Região Sudeste lidera em roubo de cargas em 2025, mesmo com queda de quase 20% nas ocorrências
Relatório da nstech aponta aumento de 14,3% nos incidentes noturnos no País, com pico às sextas-feiras

Nos primeiros seis meses do ano, a região sudeste do Brasil foi a mais afetada pelos roubos de carga no Brasil, mesmo com queda de 18,2 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2024. Dessa forma, o sudeste concentrou 62,4% das ocorrências, frente ao total de 80,6% registrados no primeiro semestre de 2024.
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Esse e outros dados constam da Análise de Roubo de Cargas, elaborado pela nstech, maior empresa de software para supply chain da América Latina.
O estudo, contudo, é feito com base em informações apuradas pelas gerenciadoras de risco BRK, Buonny e Opentech, que fazem parte da companhia.
De acordo com o levantamento, na segunda posição do ranking está a região nordeste, respondendo por 21,3% dos prejuízos entre janeiro e junho de 2025.
Assim, a região nordeste registra uma elevação de 5,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2024.
Perfil do roubo de cargas
Em relação ao tipo de carga envolvida nas ocorrências na região sudeste do País, 50,6% das perdas foram associadas ao roubo de cargas fracionadas. Já 39%, entretanto, se referem às operações de transporte de alimentos.
O Estado de São Paulo lidera as ocorrências, com 56,8% dos prejuízos, uma queda de 11,8 pontos percentais comparado ao mesmo período de 2024.
Na segunda posição da região está o Rio de Janeiro, com crescimento expressivo de 18,7% para 21,9% no período, de acordo com o levantamento.
No mês de junho de 2025, contudo, o Rio de Janeiro concentrou 56,6% dos prejuízos mensais. Nesse mesmo período, entretanto, São Paulo registrou apenas 3,7% do total, caindo par a 5ª posição geral. Trata-se de um dado inédito, já que o Estado liderou o ranking em 2024, com 48,7% do total de roubos.
Aumento nos roubos no Rio de Janeiro
De acordo com Maurício Ferreira, VP de Inteligência de mercado da nstech, a tendência de crescimento no Rio de Janeiro começou em 2024.
“Mesmo com todos os altos investimentos da iniciativa privada e a aplicação de recursos adicionais, a tendência de crescimento no roubo de cargas no estado continua escalando cada vez mais”, diz.
Como consequência, tanto o frete como o preço de seguro para mercadorias destinadas ou que passam pelo Estado ficam cada vez mais caros.
“No fim, impacta na gôndola para os consumidores finais, em especial, produtos alimentícios, os mais visados pelas quadrilhas que atuam no estado”, conclui Ferreira.
Minas Gerais, por sua vez, obteve uma queda significativa no percentual de prejuízos: de 14,2% em 2024 para 3,4% em 2025.
Já o Paraná assumiu a terceira posição nacional, com 7,5% do total de perdas – um salto frente aos 0,6% registrados no mesmo período do ano anterior.
Períodos e rodovias mais perigosas
A sexta-feira a noite é o momento mais perigoso para quem transporta cargas, concentrando 68,6% dos valores sinistrados.
Nesse cenário, contudo, o Estado de São Paulo foi o mais afetado, responsável por 42,1% dos prejuízos registrados nesse dia da semana.
As cargas fracionadas foram as mais visadas, representando 62,1% das perdas, seguidas pelos alimentos (35,6%), bebidas (1,8%) e medicamentos (0,5%).
Entre as rodovias mais críticas, entretanto, a BR-101 liderou com 14,7% do total de prejuízos por roubo de cargas no primeiro semestre de 2025.
Isso representa mais que o dobro dos 5,9% registrados no mesmo intervalo de 2024. As cargas fracionadas e os produtos alimentícios responderam, juntas, por 81,4% dos roubos registrados nessa rodovia.
De acordo com a nstech, a companhia registrou um aumento de 19,4% nas cargas monitoradas pelas gerenciadoras de risco que fazem parte de seu ecossistema.
Assim, entre janeiro e junho deste ano o valor de mercadorias gerenciadas pelo ecossistema superou R$ 1,1 trilhão.
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