Por que São Paulo não tem metrô 24h, como Nova Iorque, Copenhague e Chicago?

Mais do que um estímulo à cultura noturna, a iniciativa pode salvar vidas no trânsito. Foto:

Há 3h - Tempo de leitura: 2 minutos, 18 segundos

Um morador de Nova Iorque, Chicago ou Copenhagen, na Dinamarca, pode contar com o funcionamento do metrô para ir a um programa entre amigos durante a madrugada. As três cidades tornaram-se conhecidas como cidades que não dormem. Não só pela agitada vida noturna, mas também porque há meios de transporte para acessar o que elas têm a oferecer.

Mais do que um estímulo à cultura noturna, a iniciativa pode salvar vidas no trânsito. Há evidências de que a existência de transportes públicos durante a madrugada pode reduzir em 37% o número de acidentes envolvendo jovens motoristas em regiões urbanas. Como mostrou um estudo publicado por Shirlee Lichtman-Sadot, em 2019, analisando cidades israelenses.

O governo da Grécia anunciou, recentemente, que quer manter em operação os trens, bondes, ônibus e metrô de forma ininterrupta aos finais de semana. O objetivo é, justamente, reduzir acidentes de trânsito – em especial os associados ao consumo de álcool.

Em São Paulo também é conhecida como a cidade que nunca dorme. Porém, o metrô e os trens fecham todos os dias à meia noite, reabrindo às 4 horas. A exceção são grandes eventos, como Carnaval, Virada Cultural e, além disso, apresentações musicais com público elevado. Em algumas ocasiões, há extensão do horário de funcionamento para garantir o retorno dos espectadores de um show ou evento esportivo. Mas, no dia-a-dia, o único meio de transporte durante a noite é o Noturno, a Rede de Ônibus da Madrugada.

Por que não há metrô 24 h em SP?

Procurado, o Metrô de SP não quis conceder uma entrevista sobre o porquê do sistema não funcionar durante a madrugada, sequer nos finais de semana. Em nota, a empresa pública afirmou que, nesse horário, “as equipes de manutenção realizam uma série de atividades, como inspeção da via permanente, troca de trilhos, vistoria do terceiro trilho (responsável pela alimentação elétrica dos trens), manutenção preventiva de equipamentos ligados à segurança, como máquinas de chave e aparelhos de mudança de via, além de limpezas técnicas, controle de pragas (desratização e desinsetização) e modernização do sistema.”

A empresa disse, ainda, que essas atividades essenciais são executadas durante a madrugada, evitando a interferência na operação comercial e no deslocamento dos passageiros. “Todo esse trabalho é feito em pouco mais de 3 horas, ao longo da madrugada, pois mesmo com as estações fechadas, os trens em circulação precisam concluir suas viagens e são necessários 20 minutos apenas para desligar a energia, além de outros 20 minutos para religá-la e dar início à abertura das estações às 4h40.”