsídio maior. Com isso, o objetivo do governo é de que 9% da população use a bike como meio de transporte até 2025.
Por fim, as capitais de alguns países europeus, como Roma, Madri e Londres, também estão restringindo a circulação de veículos. Existem áreas em que a pessoa deve pagar para entrar de carro.
Assim, além de trazerem incentivos para que a população deixe de usar o carro e passe a pedalar mais, os países também optam por tornar o uso dos veículos mais caro. Assim, as pessoas têm motivos financeiros para mudar os hábitos de deslocamento.
De acordo com um estudo de autoria do pesquisador Sebastian Kraus, as medidas já estão dando resultado. Afinal, as cidades europeias que investiram em ciclofaixas e trouxeram outras estratégias semelhantes tiveram um aumento de até 48% no número de ciclistas.
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Isso, para dar certo, no Brasil, as bikes, precisariam de uma pista, só para elas. Atualmente, os carros tornaram uma ameaça para os ciclistas.