Patinetes elétricos criam conflitos com as leis de trânsito no Brasil

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Patinetes elétricos criam conflitos com as leis de trânsito nas maiores cidades do Brasil

Por: Leonardo Godim . 01/05/2025
Mobilidade para quê?

Patinetes elétricos criam conflitos com as leis de trânsito nas maiores cidades do Brasil

Aumento do uso dos patinetes elétricos tem criado insegurança nas vias; faltam dados sobre número de acidentes

4 minutos, 52 segundos de leitura

01/05/2025

Patinetes elétricos e a segurança viária
Segundo Paulo Guimarães, CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), a população precisa se conscientizar melhor sobre o uso do modal. Foto: Adobe Stock

Os patinetes elétricos e outros veículos autopropelidos têm ganhado cada vez mais espaço nos mercados e ruas brasileiras. A novidade que estimula alternativas sustentáveis na mobilidade urbana têm, contudo, gerado diversos problemas na segurança das vias. Para Paulo Guimarães, CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária, o uso desses veículos cresceu muito mais rápido do que a conscientização das pessoas. O resultado é uma onda silenciosa de acidentes.

“O próprio modelo de negócios praticado pelas operadoras que foram precursoras desses veículos foi de chegar com muitos equipamentos, muita oferta e a população não estava preparada para usar esses equipamentos”, relata Guimarães.

Leia também: “Brasil será o maior mercado do mundo”, avalia Ilya Timakhovskiy, CEO da JET de patinetes elétricos

O especialista explica que há uma grande diferença entre os veículos autopropelidos e os ciclomotores, o que nem sempre é bem compreendido por quem os está pilotando. Muitas vezes, nem mesmo por quem está vendendo.

Velocidade máxima dos patinetes elétricos

Os primeiros têm velocidade máxima de 32 km/h e, mesmo com motor, não exigem habilitação e devem andar em vias para bicicleta. Os segundos, sejam com motor a combustão ou elétricos, por possuírem velocidade mais alta exigem emplacamento, habilitação (ACC ou CNH A) e estão sujeitos a multa. A legislação proíbe andar com os ciclomotores em ciclovias ou ciclofaixas.

O que se vê, porém, são veículos autopropelidos nas vias para carros e veículos ciclomotores usando vias para bicicletas, explica Guimarães. Não existem estatísticas oficiais de sinistros envolvendo os autopropelidos, o que dificulta dimensionar o tamanho do problema. Nas redes sociais, porém, abundam imagens de acidentes, alguns deles fatais.

Um homem, de 43 anos, morreu ao perder o controle do patinete elétrico que pilotava em Paranaguá, no litoral do Paraná. O atropelamento ocorreu no dia 29 de março. Vídeo: Reprodução/Redes sociais

“Precisamos de mais informação nesse tema”, diz Guimarães. Ele defende investimentos imediatos em estudos e levantamentos que dêem subsídio às políticas públicas que avancem nesse tema, poupando vidas. Em paralelo, é preciso criar infraestruturas mais seguras para bicicletas, patinetes e pessoas, diminuindo os riscos associados à convivência de veículos de alta velocidade, como carros e motos, e os autopropelidos.

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Maiores cuidam dos menores

A educação também é um tema-chave. Nesse sentido, seja em que contexto, os veículos maiores e mais rápidos devem tomar todas as precauções para garantir a segurança dos veículos mais leves e, em especial, dos pedestres, lembra o especialista.

Por outro lado, um dos problemas é que não há fiscalização efetiva de veículos não motorizados ou autopropelidos atualmente. O CEO explica que o Código de Trânsito Brasileiro prevê infrações para ciclistas e pedestres, mas não há condições de operacionalizar essas punições às más condutas.

Leia também: Patinetes elétricos: é possível manter a segurança enquanto usa o modal?

Enquanto políticas públicas mais efetivas não são elaboradas, é preciso que os usuários dos equipamentos inovadoras assumam a responsabilidade. O respeito à velocidade segura de, no máximo, 32 km/h é fundamental. Não há placas sinalizando quão rápido pode andar um patinete, mas, como um carro, o piloto deve analisar a via e prezar pela segurança de todos.

A recomendação é uso de capacetes e equipamentos de proteção em bicicletas, patinetes, skates e outros veículos. Guimarães lembra ainda que os patinetes, em especial, têm rodas menores e expõem o condutor a acidentes graves quando em em altas velocidades.

Cartilha de segurança

A empresa de aluguel de patinetes elétricos Whoosh elaborou uma cartilha de segurança com instruções que devem ser observadas por todos os usuários. Confira.

🚫 É proibido o uso por menores de 18 anos
A utilização dos patinetes Whoosh é exclusiva para maiores de idade. Essa é uma medida de segurança fundamental, alinhada às diretrizes de regulamentação municipal e federal.

🚷 Não é permitido transportar mais de uma pessoa
Os patinetes foram projetados para suportar uma única pessoa por vez. O uso compartilhado compromete a estabilidade e aumenta o risco de acidentes.

🛑 Respeite o trânsito e os pedestres
Circule com atenção, especialmente em áreas de grande fluxo. Siga as normas locais de circulação.

📱 Duas mãos no guidão
Assim como em outros veículos, é importante que as duas mãos sejam usadas na condução. Por isso, é importante que o usuário esteja sempre com as duas mãos no guidão do patinete.

🛴 Atenção às faixas de pedestre
Antes de atravessar a rua, o usuário  deve descer do patinete e empurrá-lo ao seu lado. Atravessar a rua somente a pé e quando as luzes dos semáforos permitirem.

🖐🏻 Estacionamento virtual
A Whoosh indica em seu aplicativo os locais corretos para estacionar os patinetes. Posicione-os apenas nos pontos “P” indicados e atente-se para colocá-los de uma forma que não atrapalhe a circulação das demais pessoas. É proibido estacionar na entrada de garagens e em vagas regulamentadas para veículos específicos.

Se beber não dirija
Álcool pode comprometer o reflexo dos usuários. Por isso, é proibida a condução de patinetes após o consumo de bebida alcoólica.

🎧Nada de fones de ouvido
O uso de fones de ouvido durante a condução do modal compromete a atenção e pode causar acidentes. Evite.

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