Quais os diferentes sistemas de compartilhamento de bicicletas?
Modalidades de bike sharing vão do uso gratuito até um sistema com aplicativo próprio e estação fixa
3 minutos, 50 segundos de leitura
01/03/2021
A busca por uma mobilidade urbana sustentável passa pela adoção de modais alternativos, além de inovações em sistemas convencionais. Nesse sentido, existe um mercado a ser explorado: segundo dados de 2018 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o país tem 50 milhões de bicicletas, mas o modal só é tido como principal por 7% da população.
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Uma das ações possíveis para ampliar essa adesão é o bike sharing, modalidade saudável ao mesmo tempo que é sustentável e econômica. O termo vale para todos os sistemas de compartilhamento de bicicletas, um serviço em que a pessoa aluga ou empresta uma bike, normalmente oferecida por uma empresa privada em parceria com uma instituição pública.
Essa é uma alternativa de transporte para quem não tem uma bike própria ou para aqueles que têm uma, mas encontra problemas em achar locais para estacionar ou desejam mudar a rotina de mobilidade de carros e ônibus. O serviço é oferecido em formatos variados, cada um com seus pontos fortes e fracos, dependendo ainda da disponibilização nas cidades.
Grátis, porém limitado
Os diferentes sistemas de compartilhamento de bicicletas coincidem com a evolução do bike sharing e a adoção de novas tecnologias. Segundo o Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP), o conceito foi implementado pela primeira vez em Amsterdã.
Os modelos ficaram conhecidos como bicicletas brancas, e o serviço foi copiado em regiões da Itália e da Alemanha. O objetivo era iniciar a adoção de modais alternativos no país. Só que esse sistema tem limitações: caso ele não seja limitado a um local, como um parque, é relativamente fácil realizar o furto ou o vandalismo das bicicletas, que são gratuitas.
“Tem uma moeda aí?”
O segundo sistema foi uma evolução natural do anterior e apareceu em cidades da Dinamarca no início da década de 1990. Ele envolveu um mecanismo simples de liberação da bicicleta: inserir uma moeda para destravar o veículo da estação.
Não houve qualquer forma de rastreamento, mas as estações eram limitadas a uma certa área dos municípios — em Copenhague, mais de 5 mil bicicletas foram disponibilizadas. Além disso, o passeio era gratuito: ao fazer a devolução em um desses locais fixos, você recebia a moeda de volta.
Terceira geração
A terceira geração de bikesharing nasceu na Ásia e teve projetos experimentais a partir de 1999. Esse sistema envolveu bicicletas personalizadas, com maior cobertura no espaço urbano e foi o início da monetização do serviço — seja a partir da cobrança pelo uso, seja com materiais publicitários nas estações.
Porém, elas não podiam ser deixadas em qualquer lugar, o que significava que a utilidade dependia da proximidade de uma estação de devolução em relação ao seu destino ou às suas conexões com outros modais, como estações de metrô. O primeiro sistema de bikesharing do Brasil nessa modalidade foi o Pedala Rio, criado em 2008, no Rio de Janeiro, com 19 estações e 190 bicicletas.
Sem local para estacionar
Outro sistema que se popularizou apostou em permitir o uso de aplicativo de celular para começar e finalizar o passeio, além de estacionar em qualquer local da cidade. Com sorte, encontrava-se a mesma bicicleta ao voltar para casa. Como mecanismo de segurança, a empresa podia recolher as bikes localizadas por GPS à noite e deixá-las em locais estratégicos da cidade pela manhã.
Esse foi o modelo de empresas como a Grim, que deixou de operar no Brasil em abril de 2020, em meio à pandemia da covid-19.
Estamos na quarta geração?
Os mais modernos sistemas de bikesharing em funcionamento absorvem algumas das melhores características dos demais sistemas, como uma estação segura que mantém as bicicletas em melhores condições de uso, bem como o aplicativo para desbloqueio e pagamento. Porém, eles ainda são limitados em mercados. O segredo está na integração com outros modais, e isso pode ser feito possibilitando descontos ou pagamentos conjuntos em estações de transporte público, por exemplo.
Fonte: IPEA, Movimi, ITDP.
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