Apesar de ser sucesso mundial de vendas e também a scooter mais vendida do Brasil, a PCX passou por uma reformulação completa para 2023. As principais mudanças da nova scooter Honda PCX estão no motor maior, de 160 cc, e na parte ciclística.
Além de pneus mais largos, a scooter ganhou roda de 13 polegadas e novos amortecedores na traseira. Outra novidade, inédita no segmento de scooters de baixa cilindrada, é o controle de tração.
Em teoria, ao menos, a nova PCX “160” evoluiu em relação à geração anterior. Contudo, ainda faltava conferir o que essas mudanças representam na prática. Para isso, rodamos cerca de 70 quilômetros na baixada santista, litoral de São Paulo, por um trajeto urbano e um pequeno trecho rodoviário.
Veja tudo que mudou na Honda PCX 2023 nesta reportagem. Como se trata de uma avaliação da nova geração da scooter, vou me concentrar em mostrar o que evoluiu em relação ao modelo de 150 cc. Confira.
Embora as mudanças tenham sido discretas, o visual da nova Honda PCX 2023 também é novo. Mas a principal alteração no design da scooter teve objetivos práticos: melhorar a eficiência do farol da PCX e aumentar o espaço sob o assento.
Para que pudéssemos avaliar o novo conjunto óptico a Honda até organizou um pequeno test-ride noturno. Apesar de a orla de Santos (SP) ser bem iluminada, em alguns trechos foi possível notar que o novo desenho do conjunto óptico dianteiro todo de LED oferece um facho de luz mais potente, iluminando melhor o caminho. Vale destacar ainda a maior área de iluminação diurna (DRL), o que faz com que a nova PCX seja vista mais facilmente pelos outros motoristas.
Infelizmente, não rodei na estrada à noite. Afinal, a maior reclamação dos proprietários da antiga PCX em relação ao farol era sua luminosidade em rodovias. Mas, ao julgar pela minha experiência no uso urbano, acredito que o farol também tenha melhorado a iluminação de quem costuma (ou precisa) viajar com a PCX.
Em relação ao espaço maior sob o assento, que passou de 28 para 30 litros, posso dizer que facilitou bastante a tarefa de guardar um capacete fechado e uma mochila no compartimento. Agora não é preciso forçar o banco, para fechar a trava. Os dois litros podem ainda ser pouco para quem quer levar toda a bagagem, mas é o suficiente para melhorar a praticidade da nova PCX.
Por falar em praticidade, destaque para o porta-luvas maior, localizado na parte de trás do escudo dianteiro da scooter. Ao invés da tomada 12V, que exigia adaptador para carregar o celular, a Honda (finalmente) instalou uma entrada USB, bem mais prática.
Na nova PCX, a Honda focou em melhorar o desempenho, um dos principais “pontos fracos” da geração anterior em relação a sua principal concorrente, a Yamaha NMax 160 ABS. Não havia outra alternativa a não ser a adoção de um motor de maior capacidade cúbica.
Por isso, a PCX 2023 ganhou um inédito monocilíndrico com 156 cm³ e quatro válvulas, contra os 149 cm³ e as duas válvulas do antigo motor. A potência subiu de 13,2 cv para 16 cv e o torque também aumentou de 1,3 kgf.m para 1,5 kgf.m.
Na prática, é bastante perceptível que a PCX 160 (embora a cilindrada não faça parte do nome oficial da scooter) tem melhor aceleração. A impressão é que não há mais um atraso entre o giro do acelerador e resposta do motor. Ao girar a manopla, a nova PCX arranca na frente de carros e de muitas outras motos.
Com o aumento de cilindrada e maior torque, a Honda também decidiu adotar o controle de tração, para garantir a segurança dos motociclistas e evitar derrapagens indesejadas. O sistema, chamado de Honda Selectable Torque Control (HSTC), “corta” a injeção de combustível quando detecta diferença muito grande entre a velocidade de giro das rodas. Isso pode acontecer ao arrancar no semáforo, passando em cima da faixa de pedestre, ou em pista molhada. Como faz essa leitura usando os sensores do ABS, o HSTC só está disponível na PCX ABS ou na DLX.
Em uma cidade litorânea, o controle de tração pode ser um grande aliado. Forcei a aceleração em um local onde a rua estava cheia de areia, trazida da praia, para testar seu funcionamento. Uma luz alerta “T” pisca no painel e o motor parece falhar, pois a ignição e injeção são Cortadas. Sua ação é bastante intrusiva, mas sistema funcionou muito bem e a roda traseira não derrapou.
Mas, o que todo mundo quer saber é: qual a velocidade final da nova scooter Honda PCX 160? A fabricante programou um trecho nas rodovias do litoral, onde foi possível conferir que o modelo 2023 anda mais. Consegui atingir 120 km/h no painel em um trecho de reta – segundo a Honda, a velocidade final real é de 111 km/h. A antiga PCX 150 atingia, no máximo, 100 km/h.
Como se tratou se um percurso de cerca de 70 quilômetros, não foi possível medir o consumo. Mas o novo painel, maior e com informações mais claras, indicava um consumo médio de 39,8 km/litro – lembrando que conduzi a scooter em uma avaliação que teve até velocidade final e não me preocupei em economizar de combustível.
De acordo com a Honda, o consumo da nova PCX é menor do que do antigo modelo. A PCX 150 rodava 41,4 km com um litro de gasolina, enquanto a PCX 160 faz 44 km/litro – ambos no uso urbano.
Outra demanda dos consumidores da PCX era em relação às novas rodas, pneus e suspensões. No modelo 2023, a Honda adotou pneus mais largos e também novos amortecedores traseiros. Tudo para melhorar a absorção de impactos em nossas mal cuidadas ruas.
Mas, afinal, com o novo conjunto ciclístico, a PCX 2023 é mais confortável? Rodamos bastante com o modelo na cidade de Santos, percorrendo avenidas de asfalto bom, outras de pavimento ruim, castigado pelos caminhões que não param de chegar ao porto, além de um passeio por algumas ruas de paralelepípedo.
De forma direta, achei que a nova scooter Honda PCX 2023 absorve melhor as imperfeições do piso e transfere menos oscilações para o piloto. Além de novos, os amortecedores traseiros estão fixados de forma mais vertical, evitando “pancadas” diretamente nas costas do condutor e demonstrando um funcionamento mais progressivo.
Em conjunto com os novos pneus, que também trabalham absorvendo impactos, a PCX 2023 é mais confortável sim. A boa notícia é que os pneus mais largos não comprometeram a agilidade da scooter – para isso, a Honda trocou a roda traseira de 14 polegadas por uma de 13 polegadas. Na dianteira, a scooter ainda usa um aro 14.
Mas, é claro, a nova PCX é uma scooter pequena. Sofreu no paralelepípedo do centro histórico de Santos e não passa ilesa a algumas crateras. Mas em geral melhorou bastante.
Ainda na parte ciclística, vale citar os freios. Afinal, a opção da Honda em usar freio ABS apenas na dianteira é alvo de muitas críticas por parte dos consumidores. Principalmente, porque a concorrente NMax 160 tem ABS de dois canais, ou seja, que funciona em ambas as rodas.
Não que os freios da PCX sejam ruins: o ABS funciona muito bem, na frente, e os dois discos param com segurança a scooter. Eu, sinceramente, não sinto falta do ABS na traseira, mas é difícil entender a insistência da Honda. A PCX tem grande volume de produção, o que facilitaria a dissolução dos custos, além do que faria sua scooter se equivaler à concorrência.
Muitos consumidores se decepcionaram por a PCX 2023 não ter ABS nas duas rodas. Contudo, faço um adendo: não se trata de uma escolha da Honda Brasil. A PCX é um produtor mundial e até no Japão tem ABS apenas na dianteira.
Após esse primeiro contato, posso garantir que a nova scooter Honda PCX é ainda melhor que a anterior. Anda mais, consome menos e é mais confortável. Em resumo, tudo o que os consumidores do modelo esperavam – exceto pelo ABS de dois canais…
Isso sem falar que agora todas as versões contam com Smart Key, a chave de presença, e um útil alarme. Afinal, por ser uma campeã de vendas também tem sido alvo de muitos roubos e furtos.
A Honda PCX 2023 que chega às lojas mais agrada do que decepciona. E para quem se pergunta se vale a pena trocar a antiga geração de 150 cc pela nova 160 cc, minha resposta é sim! Ainda mais se você roda na estrada ou passa muitas horas sobre a scooter.
Além das versões ABS e DLX, que têm preço sugerido de R$ 17.000 e R$ 17.400, respectivamente, a Honda comercializa a CBS. Com freio a disco, na dianteira, e tambor, na traseira, com sistema combinado, a PCX CBS não traz controle de tração e é vendida por R$ 15.460. Apesar do preço inferior, a Honda afirma que a CBS terá menor volume de vendas do que as versões mais completas.
Ver Comentários
Adquiri essa nova PCX DLX e achei péssima. Há anos faço uso de scooter e esse ano me decepcionei com a Honda. A PCX continua desconfortável, amortecimento péssimo (achei pior que a PCX 150cc que tive em 2015). Meu scooter anterior era NMAX e nem se compara. Como "houve uma melhora" na PCX, optei por ela e me arrependo. Na teoria ela é ótima, mas na prática do dia a dia, deixa a desejar!
Nossa, Thamiris, que pena ouvir isso! Já rodei com diversas gerações da PCX e achei que essa melhorou bastante no quesito suspensões... Mas essa "briga" NMax e PCX é boa, hein? Tem gente que adora uma, enquanto outros preferem a outra. Viu a matéria e o vídeo que fiz com a NMax aqui no site tbm?
abs,
Arthur